Lá pela década de
1980, em uma das empresas onde trabalhei, fui colega de um senhor idoso, afável
e muito simpático, tratado por todos como “Major”, sua última patente militar antes
de ser reformado. Era da Arma de Cavalaria.
Segundo esse senhor, os militares da Cavalaria são normalmente mais abrutalhados, toscos e sem noção que os das outras Armas. Contou-me sobre um de patente mais graduada, que levantava a perna, soltava um flato (peidava) e dizia “Cavalaria!”. Ao arrotar, fazia o mesmo. Devia ser a autêntica expressão do “pride in being rude”, do orgulho da própria grossura (ou rudeza). Segundo meu colega, uma característica comum naquela Arma.
O tempo passou e alguns militares oriundos de outras Armas parecem ter sido contaminados por essa deselegância. Talvez seja esse o caso de um ex-presidente que serviu na arma de Artilharia até ser defenestrado de seu posto de capitão por mau comportamento,
O boquirroto senhor mostrou-se pródigo no uso de palavras de baixo calão durante reunião com seus ministros. Lembrando o caso contado por meu colega, se todas as vezes que o ex-presidente dissesse “caralho”, “porra”, “fodido”, “puta que o pariu” e “cagada” seus auxiliares gritassem “cavalão!”, talvez os presentes imaginassem que o recinto seria invadido pela Cavalaria.
Segundo esse senhor, os militares da Cavalaria são normalmente mais abrutalhados, toscos e sem noção que os das outras Armas. Contou-me sobre um de patente mais graduada, que levantava a perna, soltava um flato (peidava) e dizia “Cavalaria!”. Ao arrotar, fazia o mesmo. Devia ser a autêntica expressão do “pride in being rude”, do orgulho da própria grossura (ou rudeza). Segundo meu colega, uma característica comum naquela Arma.
O tempo passou e alguns militares oriundos de outras Armas parecem ter sido contaminados por essa deselegância. Talvez seja esse o caso de um ex-presidente que serviu na arma de Artilharia até ser defenestrado de seu posto de capitão por mau comportamento,
O boquirroto senhor mostrou-se pródigo no uso de palavras de baixo calão durante reunião com seus ministros. Lembrando o caso contado por meu colega, se todas as vezes que o ex-presidente dissesse “caralho”, “porra”, “fodido”, “puta que o pariu” e “cagada” seus auxiliares gritassem “cavalão!”, talvez os presentes imaginassem que o recinto seria invadido pela Cavalaria.
Dizem que rir de si mesmo tem um efeito libertador, mas acredito que rir dos outros quando o ridículo começa a extravazar também ajuda a neutralizar a raiva e a decepção. Talvez por isso tenha tanta simpatia e admiração por gente como os falecidos Chico Anísio e Jô Soares humoristas geniais, verdadeiros “bobos da corte” que colocavam o dedo na ferida dos poderosos.
Eu continuo buscando o riso, continuo procurando o humor escondido, semioculto, não percebido na seriedade engravatada, de colarinho branco, nas meias verdades, nas crenças equivocadas e no ridículo que surge no dia a dia. Creio na Ciência mesmo que ela abale ou destrua minha crença religiosa. Mas consigo fazer piadas e rir disso, pois a única certeza que tenho hoje é de que não há verdades absolutas. Como teria dito Heráclito de Éfeso, “a única constante é a mudança”. Por isso, fico tentado a ironizar e rir de quem tem crenças imutáveis e pensamentos arraigados. A minha crença é na descrença, a minha fé é na falta de fé, a minha verdade é a falta de verdades eternas.
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