Estou com uma preguiça do caralho de escrever
muito, mas o velho e bom Stan Lee merece. Lá pelos idos de 1973, meu irmão
começou a comprar revistinhas em quadrinhos. Eram realmente “revistinhas”, por
serem menores que as HQ da minha infância. Comprava várias por semana, cada uma
dedicada a um super-herói Marvel – Capitão América, Hulk, Homem Aranha,
Demolidor, Homem de Ferro, Namor, Thor, Quarteto Fantástico e uma de artes
marciais de que não recordo o nome. Personagens desconhecidos criados por um
desconhecido Stan Lee. Claro, apenas para mim. Mas eram muito boas, cada herói
com seus vilões particulares.
Um belo dia meu irmão se casou, foi
transferido para São Paulo e levou consigo a coleção de revistinhas (era uma
coleção). Levou também um ou dois exemplares de “Dr. Macarra”, uma revista antigaça (mas antiga mesmo!) lançada pelo
Carlos Estevão, um desenhista fabuloso.
Não sei nem vem ao caso quanto tempo ficou
por lá. Talvez uns dois anos, por aí. A obra acabou e ele voltou para BH de
mala e cuia, ou melhor, com malas e móveis. Dentre os móveis, uma cama de
solteiro com gavetas, onde ficava guardada a coleção de HQ. Só se lembrou das
revistas meses depois, apenas para descobrir que tinha dançado em todas, pois
não sobrou nenhuma. Reclamar com a transportadora? Meses depois? Então tá...
Lamentei profundamente a perda, pois já era
especialista em super-heróis Marvel. Sabia até o nome de um dos ilustradores
feras (Joe Romita) que tinham desenhado algumas histórias. Mas vamos aos
finalmentes.
Tenho guardado aqui em casa um “Almanaque do Globo Juvenil 1959”, que
ganhei quando tinha nove aninhos (que meigo!). Como em todo almanaque de fim de
ano que era publicado, as histórias são bem fraquinhas, mesmo que os
personagens sejam top. Um dia, relendo aquelas velharias, tomei o maior susto
(força de expressão, para ser sincero): uma das histórias - das mais toscas e
infantis - estava creditada a ninguém menos que Stan Lee! Não sei se ele apenas
roteirizou ou se também a desenhou. Aliás, nunca mais saberei, pois a parte do
almanaque onde ficava essa história sumiu misteriosamente.
Talvez seja melhor assim, para manter íntegra
a aura de fodão do velho e bom Stan (pois a historinha era uma bosta!). Mas, se
algum arhqueólogo quiser desenterrar
essa informação, a ajuda máxima que posso dar é mostrar a capa do tal
almanaque. Olhaí.
Olha, considerando que o crédito dado a Stan Lee esteja mesmo correto, ele apenas roteirizou. Embora, em convenções de aficionados por super-heróis, as famosas comic-cons, o velho Stan, mais para agradar aos fãs, até rabiscava uns rostos do homem aranha e autografava, mas nunca assinou de fato os desenhos de uma publicação.
ResponderExcluirEm tempo : se essa revista de artes marciais for uma da qual guardo uns exemplares, ainda em preto e branco, o nome era Kung Fu. Curto e grosso.
Provavelmente você tem razão, mas talvez ele tivesse condições de fazer. Eram desenhos caricatos, tipo Mônica ou Mickey e a historinha tinha um enredo mais adequado para crianças pequenas. Além do mais, em 1959 provavelmente ele muito pouco conhecido (não tenho autoridade para afirmar nada, pois só tinha nove anos na época).
ExcluirVoltei hoje a folhear esse almanaque e pude (re)ver que a parte central sumiu misteriosamente (embora ele esteja todo despencado). Sobraram a história do Ferdinando, a do Brucutu, duas de ficção científica sem indicação dos autores, curiosidades, charadas e passatempos, mas a história do Fantasma e essa do Stan Lee foram pro saco.
A revistinha de artes marciais da Marvel que eu mencionei era colorida e chamava-se "Mestre do Kung Fu".
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