Há muito tempo ganhei de presente de um dos
filhos o livro “Guia Politicamente
Incorreto da Filosofia – Ensaio de Ironia”, de Luiz Felipe Pondé. Livros
são os presentes que mais ganho de meus filhos. Se isso é bom por não ter que
enfiar a mão no bolso para comprá-los, por outro lado acaba criando um problema
pela falta de espaço para os guardar. Por isso, resolvi me desapegar (palavra
da moda) de alguns. Separei vinte deles e os ofereci para filhos, noras e
parentes. Descobri que não me lembro de mais nada do que li (pois é...), talvez
pelo fato de ler até três livros simultaneamente – ou memória apagada pela velhice
mesmo.
Resolvi reler o livro do Pondé e estou me divertindo muito com a ironia utilizada para malhar o comportamento politicamente correto. Mas quem é Luiz Felipe Pondé?, poderão perguntar alguns leitores. Segundo a Wikipédia, Pondé é entre outras coisas um filósofo pernambucano filho de um militar católico e mãe judia. Morou em Israel, onde conheceu sua esposa israelense e também judia em um kibutz. Como a vida não é só diversão, fez pós-doutorado na Universidade de Tel Aviv. A partir de agora, trechos de seu verbete na Wikipédia:
A ideia e a filosofia de Pondé baseiam-se num certo pessimismo, na valorização das tradições religiosas ocidentais e no combate ao pensamento politicamente correto nos meios universitários. Define-se como um "rato de universidade" e carrega fortes influências do filósofo alemão Friedrich Nietzsche e do existencialismo.
Fã declarado de Nelson Rodrigues, muitas vezes se expressa por meio de aforismos sobre o cotidiano:
“Sem hipocrisia não há civilização - e isso é a prova de que somos desgraçados: precisamos da falta de caráter como cimento da vida coletiva”.
Pondé tem sido ávido divulgador do pensamento que nomeia como "liberal-conservative”. Em política Luiz Felipe Pondé se define como liberal-conservador, defendendo o liberalismo na economia e na moral, e o conservadorismo na política.
Em abril de 2021, Pondé defendeu o impeachment de Jair Bolsonaro. Fazendo referência ao cenário hipotético para as eleições de 2022, ele escreveu: "Num cenário de horror eleitoral em 2022, Bolsonaro é o Alien eLula é o Predador. Numa eventual disputa no segundo turno em 2022 entre Bolsonaro e Lula, a sensibilidade conservadora indica que o Lula seria a opção menos ruim". Segundo Pondé, Lula representaria o “conservadorismo” no embate contra Bolsonaro em 2022.
Também escreveu que: “Lula faz acordos melhor do que Bolsonaro. Tem uma tendência apaziguadora e é muito mais inteligente. Provavelmente aprendeu um tanto nesses anos e pode querer imitar Mandela: nada de vinganças. Bolsonaro é um zumbi. A praga petista foi seguida pelo apocalipse zumbi dos bolsonaristas comedores de cérebro. Patinamos até hoje”.
O professor de filosofia já havia declarado voto contra Bolsonaro anteriormente. Em 2016, em entrevista cedida ao Roda Viva, apesar de ter dito que "o PSOL é o fim da picada" sic, declarou que, se forçado a escolher entre o psolista Jean Wyllys e Bolsonaro, "provavelmente" escolheria o primeiro, recebendo sorrisos dos entrevistadores do programa. Pondé também é um opositor da presidenciável da direita francesa, nas eleições de : Marine Le Pen, afirmando que seria um desastre se ela ganhasse. Também é um crítico do ex-presidente conservador estadunidense Donald Trump.
Só essa opinião sobre nosso “estimado” ex-presidente já conquistou minha simpatia pelo escritor, aumentada mais ainda por sua visão sobre religião.
Pondé é crítico do ateísmo materialista, entendido por ele como filosoficamente raso e aborrecido. Mesmo não sendo seguidor de nenhuma religião em especial, encontra na hipótese do Deus bíblico algo atraente e belo. No entanto a posição pessoal de Pondé diante da crença em Deus é dúbia. Algumas de suas opiniões expressas durante entrevistas demonstram isso:
“Na realidade não é que eu deixei de ser ateu, filosoficamente eu continuo ateu, quero dizer, continuo achando o ateísmo a hipótese mais fácil na filosofia. Agora, eu acho 'Deus' um conceito, o maior conceito que a filosofia humana já produziu. Eu acho muito mais interessante se 'Deus' existir. Agora, pra mim é muito fácil ser ateu”.
“Não fico me perguntando por que tal fato aconteceu comigo. Algo diferente entre mim e a maioria dos ateus que conheço é que eu não tenho bode de Deus, não tenho raiva Dele, nem acho que sacaneou ninguém. Já vivi a perda de pai, mãe e uma irmã que morreu dois anos atrás e, nesses momentos, não é que não exista sofrimento, mas não é um sofrimento pautado por revolta ou que exige explicação. Aceito. Me aceito como mortal. Agora, tenho alma, sou muito sensorial. Vou para a ópera e choro, as sensações regem a forma como me relaciono com o mundo”.
"Comecei a achar o ateísmo aborrecido do ponto de vista filosófico. A hipótese do Deus bíblico, na qual estamos ligados a um enredo e um drama morais muito maiores do que o átomo, me atraiu. (...) Tenho a clara sensação de que às vezes acontecem milagres. Só encontro isso na tradição teológica".
Também já se declarou como ateu não praticante.
Assim pensa o autor do Guia Politicamente Incorreto... que estou lendo. E estou me divertindo tanto que talvez faça um post com trechos extraídos desse livro. E se alguém quiser comentar, aplaudindo ou condenando o que acabou de ler, sinta-se à vontade, pois aqui, mesmo que eu discorde do que for dito, não há censura, aqui todos os comentários são publicados.
Resolvi reler o livro do Pondé e estou me divertindo muito com a ironia utilizada para malhar o comportamento politicamente correto. Mas quem é Luiz Felipe Pondé?, poderão perguntar alguns leitores. Segundo a Wikipédia, Pondé é entre outras coisas um filósofo pernambucano filho de um militar católico e mãe judia. Morou em Israel, onde conheceu sua esposa israelense e também judia em um kibutz. Como a vida não é só diversão, fez pós-doutorado na Universidade de Tel Aviv. A partir de agora, trechos de seu verbete na Wikipédia:
A ideia e a filosofia de Pondé baseiam-se num certo pessimismo, na valorização das tradições religiosas ocidentais e no combate ao pensamento politicamente correto nos meios universitários. Define-se como um "rato de universidade" e carrega fortes influências do filósofo alemão Friedrich Nietzsche e do existencialismo.
Fã declarado de Nelson Rodrigues, muitas vezes se expressa por meio de aforismos sobre o cotidiano:
“Sem hipocrisia não há civilização - e isso é a prova de que somos desgraçados: precisamos da falta de caráter como cimento da vida coletiva”.
Pondé tem sido ávido divulgador do pensamento que nomeia como "liberal-conservative”. Em política Luiz Felipe Pondé se define como liberal-conservador, defendendo o liberalismo na economia e na moral, e o conservadorismo na política.
Em abril de 2021, Pondé defendeu o impeachment de Jair Bolsonaro. Fazendo referência ao cenário hipotético para as eleições de 2022, ele escreveu: "Num cenário de horror eleitoral em 2022, Bolsonaro é o Alien eLula é o Predador. Numa eventual disputa no segundo turno em 2022 entre Bolsonaro e Lula, a sensibilidade conservadora indica que o Lula seria a opção menos ruim". Segundo Pondé, Lula representaria o “conservadorismo” no embate contra Bolsonaro em 2022.
Também escreveu que: “Lula faz acordos melhor do que Bolsonaro. Tem uma tendência apaziguadora e é muito mais inteligente. Provavelmente aprendeu um tanto nesses anos e pode querer imitar Mandela: nada de vinganças. Bolsonaro é um zumbi. A praga petista foi seguida pelo apocalipse zumbi dos bolsonaristas comedores de cérebro. Patinamos até hoje”.
O professor de filosofia já havia declarado voto contra Bolsonaro anteriormente. Em 2016, em entrevista cedida ao Roda Viva, apesar de ter dito que "o PSOL é o fim da picada" sic, declarou que, se forçado a escolher entre o psolista Jean Wyllys e Bolsonaro, "provavelmente" escolheria o primeiro, recebendo sorrisos dos entrevistadores do programa. Pondé também é um opositor da presidenciável da direita francesa, nas eleições de : Marine Le Pen, afirmando que seria um desastre se ela ganhasse. Também é um crítico do ex-presidente conservador estadunidense Donald Trump.
Só essa opinião sobre nosso “estimado” ex-presidente já conquistou minha simpatia pelo escritor, aumentada mais ainda por sua visão sobre religião.
Pondé é crítico do ateísmo materialista, entendido por ele como filosoficamente raso e aborrecido. Mesmo não sendo seguidor de nenhuma religião em especial, encontra na hipótese do Deus bíblico algo atraente e belo. No entanto a posição pessoal de Pondé diante da crença em Deus é dúbia. Algumas de suas opiniões expressas durante entrevistas demonstram isso:
“Na realidade não é que eu deixei de ser ateu, filosoficamente eu continuo ateu, quero dizer, continuo achando o ateísmo a hipótese mais fácil na filosofia. Agora, eu acho 'Deus' um conceito, o maior conceito que a filosofia humana já produziu. Eu acho muito mais interessante se 'Deus' existir. Agora, pra mim é muito fácil ser ateu”.
“Não fico me perguntando por que tal fato aconteceu comigo. Algo diferente entre mim e a maioria dos ateus que conheço é que eu não tenho bode de Deus, não tenho raiva Dele, nem acho que sacaneou ninguém. Já vivi a perda de pai, mãe e uma irmã que morreu dois anos atrás e, nesses momentos, não é que não exista sofrimento, mas não é um sofrimento pautado por revolta ou que exige explicação. Aceito. Me aceito como mortal. Agora, tenho alma, sou muito sensorial. Vou para a ópera e choro, as sensações regem a forma como me relaciono com o mundo”.
"Comecei a achar o ateísmo aborrecido do ponto de vista filosófico. A hipótese do Deus bíblico, na qual estamos ligados a um enredo e um drama morais muito maiores do que o átomo, me atraiu. (...) Tenho a clara sensação de que às vezes acontecem milagres. Só encontro isso na tradição teológica".
Também já se declarou como ateu não praticante.
Assim pensa o autor do Guia Politicamente Incorreto... que estou lendo. E estou me divertindo tanto que talvez faça um post com trechos extraídos desse livro. E se alguém quiser comentar, aplaudindo ou condenando o que acabou de ler, sinta-se à vontade, pois aqui, mesmo que eu discorde do que for dito, não há censura, aqui todos os comentários são publicados.
Ler desenvolve o cérebro e acalma o coração. Faz bem em ler muito. Parabéns. Cumprimentos poéticos
ResponderExcluirObrigado, Ryk@rdo. Ler sempre foi um de meus prazeres. Abraços
ExcluirJotabê,
ResponderExcluirTenho vivido um tempo
de muitas leituras.
Ler me ajuda a pensar melhor
e me sinto crescendo como pessoa.
Leio em 3 formatos: papel, no celular
ou computador e ouvindo
que chamam Epub; papel
sempre é o preferido, mas
é bom ter recursos que preencham
lacunas no meu tempo.
Vou adorar se me visitar no
Espelhando.
Bjins
CatiahoAlc.
Oi, Catiaho, já visitei seu blog algumas vezes desde o dia que recebi seu primeiro convite. Espero que esteja encontrando divertimento nos posts aqui do Blogson.
ExcluirGente! Vc escreve bem hein! Bju
ResponderExcluirObrigado, Rô, eu também gosto muito dos seus textos.
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