terça-feira, 20 de fevereiro de 2024

TABELA DOS TEMPOS DO FIM

 
Sempre admirei o empresário Abílio Diniz, um cara que começou a trabalhar aos doze anos na Doceria Pão de Açúcar - empresa fundada por seu pai – e morreu bilionário. Não vou fazer uma síntese de sua biografia admirável, porque isto não é o tema do post de hoje. O que importa saber é que ele faleceu no domingo passado, aos 87 anos.
 
Talvez a maioria das pessoas não se preocupe com a própria morte (ainda bem!), mas eu, com meus 73 anos de vida mal vivida na maior parte do tempo, me preocupo. Na verdade, não é bem uma preocupação, é mais ou menos como a atenção que um herbívoro africano precisa ter ao beber água na beira de um rio ou poça d’água, sabendo que pode pintar um leão faminto por ali. É vigília, vigilância, atenção.
 
E é essa a minha atitude no momento, porque já notei que muita gente morre a partir dos setenta anos, que funciona quase como uma data de corte (talvez “degola” fosse a palavra mais indicada). E eu não quero que a Parca me surpreenda totalmente. Claro, quando ela chegar não será possível nenhuma negociação, será só Tchum! e fim, adeus, Jotabê.
 
Até lá, entretanto, é bom pensar no tempo que me resta para programar e aproveitar a vida, escolher os livros que quero ler, tentar voltar a dar umas nadadinhas (se a grana sobrar), coçar saco, brincar com as netas, namorar o meu Amor (com alguma ajuda química), admirar a natureza, tentar lembrar o nome das pessoas que conheço, escrever (talvez) alguma coisa para publicar no Blogson, et cetera e tal e por aí vai.
 
Por isso, resolvi fazer uma tabela do “final dos tempos”, ou melhor, "dos tempos para o final" para saber quantos anos ainda viverei se chegar até aos “x” anos, e em que ano isso acabará. Mórbido? Bobagem! Patético? Até que não! Por isso, se eu viver até uma idade próxima à do Abílio Diniz, terei ainda de 12 a 17 anos para errar bastante e me arrepender outro tanto. Olhaí:



 

11 comentários:

  1. A maioria das pessoas morre entre os 70 e 80 anos. Por isso ser cuidadoso/a é uma necessidade. Também estou bem pertinho de atingir essa bonita idade.
    .
    Cumprimentos poéticos.
    .
    Poema: “ Amor livre e consciente “
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    1. Seu poema é lindo! Quanto a essa faixa etária não vejo drama nenhum em pensar no fim próximo. Eu quero aproveitar os dias que me restam sabendo que não são muitos. E essa é a intenção semi-oculta deste post. Abraços.

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  2. Abílio Diniz viveu bastante e, principalmente, viveu bem.

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    1. e como!O livro que estou relendo diz que "ps homens não são iguais, e os poucos melhores sempre carregaram a humanidade nas costas". E o Abílio era dessa turma.

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  3. Oi, amigo!
    Tenho lido alguns posts seus e confesso que em todos, ou quase, encontro um pouco de humor e este não foge à regra.
    Com 73 anos, ainda tem muito caminho pela frente e muita coisa boa para viver e fazer.
    As tabelas nem sempre são certas, portanto não se preocupe e VIVA
    plenamente.
    Abraço cordial.

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    1. Oi, Céu, antes de mais nada preciso te contar da minha alegria ao encontrar seu comentário. Obrigado mesmo! Se eu soubesse que tipo de interesse você tem poderia sugerir uma “visita guiada” pelo blog, mas é melhor (caso se interesse, lógico) você mesma escolher onde quer ir, em qual ano e qual tipo de assunto te atrai. O blog tem 18 marcadores, cada um de acordo com o que vou sentindo. Mas não preciso te aborrecer com esses detalhes, pois ao dizer que “em todos ao posts, ou quase, encontra um pouco de humor” você matou a charada.
      Sim, instintivamente, sem perceber, sem notar eu sempre tento colocar um pouco de humor no que escrevo, até mesmo quando trato de assuntos mais “sisudos”. Talvez o motivo seja o fato de cada vez mais me levar menos a sério, mesmo que intimamente eu seja seríssimo. Seríssimo, melancólico e um pouco depressivo (acho que é mal de família, pois meu pai era assim também). Mas eu, ao contrário dele, resolvi combater esse comportamento com humor, ironia e deboche que uso principalmente para falar mal de mim mesmo. Acho que isso torna mais leve o que escrevo, apesar de assustar ou preocupar quem me lê. Mas fique tranquila, tudo o que eu quero é viver com alegria, porque a Vida pode difícil, uma coisa incompreensível, sujeita que está a muita decepção, muita dor e muito choro. E, por já ser depressivo, para mim choro só vale a pena se for de “flauta, violão e cavaquinho”, como teria dito o Noel Rosa.. Abraços (e volte sempre)

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    2. Em tempo: descobri que tenho agora mais uma autora de belas poesias para tentar seguir. Infelizmente descobri não ser possível acrescentar mais um comentário sobre seu belíssimo poema (também, quem mandou ter recebido 129 comentários?).

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    3. Boa tarde, meu amigo!
      Adorei seu comentário. Se exprimiu muito bem. Como é um pouco sisudo e depressivo, decidiu "brincar" com seus problemas. Isso denota inteligência.
      Já atualizei meu blog. Teria muito gosto em sua presença.
      Abraço.

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    4. Na verdade eu não sou exatamente sisudo, estou mais para tímido, introvertido. E, principalmente, amolecado, “sem noção” (como dizem por aqui). As pessoas que não me conhecem ou que não estão acostumadas com meu estilo ficam assustadas por eu falar tão mal de mim mesmo. Na verdade, eu adoro fazer isso, até mesmo para provocar o riso em quem me lê. Porque, para ser sincero, eu me amo e sou muito vaidoso. E tão vaidoso que não tenho problema em assumir meus defeitos (mesmo que não pense em livrar-me deles). Uma vez fiz uma brincadeira para postar no Facebook, mas acabei publicando só aqui noblog. Se tiver interesse, o link é este. Espero que se divirta.
      https://blogsoncrusoe.blogspot.com/2017/01/perfil-para-o-facebook.html

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  4. Kkkkk só você mesmo pra fazer uma postagem desse tipo.

    Outro dia estava conversando com minha sogra sobre isso de idade. Quando vamos pra academia, passear pelo parque da cidade, shopping, mercado e outros lugares, sempre vejo senhores correndo, senhoras indo pra academia, cuidando dos netos, tudo na maior sede de viver. Cheguei a conclusão de que os "senhores" tem muito mais alegria de viver do que nós, os jovens. Esse estereotipo de "senhorzinho curvado" sem muita mobilidade está caindo por terra. Os avós de hoje em dia estão na maior.
    E bato na tecla que talvez a minha geração, e me incluo nisso, estejamos curelmente desperdiçando nossa juventude. Eu me sinto melhor, mais disposta e "jovem" ao lado de pessoas mais velhas do que com gente da minha idade. Isso é preocupante, né?
    (talvez o problema esteja em mim, que penso demais... vai saber!)

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    1. Olha, Maju, eu não sei como te responder decentemente. O que posso dizer é que me sinto muito mais à vontade conversando com jovens que com gente de minha idade, pois gente mais "gasta" tem a mania do saudosismo, que eu acho uma merda. Aquele papo de "no meu tempo" é um horror. Eu gosto de gente velha que se sente velha, não fica fingindo uma juventude que não existe mais. Aparentemente eu estou dando tiro no próprio pé, mas tenho horror a homens que pintam o cabelo, idosas com roupas das netas e coisas assim. É por isso que eu me detono o tempo todo, como se dissesse "Gente, o tempo passou, dá para perceber?". Eu me sinto super bem mentalmente (apesar da depressão), porque sou bastante sem noção quando estou junto de pessoas conhecidas. Só uma coisa precisa ficar clara: eu adoro conversar com gente jovem, mas (infelizmente) serei sempre tratado como senhor, pois o "vidro espesso do Tempo" sempre existirá entre nós. Abraços.

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