sábado, 31 de janeiro de 2015

UM NOBEL PARA CHAMAR DE SEU

Depois que um sobrinho me perguntou por que um profissional não ligado às áreas de ciências exatas e biológicas não pode ganhar um prêmio Nobel, eu resolvi apelar, chutar o balde. Para que a verdade se restabeleça, eu nunca disse que não pode ganhar! Vamos voltar ao princípio:

Alfred Nobel foi o inventor da dinamite. Ficou rico, etc. e tal e deixou recursos e um testamento determinando a criação de uma instituição (se fosse hoje, provavelmente seria uma ONG) que premiaria anualmente “pessoas que prestaram grandes serviços à Humanidade, nos campos da paz ou da diplomacia, literatura, química, fisiologia ou medicina e física”. O prêmio de Ciências Econômicas foi criado em 1968, não sendo, portanto um Nobel legítimo.

Alguém por acaso notou que a expressão “engenharia” não foi mencionada? Pois é. Outras profissões, outros cientistas poderiam (e podem) ser merecedores de uma premiação com o status e a grana dos prêmios Nobel e de Economia. Só que a Academia Sueca e demais instituições relacionadas ao Nobel não contemplam outras especialidades. Por isso transcrevo um trecho do que escrevi (provavelmente a parte mais polêmica e menos compreendida), com alguns acréscimos esclarecedores que aparecem sublinhados:

(...) a menos que um gênio nascido aqui trabalhe e pesquise em um dos centros de excelência tecnológica existentes na Europa ou nos EUA, essa premiação (o Nobel de Física, Química ou Medicina) continuará a ser por um bom tempo muita areia para o caminhãozinho brasileiro.

Então, voltando ao tal professor de filosofia, se ele quisesse um Nobel, só poderia tentar o da Paz ou o de Literatura (a menos que tivesse formação e trabalhasse em pesquisas nas outras áreas contempladas por essa premiação). (...) Filósofos, sociólogos e outros profissionais da área de humanas podem explicar e interpretar o impacto das novas conquistas tecnológicas, mas nunca contribuirão diretamente para aumentar a produção de alimentos, por exemplo. Porque o Nobel premia apenas as pesquisas nessas áreas!

Para finalizar, informo aos 2,3 leitores deste blog que eu cheguei a pensar em estudar Religião (aos dezesseis anos), Belas Artes e Línguas (aos dezoito anos), e Psicologia (aos 19 anos), profissão que curto até hoje. E até hoje lamento não ter estudado Economia. 

Preciso também dizer que por ser um engenheiro (aposentado) pouco ortodoxo, sempre curti muito vários assuntos que nunca fizeram parte de minha formação profissional. Dentre esses, Arqueologia, Filosofia, História e congêneres. Como eu poderia desmerecer os profissionais dessas áreas se gosto tanto de ler sobre isso?

2 comentários:

  1. Pois é, seo Blogson, a publicação de seu texto lá no Marreta rendeu um comentário de um seguidor, ele é formado em filosofia e não parece ter gostado muito da coisa, não. Tentei lá botar uns panos quentes.

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    1. Pois é, Marretão, eu vi (li) o comentário dele no seu blog. Ele também apresentou no Blogson uma questão tipo "decifra-me ou te devoro", à moda da Esfinge, que me proporcionou grande diversão ao responder. Já disse que só respeito a Inteligência, e isso o Renato demonstrou ter de sobra. Então, foi um "conversa vai, conversa vem" muito divertido. Tanto, que já o considero um amigo virtual, assim como Vossa Senhoria. Caso se interesse, dê uma olhada nos comentários do Prêmio Nobel".

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