Sendo da área de Exatas sou suspeitíssimo
para dar palpite sobre assuntos que não estudei e de que não entendo. Mesmo
assim, por absoluta falta de prudência e vergonha na cara gosto de palpitar
sobre tudo que atrai meu interesse e atenção. O riso, por exemplo. De onde
surgiu, por que surgiu? Para não me meter a gato mestre vou apenas tirar umas
lasquinhas desse assunto, porque não é este o tema deste post. Bora lá.
Para mim o riso pode ter tido sempre a função
de ataque ou defesa. Quando usado para atacar pode resvalar para a ofensa, a
grosseria e o bullying. Mas você ri tanto quando está alegre como quando está
preocupado, constrangido, decepcionado, ansioso, nervoso. Não sou especialista
nessas paradas, mas acredito que o riso tem o poder de relaxar, acalmar os
medos e as tensões, e é uma espécie de anti hipertensivo natural. Estou dizendo
isto para preparar o raro, o quase inexistente leitor que ainda acessa esta bagaça
para os trechos do Livro “Guia
Politicamente Incorreto da Filisofia” escrito pelo filósofo Luiz Felipe
Pondé, que resolvi publicar no blog. Você pode não concordar com seu
pensamento, mas é muito divertido conhecer suas opiniões sobre o que ele chama
de “Praga PC” a praga do
politicamente correto. Leiaí.
Este
livro não é um livro de história da filosofia, mas sim um ensaio de filosofia
do cotidiano, mais especificamente um ensaio de ironia filosófica que dialoga
com a filosofia e sua história, movido por uma intenção específica: ser
desagradável para um tipo específico de pessoa (que, espero, seja você ou
alguém que você conhece), ou, talvez, para um tipo de comportamento (que,
espero, seja o seu ou o de um amigo inteligentinho que você tem). Mas, afinal,
que tipo de pessoa? Esse tipo que vive numa “bolha de consciência social”
(nunca entendi bem o que vem a ser “consciência social”) sendo politicamente
correto, ao que, às vezes, me refiro neste ensaio como a “praga PC”. Se você é
uma delas, tenha em mim um fiel devoto inimigo. Desejo sua extinção.
A praga
PC é uma mistura de covardia, informação falsa e preocupação com a imagem.
Combina com uma época frouxa como a nossa.
Uma das
coisas que os politicamente corretos mais temem é a ética aristocrática da coragem
levada para a vida cotidiana, porque ela desvela o que há de mais terrível no
ser humano, a saber, que ele é o animal mais assustado e amedrontado do mundo.
Para os politicamente corretos, o correto é mentir sobre isso, a fim de aliviar
a agonia que temos porque sabemos que somos todos no fundo covardes e dispostos
a colaborar com nazistas (ou seus similares) se para nós for melhor em termos
de sobrevivência.
Outra
coisa que o politicamente correto detesta é a própria noção de aristocracia
(que a filosofia, já em Platão, separou da noção de “aristocracia de sangue”
para defini-la como “o governo dos mais virtuosos”), porque ela afirma que uns
poucos são melhores do que a maioria dos homens. A sensibilidade democrática
odeia esta verdade: os homens não são iguais, e os poucos melhores sempre
carregaram a humanidade nas costas.
O
problema com o politicamente correto é que ele acabou por criar uma agenda de
mentiras intelectuais (filosóficas, históricas, psicológicas, antropológicas
etc.) a serviço do “bem”, gerando censura e perseguições nas universidades e na
mídia para aqueles que ousam pôr em dúvida suas mentiras “do bem”. Grande parte
do espírito que move este livro é criticar algumas dessas mentiras ou
colocá-las sob o olhar da filosofia e de alguns filósofos.
O
politicamente correto hoje é muito amplo como fenômeno, mas sempre é
autoritário na sua essência, porque supõe estar salvando o mundo.
Para os
defensores do politicamente correto, tudo é justificado dizendo que você é
pobre, gay, negro, índio, ou seja, algumas das vítimas sociais do mundo
contemporâneo. Não se trata de dizer que não há sofrimento na história de tais
grupos, mas sim dos exageros do politicamente correto em querer fazer deles os
proprietários do monopólio do sofrimento e da capacidade de salvar o mundo. O
mundo não tem salvação.
O povo
é sempre opressor. Quando aparece politicamente, é para quebrar coisas. O povo
adere fácil e descaradamente (como aderiu nos séculos 19 e 20) a toda forma de
totalitarismo. Se der comida, casa e hospital, o povo faz qualquer coisa que
você pedir. Confiar no povo como regulador da democracia é confiar nos bons
modos de um leão à mesa. Só mentirosos e ignorantes têm orgasmos políticos com
o “povo”.
O
politicamente correto é um caso clássico de censura à liberdade de pensamento,
por isso, sob ele, o pensamento público fica pobre e repetitivo, por isso
medíocre e covarde. Quando se acentua a igualdade na democracia, amplia-se a mediocridade,
porque os covardes temem a liberdade.
Todo
mundo que pensa um pouco vive com medo da força democrática (numérica) dos
idiotas. O politicamente correto é uma das faces iradas desses idiotas.
O
encontro de Tocqueville, Nelson Rodrigues e Oakeshott é evidente: o idiota
raivoso fala sempre com força de bando e, na democracia de massa em que
vivemos, ele sim tem o poder absoluto de destruir todos os que não se submetem
a sua regra de estupidez bem adaptada.
Se gostou do que leu acima, é só esperar pelo próximo post. Se detestou, lamento dizer que ainda há "muita lenha para queimar", pois este assunto ainda renderá mais uns três posts. E deixo clara minha admiração pela cultura e ironia que o filósofo Pondé destilou em seu livro. Por isso, recomendo que o comprem, pois os posts neles baseados são formados apenas por trechos extraidos do livro. E vale a pena ler tudo (gostando ou não), só para desopilar o fígado, só para imaginar a expressão de ódio de algum amigo ou amiga politicamente correto(a). See you late, alligator!
Puxa! O sr escreve coisas serias e importante de saber, mas vou voltar e ler tudinho mais tarde, palavra de Rô. Hj vim mesmo responder a pergunta que fez lá no blog: Meu blog tem a trava para que as pessoas pensem antes de entrar e uma vez lá se surpreendam com a simplicidade de minhas bobagens do meu dia a dia.
ResponderExcluirSó por isso. Bom domingo ai na sua casa com sua família. Bju
Quer rir um pouco? siga este link: https://blogsoncrusoe.blogspot.com/2020/09/eu-me-odeeio.html
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