sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

ILUSÃO DE ÓTICA

Alguns dias atrás eu vi na TV um programa curioso sobre como se pode enganar a mente. Creio que todos os exemplos mostrados estavam ligados à forma como enxergamos situações e objetos previamente conhecidos. Dois deles me chamaram mais a atenção. O primeiro mostra uma cadeira amarela gigante, usada em várias situações: gente sentada, cachorro deitado, etc., pois bem, os pés da tal cadeira amarela estavam afastados do assento pelo menos uns três metros. Não era, portanto uma cadeira de verdade. Mas, como nosso cérebro está programado, está acostumado a processar a imagem de uma cadeira completa, os pés e assento separados davam a impressão de ser uma peça única, se fossem vistos em determinado alinhamento. Não sei se ficou claro, mas tudo bem. Se não entendeu, finja que sim.

Outro exemplo curioso foi a imagem de um cubo em perspectiva, feita com fita isolante, usando-se para esse efeito duas paredes. Se a pessoa se deslocasse para um lado ou se se aproximasse, veria pedaços descontinuados e desalinhados de fita pregados nas paredes, que não significavam nada isoladamente.

O que isso tem de interessante? O fato de nosso cérebro estar programado para ver determinadas situações tal como imaginamos que sejam. Na prática, para mim, isso significa que  cada pessoa pode acreditar no que quiser, até em duendes, que não tem problema nenhum (desde que não tente obrigar outras pessoas a pensar de forma igual). 

Pensando nessas situações, conectei essa informação com a postura que os radicais e fundamentalistas (de todos os tipos e matizes) e os donos da verdade adotam, fruto de uma visão simplificada, programada e simplista que têm da vida e de tudo a ela relacionado.

Falou em fé? "Só a minha é verdadeira – e sai de baixo porque eu vou passar com meu trator, ou melhor, vou passar com minhas bombas e meus fuzis automáticos".

Falou em política? “'Eu vou fazer o diabo' para implantar minha visão de mundo, mesmo que o país retroceda, mesmo que a economia vire uma zona, mesmo que eu precise comprar (com um dinheiro que não é meu) o apoio de alguns (ou centenas) de picaretas" (a autoria dessa definição - "picaretas" - aplicada aos congressistas, é do Lula).

Lamentavelmente, a maioria dos radicais jamais aceita deslocar-se para um ou outro lado para ver se a realidade que se apresenta é igual à que eles enxergam. Só conseguem olhar para frente, só em uma direção, como se tivessem com uma viseira daquelas de burro (ou cavalo) que puxa carroça. A diferença é que o burro usa não porque quer, mas porque alguém entendeu que ele deve usar.


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