domingo, 25 de fevereiro de 2024

O POLITICAMENTE CORRETO NA VISÃO DE LUIZ FELIPE PONDÉ

 
Sendo da área de Exatas sou suspeitíssimo para dar palpite sobre assuntos que não estudei e de que não entendo. Mesmo assim, por absoluta falta de prudência e vergonha na cara gosto de palpitar sobre tudo que atrai meu interesse e atenção. O riso, por exemplo. De onde surgiu, por que surgiu? Para não me meter a gato mestre vou apenas tirar umas lasquinhas desse assunto, porque não é este o tema deste post. Bora lá.
 
Para mim o riso pode ter tido sempre a função de ataque ou defesa. Quando usado para atacar pode resvalar para a ofensa, a grosseria e o bullying. Mas você ri tanto quando está alegre como quando está preocupado, constrangido, decepcionado, ansioso, nervoso. Não sou especialista nessas paradas, mas acredito que o riso tem o poder de relaxar, acalmar os medos e as tensões, e é uma espécie de anti hipertensivo natural. Estou dizendo isto para preparar o raro, o quase inexistente leitor que ainda acessa esta bagaça para os trechos do Livro “Guia Politicamente Incorreto da Filisofia” escrito pelo filósofo Luiz Felipe Pondé, que resolvi publicar no blog. Você pode não concordar com seu pensamento, mas é muito divertido conhecer suas opiniões sobre o que ele chama de “Praga PC” a praga do politicamente correto. Leiaí.
 
 
Este livro não é um livro de história da filosofia, mas sim um ensaio de filosofia do cotidiano, mais especificamente um ensaio de ironia filosófica que dialoga com a filosofia e sua história, movido por uma intenção específica: ser desagradável para um tipo específico de pessoa (que, espero, seja você ou alguém que você conhece), ou, talvez, para um tipo de comportamento (que, espero, seja o seu ou o de um amigo inteligentinho que você tem). Mas, afinal, que tipo de pessoa? Esse tipo que vive numa “bolha de consciência social” (nunca entendi bem o que vem a ser “consciência social”) sendo politicamente correto, ao que, às vezes, me refiro neste ensaio como a “praga PC”. Se você é uma delas, tenha em mim um fiel devoto inimigo. Desejo sua extinção.
 
A praga PC é uma mistura de covardia, informação falsa e preocupação com a imagem. Combina com uma época frouxa como a nossa.
 
Uma das coisas que os politicamente corretos mais temem é a ética aristocrática da coragem levada para a vida cotidiana, porque ela desvela o que há de mais terrível no ser humano, a saber, que ele é o animal mais assustado e amedrontado do mundo. Para os politicamente corretos, o correto é mentir sobre isso, a fim de aliviar a agonia que temos porque sabemos que somos todos no fundo covardes e dispostos a colaborar com nazistas (ou seus similares) se para nós for melhor em termos de sobrevivência.
 
Outra coisa que o politicamente correto detesta é a própria noção de aristocracia (que a filosofia, já em Platão, separou da noção de “aristocracia de sangue” para defini-la como “o governo dos mais virtuosos”), porque ela afirma que uns poucos são melhores do que a maioria dos homens. A sensibilidade democrática odeia esta verdade: os homens não são iguais, e os poucos melhores sempre carregaram a humanidade nas costas.
 
O problema com o politicamente correto é que ele acabou por criar uma agenda de mentiras intelectuais (filosóficas, históricas, psicológicas, antropológicas etc.) a serviço do “bem”, gerando censura e perseguições nas universidades e na mídia para aqueles que ousam pôr em dúvida suas mentiras “do bem”. Grande parte do espírito que move este livro é criticar algumas dessas mentiras ou colocá-las sob o olhar da filosofia e de alguns filósofos.
 
O politicamente correto hoje é muito amplo como fenômeno, mas sempre é autoritário na sua essência, porque supõe estar salvando o mundo.
 
Para os defensores do politicamente correto, tudo é justificado dizendo que você é pobre, gay, negro, índio, ou seja, algumas das vítimas sociais do mundo contemporâneo. Não se trata de dizer que não há sofrimento na história de tais grupos, mas sim dos exageros do politicamente correto em querer fazer deles os proprietários do monopólio do sofrimento e da capacidade de salvar o mundo. O mundo não tem salvação.
 
O povo é sempre opressor. Quando aparece politicamente, é para quebrar coisas. O povo adere fácil e descaradamente (como aderiu nos séculos 19 e 20) a toda forma de totalitarismo. Se der comida, casa e hospital, o povo faz qualquer coisa que você pedir. Confiar no povo como regulador da democracia é confiar nos bons modos de um leão à mesa. Só mentirosos e ignorantes têm orgasmos políticos com o “povo”.
 
O politicamente correto é um caso clássico de censura à liberdade de pensamento, por isso, sob ele, o pensamento público fica pobre e repetitivo, por isso medíocre e covarde. Quando se acentua a igualdade na democracia, amplia-se a mediocridade, porque os covardes temem a liberdade.
 
Todo mundo que pensa um pouco vive com medo da força democrática (numérica) dos idiotas. O politicamente correto é uma das faces iradas desses idiotas.
 
O encontro de Tocqueville, Nelson Rodrigues e Oakeshott é evidente: o idiota raivoso fala sempre com força de bando e, na democracia de massa em que vivemos, ele sim tem o poder absoluto de destruir todos os que não se submetem a sua regra de estupidez bem adaptada.
 

Se gostou do que leu acima, é só esperar pelo próximo post. Se detestou, lamento dizer que ainda há "muita lenha para queimar", pois este assunto ainda renderá mais uns três posts. E deixo clara minha admiração pela cultura e ironia que o filósofo Pondé destilou em seu livro. Por isso, recomendo que o comprem, pois os posts neles baseados são formados apenas por trechos extraidos do livro. E vale a pena ler tudo (gostando ou não), só para desopilar o fígado, só para imaginar a expressão de ódio de algum amigo ou amiga politicamente correto(a). See you late, alligator!

2 comentários:

  1. Puxa! O sr escreve coisas serias e importante de saber, mas vou voltar e ler tudinho mais tarde, palavra de Rô. Hj vim mesmo responder a pergunta que fez lá no blog: Meu blog tem a trava para que as pessoas pensem antes de entrar e uma vez lá se surpreendam com a simplicidade de minhas bobagens do meu dia a dia.
    Só por isso. Bom domingo ai na sua casa com sua família. Bju

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Quer rir um pouco? siga este link: https://blogsoncrusoe.blogspot.com/2020/09/eu-me-odeeio.html

      Excluir

ANIME-SE, JOTABÊ!

  Fiquei muito feliz depois de publicar o primeiro e-book com 60 poesias escritas ao longo de 10 anos de blog, pois tinha passado de bloguei...