sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

DICAS PARA O MARCELO

"Como é que se vira um pai? Onde fica o interruptor, qual o hormônio que me prepara? Que boas lições eu tive na vida? Aonde encontro os exemplos, onde posso conversar com outros pais? Não é uma competição, nem uma negação de privilégios é uma constatação de que é difícil, é um desabafo, um pedido de ajuda". 


Assim começa um texto colocado no facebook por um sobrinho. Várias pessoas fizeram comentários, inclusive minha mulher, que perguntou se eu também quereria escrever para ele (no perfil dela). Comecei a escrever alguma coisa, mas acho que me entusiasmei e escrevi mais que o padrão "rede social". Por isso, mesmo já sabendo que ele não lerá minhas dicas, resolvi publicá-las (reciclagem é comigo mesmo) no velho Blogson. Talvez possam servir para algum pai fresco (de primeira viagem, bem entendido). E o ibope, é claro, ficará perto do traço. Não importa. Por isso, vamos lá.


Marcelo,
Quando seu primo mais velho nasceu eu tinha 26 anos, era pouco mais que um adolescente e quase tão irresponsável quanto. Não sabia como um pai deve se portar, se comportar. Nunca soube (e continuo sem saber) o que ensinar, o que dizer para nossos filhos. A única certeza que sempre tive é que eu os amava sem meias medidas (como continuo amando até hoje).

O pouco que eu aprendi nesses anos todos que se passaram eu posso compartilhar com você. A primeira dica é olhar para seu filho com os olhos no presente, nunca no futuro. Não tenha pressa de vê-lo sentar sozinho, engatinhar, falar “mamãe”, “papai” e coisas assim, pois ele fará tudo isso no tempo dele. Se você ficar imaginando e desejando o futuro próximo, deixará de vê-lo tal como ele é naquele instante. E o tempo passa rápido, muito rápido.

A segunda dica está relacionada com isso: abrace e beije seu filho e diga a ele o quanto você o ama, o quanto ele é importante para você. Se possível, faça isso todo dia, para que ele sempre se lembre disso. Ele terá muitas dúvidas ao longo da vida, mas nunca a incerteza de ser amado por você.

Só mais uma coisa: um dia, na adolescência, ele terá vergonha de ser visto a seu lado. Isso talvez te assuste, mas é apenas a afirmação de que ele não é mais criança. Mas passa logo, não se preocupe. Você também errará muito - e se arrependerá profundamente. Infelizmente (ou não!), tentar ser um bom pai é como trocar um  pneu com o carro em movimento. A vantagem é que também é bom demais. O importante é que você está vivendo agora o início do que imagino ser a maior emoção da sua vida. Por isso, relaxe e aproveite. Abração. Zé

2 comentários:

  1. Sou desses que se apega no mantra, e na minha cabeça o mantra repete até virar parte de mim. Na minha crisma lembro do seu discurso, que me virou um mantra: "Adultos são apenas criançcas crescidas."

    Esse mantra já é parte de mim, e agora o entendo melhor, pois a idade é uma chave desse enigma.

    Nunca vou deixar de sentir inseguranças, só vou trocá-las por novas e diferentes inseguranças. A vertigem que vem é justamente da velocidade e intensidade das novas inseguranças, mas vai passar tio!

    obrigado pelo afeto!

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    1. Rapaz, essa visita inesperada me enche de alegria! Não sei se você sabe, tenho apenas dois irmãos e dois sobrinhos biológicos (a família de meu pai tem alguma tendência à auto-extinção). Já a Ly tem uma penca de sobrinhos (que acabaram me chamando de tio também). Se houvesse um "conversor de parentesco", você seria um dos que eu escolheria para converter em "sobrinho biológico", pelo simples motivo de gostar sinceramente de você. Talvez pelo fato de você ter conseguido ser o que eu desejaria ter sido na juventude. Valeu!

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