A ONÇA
Na época em que escrevi os quinze textos originais sobre meu amigo Pintão (ou “Digão”, o apelido falso que usei para contar seus casos mirabolantes), talvez tenha achado boba ou irrelevante essa lembrança, mas, hoje, passado tanto tempo, seu finalzinho faz valer a pena contá-la, principalmente pelos pontos em comum com o texto recente em que eu lembrava as histórias inventadas por meu pai, de tão boa aceitação.
Antes, um comentário: como eu consigo lembrar bobagens como essa, de forma quase fotográfica? A resposta eu mesmo encontrei muito tempo atrás: eu guardo tudo o que é inútil e esqueço tudo o que realmente importa. Isso é literalmente a verdade! Além disso, minha memória principal é mais visual que tudo, pois lembro-me até da posição e expressões da pessoa com quem conversei. Mas nunca consigo guardar nomes (não é mesmo, Renato?). Agora, chega de enrolação.
Na época em que escrevi os quinze textos originais sobre meu amigo Pintão (ou “Digão”, o apelido falso que usei para contar seus casos mirabolantes), talvez tenha achado boba ou irrelevante essa lembrança, mas, hoje, passado tanto tempo, seu finalzinho faz valer a pena contá-la, principalmente pelos pontos em comum com o texto recente em que eu lembrava as histórias inventadas por meu pai, de tão boa aceitação.
Antes, um comentário: como eu consigo lembrar bobagens como essa, de forma quase fotográfica? A resposta eu mesmo encontrei muito tempo atrás: eu guardo tudo o que é inútil e esqueço tudo o que realmente importa. Isso é literalmente a verdade! Além disso, minha memória principal é mais visual que tudo, pois lembro-me até da posição e expressões da pessoa com quem conversei. Mas nunca consigo guardar nomes (não é mesmo, Renato?). Agora, chega de enrolação.
Não sei mais por qual motivo meu querido
amigo contou esse caso. Na época, seu filho Du, era estagiário de engenharia na
empresa onde trabalhávamos. E é com ele ainda criança que surgiu o caso da onça.
O Pintão disse que estava contando histórias
para seu(s?) filho(s?) quando resolveu inventar uma caçada de onça. Com cinco
ou seis anos, o Du logo se empolgou. A partir de agora, vou tentar reproduzir a
descrição do “Digão" para seu filho, tal como nos contou.
- Eu
estava na floresta caçando, quando apareceu na minha frente uma onça. Eu peguei
a espingarda, mirei e... "pá"!
- Matou
ela!
- Não, a espingarda falhou. Ela veio para cima de mim. Peguei então um pedaço de pau e bati na cabeça dela!... mas
o pau quebrou.
(O Du foi ficando inquieto com aquela
situação, mas o pai continuou, veemente).
- Aí eu
peguei minha faca e enfiei nela!
- Ela morreu?
- Não... a faca entortou!
- E o
que você fez???
(Nesse momento da história, com o Du preocupadíssimo e de
olhos arregalados, o Pintão comentou conosco que não sabia mais o que inventar. Só
não podia reproduzir a piada, dizendo que a onça o teria comido. E saiu o fecho
“empolgante”):
- Quando
ela pulou em mim, eu a agarrei pelo pescoço e nós rolamos pelo chão, mas dei uma gravata com tanta força
que ela acabou morrendo sem ar. Então eu peguei a onça pelo rabo, rodei, rodei e joguei ela lá longe!
(a reação empolgadíssima do filho pequeno foi hilária):
- EITA
PAI FEDAPUTA!!!!!
Nesse ponto, meu amigo encerrou a historinha
com um comentário bem a seu estilo. Rindo, disse:
- Acho que foi o
maior elogio que recebi na minha vida!
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