Depois que um sobrinho me perguntou por que
um profissional não ligado às áreas de ciências exatas e biológicas não pode
ganhar um prêmio Nobel, eu resolvi apelar, chutar o balde. Para que a verdade se restabeleça,
eu nunca disse que não pode ganhar! Vamos voltar ao princípio:
Alfred Nobel foi o inventor da
dinamite. Ficou rico, etc. e tal e deixou recursos e um testamento determinando
a criação de uma instituição (se fosse hoje, provavelmente seria uma ONG) que
premiaria anualmente “pessoas que
prestaram grandes serviços à Humanidade, nos campos da paz ou
da diplomacia, literatura,
química, fisiologia ou medicina e física”. O prêmio de Ciências
Econômicas foi criado em 1968, não sendo, portanto um Nobel legítimo.
Alguém por acaso notou que a expressão “engenharia” não foi mencionada? Pois é. Outras
profissões, outros cientistas poderiam (e podem) ser merecedores de uma
premiação com o status e a grana dos prêmios Nobel e de Economia. Só que a
Academia Sueca e demais instituições relacionadas ao Nobel não contemplam
outras especialidades. Por isso transcrevo um trecho do que escrevi
(provavelmente a parte mais polêmica e menos compreendida), com alguns
acréscimos esclarecedores que aparecem sublinhados:
(...) a menos que um
gênio nascido aqui trabalhe e pesquise em um dos centros de excelência
tecnológica existentes na Europa ou nos EUA, essa premiação (o Nobel de
Física, Química ou Medicina) continuará a ser por um bom tempo muita areia
para o caminhãozinho brasileiro.
Então, voltando ao tal
professor de filosofia, se ele quisesse um Nobel, só poderia tentar o da Paz ou
o de Literatura (a menos que tivesse formação e trabalhasse em pesquisas nas outras áreas contempladas por essa premiação). (...) Filósofos, sociólogos e outros profissionais da área de
humanas podem explicar e interpretar o impacto das novas conquistas
tecnológicas, mas nunca contribuirão diretamente para aumentar a produção de
alimentos, por exemplo. Porque o Nobel premia apenas as pesquisas nessas
áreas!
Para finalizar, informo aos 2,3 leitores
deste blog que eu cheguei a pensar em estudar Religião (aos dezesseis anos), Belas Artes e Línguas (aos dezoito anos), e
Psicologia (aos 19 anos), profissão que curto até hoje. E até hoje lamento não ter estudado Economia.
Preciso também dizer
que por ser um engenheiro (aposentado) pouco ortodoxo, sempre curti muito vários
assuntos que nunca fizeram parte de minha formação profissional. Dentre esses, Arqueologia,
Filosofia, História e congêneres. Como eu poderia desmerecer os profissionais dessas
áreas se gosto tanto de ler sobre isso?
Pois é, seo Blogson, a publicação de seu texto lá no Marreta rendeu um comentário de um seguidor, ele é formado em filosofia e não parece ter gostado muito da coisa, não. Tentei lá botar uns panos quentes.
ResponderExcluirPois é, Marretão, eu vi (li) o comentário dele no seu blog. Ele também apresentou no Blogson uma questão tipo "decifra-me ou te devoro", à moda da Esfinge, que me proporcionou grande diversão ao responder. Já disse que só respeito a Inteligência, e isso o Renato demonstrou ter de sobra. Então, foi um "conversa vai, conversa vem" muito divertido. Tanto, que já o considero um amigo virtual, assim como Vossa Senhoria. Caso se interesse, dê uma olhada nos comentários do Prêmio Nobel".
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