Todo mundo gosta de ver uma retrospectiva quando o ano chega a seu final, não é mesmo? As emissoras de TV sempre fazem isso, mas parece que têm também a intenção de sacanear os espectadores, pois sempre exibem esses programas quando já está todo mundo enchendo a cara, comendo igual a um ogro, conversando alto ou fazendo performances ridículas ao som de Sidney Magal. Ou seja, todo mundo está pouco se lixando para um resumo do que aconteceu no ano que está chegando ao fim.
sexta-feira, 31 de dezembro de 2021
RETROSPECTIVA DE FIM DE ANO
Todo mundo gosta de ver uma retrospectiva quando o ano chega a seu final, não é mesmo? As emissoras de TV sempre fazem isso, mas parece que têm também a intenção de sacanear os espectadores, pois sempre exibem esses programas quando já está todo mundo enchendo a cara, comendo igual a um ogro, conversando alto ou fazendo performances ridículas ao som de Sidney Magal. Ou seja, todo mundo está pouco se lixando para um resumo do que aconteceu no ano que está chegando ao fim.
Para terminar com chave de bronze (é, porque eu sou quase da Idade do Bronze), desejo aos meus doze amigos virtuais e a todos os malucos que tropeçam neste ninho de mafagafos, ou melhor, de má fé e gafes um Feliz ano novo para todos, com menos Covid, mais imunização e mais bom senso (o blog fica dispensado deste último desejo). Fui.
quinta-feira, 30 de dezembro de 2021
REQUIESCAT IN PACE
Lya Luft
morreu hoje, aos 83 anos de idade. Fiquei super triste ao receber essa notícia,
pois era (sou) fã de suas crônicas elegantes e super bem escritas. Uma dessas
crônicas foi durante muito tempo o post com maior número de visualizações no
blog. Transcrevo a seguir um texto que escrevi em 2016 para apresentar essa
crônica, como minha sincera homenagem a uma grande, imensa escritora. Requiescat
in pace, Lya Luft.
Sou fã da Lya Luft. Para
quem não sabe, Lya Luft é escritora e tem 77 anos. Uma escritora já senhora,
pode-se dizer. Mas, acima de tudo, uma senhora escritora, autora de mais de
vinte livros (que nunca li, para ser sincero) e tradutora de mais de cem
livros. Além disso, é cronista da revista VEJA, onde descobri seus textos
elegantes, sóbrios e reflexivos.
Pois bem, minha reverência hoje é para ela e
para sua crônica mais recente publicada em VEJA. Seus textos (as crônicas, pelo
menos) nunca trazem palavras chulas ou vulgares, pois ela parece não precisar
se apoiar nesse tipo de recurso. Como disse, seus textos sempre são elegantes e
sóbrios – e de leitura agradabilíssima. Uma lady.
Por isso, achei curioso ela dizer
que tem “escolhido muito cuidadosamente” suas palavras “nas
tantas dezenas, já centenas, de artigos” publicados em VEJA. Mais adiante,
comenta que “aos poucos as palavras começam a fugir dos arreios que a
prudência lhes tem imposto, e reclamam, e se agitam, e se queixam, exigindo que
as deixe brotar naturalmente”. E fiquei pensando quais palavras estariam “fugindo
dos arreios”. Seria a palavra “trouxa”, usada no texto como gíria?
Talvez seja isso, pois seus textos são sempre
tão limpos, claros e não apelativos que não consigo imaginar suas palavras “fugindo
dos arreios”. Talvez por isso eu tenha desejado compartilhar essa crônica tão
bem escrita, pois meus textos são sempre mancos, estropiados, mal arreados e
com andadura claudicante.
Que mais eu posso falar? Só dizer, à moda dos
fãs quando veem seus ídolos: “Lya Luft, eu te amo! Lya Luft, eu te amo!”
AS CARTAS NÃO MENTEM
À medida que o fim do ano vai se aproximando
eu vou ficando cada vez mais inquieto. E o motivo é a quase certeza da presença
de astrólogos, numerólogos, videntes, cartomantes, tarólogos, sensitivos e todo tipo de
gente capaz de prever o futuro em certos programas da TV aberta – tipo Sonia Abrão,
Ratinho, Rodrigo Faro e congêneres.
O nível de respeito que esses profissionais provocam em mim é difícil de ser mensurado. Sinônimo de nenhum. E o motivo é simples: não houve nenhum filhadaputa capaz de prever a pandemia e seu impacto na vida das pessoas!
Talvez a explicação para isso seja um problema de escala, de proximidade. Fazer previsões de natureza global ou até mesmo continental deve ser muito difícil. Para começar, os futurólogos precisam ter um conhecimento que vá além de detalhes da vida dos famosos. Se um mínimo de conhecimento sobre economia, saúde pública, meio ambiente, política internacional já é tarefa difícil até para presidente da república, que dirá para um especialista no manejo de cartas ou conchas!
Mas o linguajar meio hermético, meio dúbio, os silêncios e suspiros não são para qualquer um. Ou melhor, são para qualquer um sim, mas só se esse um quiser ser enganado, confundido e convencido. Dizer que no próximo ano "um cantor sertanejo morrerá" é mole, por dois motivos: o que mais tem hoje em dia é cantor sertanejo, é quase um agronegócio. Sem contar que existem alguns que "já estão devendo cemitério", como dizia meu sogro.
O nível de respeito que esses profissionais provocam em mim é difícil de ser mensurado. Sinônimo de nenhum. E o motivo é simples: não houve nenhum filhadaputa capaz de prever a pandemia e seu impacto na vida das pessoas!
Talvez a explicação para isso seja um problema de escala, de proximidade. Fazer previsões de natureza global ou até mesmo continental deve ser muito difícil. Para começar, os futurólogos precisam ter um conhecimento que vá além de detalhes da vida dos famosos. Se um mínimo de conhecimento sobre economia, saúde pública, meio ambiente, política internacional já é tarefa difícil até para presidente da república, que dirá para um especialista no manejo de cartas ou conchas!
Mas o linguajar meio hermético, meio dúbio, os silêncios e suspiros não são para qualquer um. Ou melhor, são para qualquer um sim, mas só se esse um quiser ser enganado, confundido e convencido. Dizer que no próximo ano "um cantor sertanejo morrerá" é mole, por dois motivos: o que mais tem hoje em dia é cantor sertanejo, é quase um agronegócio. Sem contar que existem alguns que "já estão devendo cemitério", como dizia meu sogro.
Eu acredito que o “script” seguido por essa moçada que se vende como porta-voz do futuro deveria ser
atualizado ou alterado radicalmente, pois já está muito surrado. Por exemplo, fico imaginando como seria bacana um astrólogo
(não, o Olavo já está velho) meio garanhão, dizendo algo assim para uma
consulente gostosa:
- Platão está agora na segunda casa de Andrômeda. Essa confluência indica que a sua felicidade no próximo ano só acontecerá a partir do momento em que der para mim.
Ou, se durante um jogo de búzios, a especialista fizer para um investidor em imóveis essa grave e preocupante afirmação:
- Os búzios estão dizendo que é melhor não confiar em Búzios!
- Platão está agora na segunda casa de Andrômeda. Essa confluência indica que a sua felicidade no próximo ano só acontecerá a partir do momento em que der para mim.
Ou, se durante um jogo de búzios, a especialista fizer para um investidor em imóveis essa grave e preocupante afirmação:
- Os búzios estão dizendo que é melhor não confiar em Búzios!
Ou esta outra:
- Os astros dizem que sua situação imunológica não está boa. Por isso, é melhor que você seja vacinado o mais rápido possível.
- Os astros dizem que sua situação imunológica não está boa. Por isso, é melhor que você seja vacinado o mais rápido possível.
Mas o pessoal gosta mesmo é de dizer que alguém muito famoso morrerá, coisas assim. Política também é um terreno fértil para previsões. É o caso, por exemplo, de uma sensitiva chamada Márcia, que fez a primeira previsão para o próximo ano de que tomei conhecimento. Segundo ela, Lula será eleito presidente em 2022. E disse isso com tanta segurança que me deixou impressionado. Uau, até parece que viu as pesquisas mais recentes da Datafolha e de outros institutos!
terça-feira, 28 de dezembro de 2021
TÁ BOA, SANTA?
O BBC News é um site muito legal (que eu recomendo para quem não conhece), pois traz artigos e reportagens que abordam curiosidades e informações divertidas, ótimas para aliviar (desopilar) um fígado destroçado pelas babaquices diárias que a tchurma de Brasília costuma produzir, divulgar ou falar. Pensando bem, não é “de Brasília”, mas “em Brasília”, pois espero que esse pesadelo acabe em 2022.
O mesmo jornal, em 28 de novembro, havia publicado um verdadeiro manifesto em defesa do Vovô Índio — sob o título "Vamos fazer um Natal brasileiro?" — e, em 20 de dezembro, uma declaração de guerra ao bom velhinho — "Pela deposição de Papai Noel" era o nome do texto.
O que se sabe é que sua versão mais bem-acabada terminou divulgada por obra de simpatizantes do integralismo, movimento nacionalista que ficou conhecido como uma espécie de fascismo brasileiro.
"Houve um grande esforço da intelectualidade nacionalista brasileira, principalmente uma intelectualidade de direita dos anos 1930, no sentido de criar essa fábula do Vovô Índio como contraponto ao Papai Noel", diz o historiador Leandro Pereira Gonçalves, professor na Universidade Federal de Juiz de Fora e autor de, entre outros, O Fascismo em Camisas Verdes: do Integralismo ao Neointegralismo.
Ele contextualiza, contudo, que se a simbologia nacional era muito importante ao movimento integralista, ele não foi criado pelos integralistas — foi, sim, utilizado por seus militantes.
"Para os integralistas, o Papai Noel era uma influência ianque. O Vovô Índio representava o caboclo, o cara que estava no mato como o brasileiro, essencialmente brasileiro", comenta Doria.
"É o resultado da busca que todo fascismo tem pela visão idealizada do que é o seu povo."
"Ele, assim, se consolidou na AIB e foi adotado por Getúlio [Vargas] porque fazia sentido de acordo com essa visão", acrescenta.
"O debate da simbologia natalina realmente presente no integralismo brasileiro não é necessariamente o Vovô Índio, mas a valorização do nascimento de Jesus", argumenta o historiador.
Ao mesmo tempo, os integralistas sempre ironizavam a figura do Papai Noel, considerando-a incompatível com o Natal de verão brasileiro.
"O Vovô Índio ficou reservado ao aspecto de uma intelectualidade, da utopia do militante nacionalista em busca de uma alternativa ao capitalismo", comenta o historiador.
https://www.bbc.com/portuguese/geral-59754485
segunda-feira, 27 de dezembro de 2021
PESCANDO LAMBARI
Estava de bobeira vendo o documentário Get Back quando me deu vontade de saber
na opção "Agora" das "Estatísticas" do blog o que algum
leitor poderia ter acessado. E descobri que alguém acessou o post com as frases
geniais do Barão de Itararé. Lendo os comentários e as respostas que dei,
descobri uma frase simpatiquinha de minha autoria. Resolvi jogá-la no facebook.
Como não tinha nada de novo para postar, resolvi pescá-la para publicar aqui no
velho Blogson. Mas é só uma pesca de lambari - e lambari miudinho. Olhaí.
domingo, 26 de dezembro de 2021
CURIOSIDADES E COINCIDÊNCIAS
Este assunto já está meio rançoso, mas nosso presidente insiste em sua busca por mais rejeição - além daquela que já possui com sobra. Talvez por isso continue a desqualificar e duvidar das vacinas. Agindo assim influencia e satisfaz os imbecis, os ignorantes, as toupeiras e todo tipo de vivente anestesiado que cisma de usar viseiras. Pensando bem, os ungulados do gênero Equus devem ser deixados fora disso, pois nada têm a ver com mitos, mesmo que esses mitos sejam do tipo Cavalão. E só usam antolhos contra a vontade.
Estou dizendo isso apenas para apresentar uma
“curiosidade”. Tão visível e tão óbvia que é impossível imaginar que ninguém
tenha ainda mostrado gráficos assim para "ele". E o que esses gráficos mostram de
tão especial? Isto: a possibilidade de comparar duas curvas correspondentes ao
mesmo período de tempo – janeiro a novembro de 2021. A primeira mostra o
acumulado mensal das pessoas que tomaram a primeira dose da vacina contra a
Covid. A segunda exibe a curva correspondente às mortes provocadas por essa
doença. Acho que não preciso dizer mais nada, concordam?
quinta-feira, 23 de dezembro de 2021
MATERIAL DIDÁTICO
Como todos sabem, Jotabê é um incansável defensor da educação de qualidade e, mais que ninguém, sabe que uma imagem vale mais que mil palavras (mesmo que isso seja um clichê até puído, de tão gasto e usado). Por isso, resolveu criar um material didático a ser utilizado nas aulas de geografia e graciosamente fornecido aos pimpolhos do ensino fundamental (sugestão de preço superfaturado: R$500,00/unidade).
Porque, como todos sabemos, a Terra é plana, uma informação nem sempre fácil de transmitir, diante de tantas propagandas enganosas que turvam os pensamentos surgidos em cabecinhas inocentes.
Por exemplo, quer propaganda mais perturbadora que a que dizia "O mundo gira e a Luzitana roda"? Obviamente a situação correta é o inverso disso, ou seja, o mundo roda e a lusitana gira - ou vira ("roda, roda e vira, solta a roda e vem"). E como uma palavra vale mais que mil imagens, a palavra é globo terrestre. Olha o lindinho aí.
ADENDO PÓS PUBLICAÇÃO, PARA ATENDER A UM AMIGO:
Olha o sistema solar aí, Scant!
quarta-feira, 22 de dezembro de 2021
QUESQU'IL Y A AVEC TON DINDON?
Li uma reportagem curiosa no site da BBC News sobre como o peru se transformou no prato principal do Natal. Mas a curiosidade que mencionei é que tanto se fala do peru de natal quanto dos hábitos alimentares do bispo de Salisbury, no Reino Unido. E nem dá para fazer aquela pergunta clássica das aulinhas de francês - Quesqu'il y a avec ton dindon?, porque, segundo a reportagem, só décadas depois o peru foi introduzido no meio da nobreza européia (isso ficou meio esquisito!).
A reportagem conta que em “25 de dezembro de 1406, o bispo de Salisbury, no Reino Unido,
sentou-se à mesa para sua ceia de Natal). (...)
A refeição era modesta, pelos padrões costumeiros do bispo - apenas 97 pessoas foram convidadas. O cardápio era abundantemente carnívoro e parecia mais um zoológico. Havia metade de uma vaca, três carneiros, 24 coelhos, um porco, metade de um javali silvestre, sete leitões, dois cisnes, duas galinhas d'água, quatro patos-reais, 20 narcejas (aves pernaltas com longos bicos que balem como cabras), 10 capões (frangos capados) e três marrecos.
Naquele ano o dia de Natal ocorreu em um sábado - um dia de adoração, no qual tecnicamente as pessoas deveriam comer apenas peixe. Por isso, o bispo também encomendou alguns animais aquáticos.
Ao
todo, foram servidos aos convidados 50 arenques-brancos (em conserva, como
filés enrolados), 50 arenques-vermelhos (arenques tão salgados que assumem
coloração vermelho-cobre), três longas enguias-do-mar, 200 ostras e 100
caracóis.
Naquela época, não havia garfos, e as pessoas não usavam pratos individuais nas refeições. Os garfos ainda não haviam chegado à Inglaterra e os pratos somente seriam inventados no século 17.
Com apenas facas e colheres à disposição, Mitford e seus convidados comiam os alimentos fatiados ou moídos, para que pudessem ser servidos sobre grossas fatias redondas de pão” (...). Talvez tenha sido daí que surgiu a expressão "Está metendo a colher onde não foi chamado".
Outra informação curiosa e, para mim, a mais surpreendente, foi a melhora da alimentação provocada pela Peste Negra. Segundo a reportagem, “embora os nobres tenham sempre passado bem, um aspecto da vida - que inclui o Natal - havia acabado de melhorar para todos no final do século 14. Foi um efeito colateral inesperado de uma tragédia global: a Grande Peste.
Antes da Peste, a maioria das pessoas sobrevivia principalmente à base de alimentos preparados com cereais, como pães e uma espécie de mingau feito de trigo picado fervido com leite ou caldo de animais. (...) quando a Grande Peste se espalhou pela Europa, a Ásia e o norte da África, em meados do século 14, ela varreu algo entre 30% e 40% da população do planeta - e os sobreviventes perceberam que havia muito mais alimentos disponíveis.
A pandemia matou as pessoas, e não os animais. Por isso, o equilíbrio mudou muito a partir dali".
Independente da maior ou menor disponibilidade de alimentos para a ralé, não se pode negar que o bispo era muito bom de festas (e devia também ser bom de grana. Sabe como é, uma doação aqui, outra doação ali, etc.). “O bispo Mitford celebrava todos os 12 dias do Natal e recebia 137 pessoas para celebrar a “12ª Noite” – a noite de Reis, uma festa maior que a do dia de Natal”. Mitford! Ou, melhor, muito foda (trocadilho totalmente dispensável!).
Naquela época, não havia garfos, e as pessoas não usavam pratos individuais nas refeições. Os garfos ainda não haviam chegado à Inglaterra e os pratos somente seriam inventados no século 17.
Com apenas facas e colheres à disposição, Mitford e seus convidados comiam os alimentos fatiados ou moídos, para que pudessem ser servidos sobre grossas fatias redondas de pão” (...). Talvez tenha sido daí que surgiu a expressão "Está metendo a colher onde não foi chamado".
Outra informação curiosa e, para mim, a mais surpreendente, foi a melhora da alimentação provocada pela Peste Negra. Segundo a reportagem, “embora os nobres tenham sempre passado bem, um aspecto da vida - que inclui o Natal - havia acabado de melhorar para todos no final do século 14. Foi um efeito colateral inesperado de uma tragédia global: a Grande Peste.
Antes da Peste, a maioria das pessoas sobrevivia principalmente à base de alimentos preparados com cereais, como pães e uma espécie de mingau feito de trigo picado fervido com leite ou caldo de animais. (...) quando a Grande Peste se espalhou pela Europa, a Ásia e o norte da África, em meados do século 14, ela varreu algo entre 30% e 40% da população do planeta - e os sobreviventes perceberam que havia muito mais alimentos disponíveis.
A pandemia matou as pessoas, e não os animais. Por isso, o equilíbrio mudou muito a partir dali".
Independente da maior ou menor disponibilidade de alimentos para a ralé, não se pode negar que o bispo era muito bom de festas (e devia também ser bom de grana. Sabe como é, uma doação aqui, outra doação ali, etc.). “O bispo Mitford celebrava todos os 12 dias do Natal e recebia 137 pessoas para celebrar a “12ª Noite” – a noite de Reis, uma festa maior que a do dia de Natal”. Mitford! Ou, melhor, muito foda (trocadilho totalmente dispensável!).
O que dá para concluir é que ser bispo sempre foi uma boa, pouco importando se em 1406 ou nos dias atuais. Não é mesmo, Edir?
sábado, 18 de dezembro de 2021
¿QUE POLA ES ESA?
Hoje eu li uma notícia de tal (i)relevância
que não resisti ao desejo de comentá-la. E faço isso meio cabreiro, pois sei
estar invadindo os domínios do implacável titular do blog A Marreta do Azarão. Mas tentarei agir
como a hiena na disputa com um leão para descolar (talvez arrancar fosse o
termo mais apropriado) um pedaço do gnu que o rei dos animais guarda com zelo e
extrema ferocidade. Eu sou uma espécie de hiena do bem, não exatamente a que ri o tempo
todo, mas aquela da excursão ao zoológico. Não sabe qual? Acho que preciso
contar (questão de contexto, entende?).
Diz a lenda que um grupo de crianças com idade entre nove e dez anos fez uma excursão ao zoológico. A professora, toda entusiasmada (esse entusiasmo parece ser a parte lendária da história) foi mostrando os animais e destacando suas características principais:
- “Este aqui é o elefante africano, bla bla bla; este é o leão bla bla bla” (o motivo desse bla bla bla é por não estar com saco para acessar a Wikipédia). Aí chegaram na jaula/no fosso/na área da hiena e a professora lascou:
- “Esta é a hiena, um animal que emite um som parecido com o riso de gente enjoadinha, come carne de animais mortos e faz sexo uma vez por ano”. Foi quando um menininho impertinente, daqueles que tornam a vida dos educadores e educadoras uma tortura quase igual às da Santa Inquisição retrucou:
- “Um animal que come carniça e trepa uma vez por ano ri de quê?”
Mas eu entendo o drama do macho da hiena. Segundo aprendi, além de serem maiores que o parceiro, “as fêmeas têm um clitóris totalmente erétil, tão comprido como o pênis de um macho”. Falando sério, se eu fosse um “hieno”, ficaria extremamente desconfortável com essa situação. Sei lá, vai que a fêmea sofresse alguma mutação e resolvesse inverter os papéis. É ruim!
Pois é, não que eu me identifique com as hienas (talvez só um pouquinho), mas a coisa está tão feia que, outro dia, ao dizer para a patroa que acordei excitadão, ela engasgou-se com o café com leite, começou a rir quase descontroladamente e disse que eu sou tão engraçado que deveria fazer uma stand up. Eu não fico chateado com comentários desse tipo porque sei que ela não sabe nada de inglês. Se soubesse, em vez de stand up deveria dizer seat down, mais apropriado.
Como disse, a situação está tão estranha que se eu tivesse instagram informaria meus sucessos assim que acontecessem (claro, se acontecessem, pois acontecem cada vez menos). Bons tempos em que eu conseguia manter um menor espaço de tempo entre as saliências. Para ser sincero, eu nunca fui exatamente um atleta sexual. Até na juventude, se eu quisesse ter música no Fantástico eu precisaria assinar uma procuração para alguém. Tá rindo de quê? A hiena aqui sou eu!
Mas falei, falei e até agora não disse a que vim. Tenho vigiado para ver se o Marreta se manifestava sobre isso. Como passou batido, falo eu. O assunto é cerveja. “Como assim, Jotabê?”, dirão os leitores estupefatos. “Você só entende de leite com toddy!"
Pois é. Como disse no início, li uma notícia no site BBC News Brasil sobre uma disputa quase judicial entre a Coca Cola e os indígenas Nasa da Colômbia. E o motivo é a marca de uma cerveja à base de folhas de coca que eles produzem, "100% artesanal". Imagino que a dona da Coke está pouco cagando para a qualidade ou ingredientes utilizados para fazer a breja. O problema é o nome que os Nasa escolheram – Coca Pola.
Para ser sincero, até eu que não bebo a loura gelada (quando realmente gelada é conhecida por alguns como “cu de foca”) reclamaria da propaganda enganosa do nome mal escolhido. Pensem bem, os caras têm uma ideia luminosa de fazer cerveja a partir das folhas de coca e resolvem dar a essa bebida energética o nome de Coca Pola? ¿Que pola es esa? Ou melhor, que porra é essa? Cerveja com nome de refrigerante?
E o mais legal é que além da cervesa os Nasa criaram outras bebidas com a folha de coca: Coca Sek, uma bebida energética (nem precisava dizer!), o conhaque Wallinde, a Coca Libre (mistura de Sek e Wallinde) e o licor Coca Ron.
Desde já declaro meu irrestrito apoio (ninguém pediu!) a que continuem a usar a palavra Coca em seus produtos. E sem nenhum interesse pecuniário ofereço duas frases de alto efeito mercadológico para incrementar as vendas:
- Dizem que o barato sai caro, mas nossas bebidas provam que o barato sai bem barato. Ou esta:
- Bebidas
dos Nasa: tudo o que você precisa para entrar em órbita.
Mas precisam mudar o nome da cerveja. Senão, algum engraçadinho sempre se lembrará daquela piada do japonês que está dentro de uma piscina/lagoa/rio/mar/banheira de motel e sente alguma coisa agarrar em seu corpo. Ele passa a mão, olha e exclama:
- “Que pola é essa?” E ele mesmo responde:
- “É pola
mesmo!”
Diz a lenda que um grupo de crianças com idade entre nove e dez anos fez uma excursão ao zoológico. A professora, toda entusiasmada (esse entusiasmo parece ser a parte lendária da história) foi mostrando os animais e destacando suas características principais:
- “Este aqui é o elefante africano, bla bla bla; este é o leão bla bla bla” (o motivo desse bla bla bla é por não estar com saco para acessar a Wikipédia). Aí chegaram na jaula/no fosso/na área da hiena e a professora lascou:
- “Esta é a hiena, um animal que emite um som parecido com o riso de gente enjoadinha, come carne de animais mortos e faz sexo uma vez por ano”. Foi quando um menininho impertinente, daqueles que tornam a vida dos educadores e educadoras uma tortura quase igual às da Santa Inquisição retrucou:
- “Um animal que come carniça e trepa uma vez por ano ri de quê?”
Mas eu entendo o drama do macho da hiena. Segundo aprendi, além de serem maiores que o parceiro, “as fêmeas têm um clitóris totalmente erétil, tão comprido como o pênis de um macho”. Falando sério, se eu fosse um “hieno”, ficaria extremamente desconfortável com essa situação. Sei lá, vai que a fêmea sofresse alguma mutação e resolvesse inverter os papéis. É ruim!
Pois é, não que eu me identifique com as hienas (talvez só um pouquinho), mas a coisa está tão feia que, outro dia, ao dizer para a patroa que acordei excitadão, ela engasgou-se com o café com leite, começou a rir quase descontroladamente e disse que eu sou tão engraçado que deveria fazer uma stand up. Eu não fico chateado com comentários desse tipo porque sei que ela não sabe nada de inglês. Se soubesse, em vez de stand up deveria dizer seat down, mais apropriado.
Como disse, a situação está tão estranha que se eu tivesse instagram informaria meus sucessos assim que acontecessem (claro, se acontecessem, pois acontecem cada vez menos). Bons tempos em que eu conseguia manter um menor espaço de tempo entre as saliências. Para ser sincero, eu nunca fui exatamente um atleta sexual. Até na juventude, se eu quisesse ter música no Fantástico eu precisaria assinar uma procuração para alguém. Tá rindo de quê? A hiena aqui sou eu!
Mas falei, falei e até agora não disse a que vim. Tenho vigiado para ver se o Marreta se manifestava sobre isso. Como passou batido, falo eu. O assunto é cerveja. “Como assim, Jotabê?”, dirão os leitores estupefatos. “Você só entende de leite com toddy!"
Pois é. Como disse no início, li uma notícia no site BBC News Brasil sobre uma disputa quase judicial entre a Coca Cola e os indígenas Nasa da Colômbia. E o motivo é a marca de uma cerveja à base de folhas de coca que eles produzem, "100% artesanal". Imagino que a dona da Coke está pouco cagando para a qualidade ou ingredientes utilizados para fazer a breja. O problema é o nome que os Nasa escolheram – Coca Pola.
Para ser sincero, até eu que não bebo a loura gelada (quando realmente gelada é conhecida por alguns como “cu de foca”) reclamaria da propaganda enganosa do nome mal escolhido. Pensem bem, os caras têm uma ideia luminosa de fazer cerveja a partir das folhas de coca e resolvem dar a essa bebida energética o nome de Coca Pola? ¿Que pola es esa? Ou melhor, que porra é essa? Cerveja com nome de refrigerante?
E o mais legal é que além da cervesa os Nasa criaram outras bebidas com a folha de coca: Coca Sek, uma bebida energética (nem precisava dizer!), o conhaque Wallinde, a Coca Libre (mistura de Sek e Wallinde) e o licor Coca Ron.
Desde já declaro meu irrestrito apoio (ninguém pediu!) a que continuem a usar a palavra Coca em seus produtos. E sem nenhum interesse pecuniário ofereço duas frases de alto efeito mercadológico para incrementar as vendas:
- Dizem que o barato sai caro, mas nossas bebidas provam que o barato sai bem barato. Ou esta:
Mas precisam mudar o nome da cerveja. Senão, algum engraçadinho sempre se lembrará daquela piada do japonês que está dentro de uma piscina/lagoa/rio/mar/banheira de motel e sente alguma coisa agarrar em seu corpo. Ele passa a mão, olha e exclama:
- “Que pola é essa?” E ele mesmo responde:
quinta-feira, 16 de dezembro de 2021
ALGUÉM PARAMAR
Eu tinha 24 anos quando me casei. Quando nosso primeiro filho nasceu eu estava com 26 anos. Talvez por ter sido pai tão novo eu sempre me comuniquei de forma descontraída com os filhos, uma situação bem diferente da vivida por meu pai. Quando eu nasci ele já estava com quase 39 anos. Essa diferença de idade, aliada a um maior formalismo e rigidez de sua educação - provavelmente condizente com os costumes da época - jamais permitiu que eu e ele conversássemos com a liberdade com que nossos filhos e eu conversamos.
Outro exemplo dessa atualização de expressões
e costumes é “flash mob” (aprendida
recentemente), para definir um encontro de várias pessoas em um espaço público,
para fazer uma performance coletiva e inesperada (este texto está muito sério e
careta!).
E este é o tema do post de hoje. Encontrei na
internet vários vídeos de flash mob em outros países (provavelmente da Europa), alguns de dança, outros de música erudita orquestral, etc. Mas um particularmente me tocou mais, pois mostra um flash mob em um restaurante de alguma faculdade
no Brasil. A música é linda (Somebody to Love, do Queen) e o resultado é muito, muito legal. Espero que gostem.
terça-feira, 14 de dezembro de 2021
COM A AVÓ ATRÁS DO TOCO
Hoje acordei meio emburrado, com a cachorra, com a macaca, mal humorado, enfezado, com a avó atrás do toco. Não adianta me perguntarem o que minha avó fez ou faria atrás do toco nem que toco é esse. Só sei que minha mãe usava essa expressão, provavelmente surgida em um tempo onde se cozinhava à lenha. Talvez por isso, por ter acordado assim, meio puto da vida, na maior lenha, resolvi encher o saco de alguém, dar umas dicas, jogar algumas palavras ao vento. Quais palavras? Pô, já está difícil começar esta gororoba e você(s) já quer(em) saber de que se trata?
Mesmo que muitas vezes o faça de maneira discreta e
silenciosa, na moita, eu sigo e acesso vários blogs, leio seus posts e os comentários de
outros leitores. Em alguns casos os comentários são mais divertidos ou
interessantes que o próprio post que os motivou. E o que às vezes percebo é que alguns
blogueiros ignoram ou desprezam a existência ou uso dos corretores de
ortografia. Esta é a primeira dica que dou: jamais deixem de usar um corretor
de ortografia antes de publicar aquele texto que te emocionou ou deixou feliz.
Só isso já evitaria a maioria dos erros (não são muitos) que identifico de vez em quando nos
blogs que acesso (no Blogson também). Minha mulher tem um parente que escreve bem, tem boas ideias e as publica no Facebook, mas vira e mexe pisa no tomate, tropeça na concordância, usa "mau" no lugar de "mal", etc. Apesar disso, seus dois mil amigos adoram babar no seu ovo.
A outra dica, talvez a mais importante, é
esta: evitem utilizar vocabulário com que têm pouca ou nenhuma intimidade. A escrita tem alguma semelhança com o costume de ficar só de cuecas dentro de casa: você não deve andar assim se não tiver total intimidade com os outros moradores (foda é quando a campainha toca). Como isso aqui não é um desfile de trajes íntimos voltemos à raia principal.
Se
quiserem usar alguma palavra mais sofisticada, menos usual, recorram ao
dicionário, à internet, para ver exemplos de frases contruídas com esse vocabulário.
Textos recheados de palavras e expressões cultas, “difíceis”, desconhecidas ou pouco
utilizadas não são sinônimos de boa literatura, de leitura agradável. Se assim
fosse, o arrazoado que se lê nos processos e sentenças judiciais faria seus ininteligíveis autores candidatos permanentes ao Nobel de Literatura.
Quem diria, heim, Jotabê? Posando de professor, logo você! Só que não, mané, você é apenas mais um aluno - e dos piores, pois escreveu tanto e tão mal que a paciência dos leitores deve ter ido embora, sumido "atrás do toco". Será? Ô Vítaras! Quedis ela?
segunda-feira, 13 de dezembro de 2021
PONDO OS PINGOS NOS IS
Acabei de ler esta notícia no site “O Antagonista”: a revista Time escolheu nesta segunda-feira (13/12/2021) o bilionário Elon Musk como personalidade do ano.
O bilionário, que se tornou o homem mais rico do mundo em 2021, foi eleito pelos editores da revista nesta segunda-feira.
“Este é o homem que aspira salvar nosso planeta e nos dar um novo para habitar: palhaço, gênio, visionário, industrial, showman; um híbrido maluco de Thomas Edison”, afirmou a revista.
Na semana passada, os bolsonaristas festejaram o fato de que Jair Bolsonaro havia sido escolhido a personalidade do ano – mas podem tirar o Cavalão da chuva, pois o presidente, na verdade, venceu apenas uma votação online da qual qualquer pessoa poderia participar.
domingo, 12 de dezembro de 2021
UM FILHO MUITO BOM!
Apesar de todas as evidências de sermos governados por alguém que talvez não saiba nem mesmo administrar sua casa, ainda existem aqueles que apoiam ou gostam de nosso presidente. Parece ser uma lei natural o comportamento adotado por algumas pessoas ao tentar proteger, justificar ou minimizar os desmandos, desatinos e incompetência daqueles com quem se identificam.
sábado, 11 de dezembro de 2021
ISSO PRA MIM É SHAMALAHANA!
Creio que minha capacidade de assimilar e
tomar conhecimento das notícias e novidades está cada vez mais parecida com minha performance em caminhadas, ou seja, devagar, quase parando. E digo isso pois só vários dias depois da manifestação de profunda fé que fiquei
sabendo da “poliglotada” de
Dona Michelle (que foi, não gostou de "poliglotada"? Prefere
glossolalia? Talvez xenoglossia? Sirva-se à vontade, pois Jotabê também inventa
palavras de línguas inexistentes).
Foi ouvindo no rádio do carro o programa “O É da Coisa”, do jornalista Reinaldo Azevedo, que tomei conhecimento do speech da primeira dama. Achei engraçadíssimo o comentário de que os cultos eletrônicos sempre apresentam alguém bradando ou balbuciando shamalahana ou coisa parecida - desde que haja microfones e câmeras a postos. Segundo ele, seria o Espírito Santo manifestando-se com dia e hora marcados!
Voltando à poliglotada de Madame Bolsonaro (provocada pela
aprovação para ministro do STF do terrivelmente evangélico André
Mendonça), confesso que só fiquei sabendo desse fenômeno depois que virou motivo de memes, chacotas, piadinhas e preconceitos (afinal, alguém
tem que se divertir neste país!). Não tenho opinião formada sobre essa
manifestação (mentira, tenho sim, acho isso tudo uma grande bobagem, alucinação
ou pura má fé). Mas no livro dos Atos dos Apóstolos pode ser lido este trecho:
Chegando
o dia de Pentecostes, estavam todos reunidos no mesmo lugar. De repente, veio do céu um ruído, como se
soprasse um vento impetuoso, e encheu toda a casa onde estavam sentados. Apareceu-lhes
então uma espécie de línguas de fogo que se repartiram e pousaram sobre cada um
deles. Ficaram todos cheios do Espírito Santo e começaram a falar em línguas,
conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem.
Achavam-se
então em Jerusalém judeus piedosos de todas as nações que há debaixo do céu. Ouvindo
aquele ruído, reuniu-se muita gente e maravilhava-se de que cada um os ouvia
falar na sua própria língua. Profundamente impressionados, manifestavam a sua
admiração:
– Não
são, porventura, galileus todos estes que falam? Como então todos nós os
ouvimos falar, cada um em nossa própria língua materna? Partos, medos, elamitas
os que habitam a Macedônia, a Judéia, a Capadócia, o Ponto, a Ásia, a Frígia, a Panfília, o Egito e as províncias
da Líbia próximas a Cirene peregrinos romanos, judeus ou prosélitos, cretenses
e árabes ouvimo-los publicar em nossas línguas as maravilhas de Deus!
Assim está bom para vocês? Só para lembrar: nos “Atos dos Apóstolos” os discípulos falam nas línguas usadas por árabes,
cretenses e judeus “de várias nações”.
Em outras palavras, ninguém ali falou na língua dos anjos nem do planeta Marte.
E esse negócio de shalalalala é
trecho da música “Baby, it’s you”, uma
das primeiras músicas que os Beatles gravaram.
Mas, digamos que ela tenha mesmo recebido
esse dom do Espírito Sonso. Que pecado há nisso? Afinal, segundo as boas
línguas, um espírito de porco teria depositado 89 pilas em sua conta bancária.
Espírito por espírito, nada a reclamar, tá de boa.
Bem que eu queria postar no blog o lero-lero do Reinaldo, pois gostei tanto do que ouvi que tentei buscar na
internet a versão escrita desses comentários precisos e irônicos para publicar
aqui no Blogson, mas só encontrei o link do programa. Embora esse jornalista
seja um mala sem alça, seus comentários são sempre muito inteligentes. Por
isso, sugiro ou recomendo que os leitores desta bagaça gastem um tempinho
ouvindo suas precisas e irônicas ponderações. O link é este:
https://www.youtube.com/watch?v=Nxihui3qHZE&t=60s
Descobri também um artigo do jornalista e
filósofo Hélio Schwartsman publicado na Folha de São Paulo, que trata
da performance da primeira dama. Como não sou assinante, deu um
trabalhinho copiar o trecho transcrito a seguir:
“Há
histórias de missionários que partiram para terras longínquas imaginando que
conseguiriam miraculosamente se expressar no idioma ali falado. Mas, como
mostra Robert Mapes Anderson, eles acabavam voltando, abatidos e desiludidos.
Foi ganhando corpo então, entre os crentes, a ideia de que a sequência de
balbucios era a própria língua dos anjos”. (Robert Mapes Anderson é autor
do livro Vision of the Disinherited: The Making of American
Pentecostalism).
Caso este post terminasse aqui, embora muito atrasado, ainda estaria
perfeito. Mas se os malucos e desocupados que acessam este blog continuam com
o fígado em boas condições, vamos continuar só mais um pouquinho (para estragar
de vez o apetite). Nos tempos atuais, ficar dependendo de um espírito para
balbuciar e enrolar a língua como se estivesse bêbada é um tremendo vacilo.
Pensem bem, se, em vez de falar, a madame quisesse ler alguma coisa em línguas
desconhecidas, bastaria jogar o texto no Google Translator, escolher em qual
língua não quereria ser entendida e pimba! Tradução instantânea.
Para mim, o Google Translator é a versão
escrita e moderna do espírito santo, pois todo mundo pode se expressar em
trocentas línguas diferentes, com ou sem inspiração (mais ou menos como estou
agora). Justamente por isso, resolvi (mais uma vez) testar a
inspiração divina do Google Translator. Para tanto, rascunhei um
texto meia boca e o traduzi para língua desconhecidas, a saber: samoano e javanês. Mas o efeito estético obtido não
me agradou. Por isso, parti para outra maluquice. Eis aí o
esboço de texto que rascunhei:
Não
duvido que existam pessoas de boa fé que acreditam ser um balbucio a verbalização
de uma língua que só Deus entende, mas eu sinto cheiro de picaretagem nessa
história. Ah, sinto sim!
A segunda idiotice que me ocorreu foi pegar esse texto-teste, meia boca, mambembe e sair substituindo as letras
isoladas por grupos de duas, três ou quatro letras escolhidas. Para tornar a
leitura mais fluida, optei por excluir todos os "erres" e misturar as
vogais com sh, h, l, m e n. Rapaz, ao ver o resultado final me senti
falando com os anjos! Depois, passado esse "furor criativo”, fiquei com vergonha
de publicar o resultado. Eu sei, está visível que eu perdi totalmente
a noção de ridículo, mas foi divertido tentar ler um trechinho daquela
maluquice.
Mas não quero terminar esta gororoba deixando a impressão de ser mais
idiota do que realmente sou (para ser sincero, a diferença é imperceptível).
Por isso, deixo um aviso de inutilidade pública: se quiserem ler um
conto jotabélico sobre alguém que começa a falar em línguas desconhecidas, fica
o convite para que acessem o
linkAté Dona Bolsonaro adoraria ler (talvez ficasse com um pouco de inveja!).
Música incidental (Blogson também é cultura), gravada em 1963, no primeiro álbum dos Beatles
Creio que minha capacidade de assimilar e
tomar conhecimento das notícias e novidades está cada vez mais parecida com minha performance em caminhadas, ou seja, devagar, quase parando. E digo isso pois só vários dias depois da manifestação de profunda fé que fiquei
sabendo da “poliglotada” de
Dona Michelle (que foi, não gostou de "poliglotada"? Prefere
glossolalia? Talvez xenoglossia? Sirva-se à vontade, pois Jotabê também inventa
palavras de línguas inexistentes).
Chegando o dia de Pentecostes, estavam todos reunidos no mesmo lugar. De repente, veio do céu um ruído, como se soprasse um vento impetuoso, e encheu toda a casa onde estavam sentados. Apareceu-lhes então uma espécie de línguas de fogo que se repartiram e pousaram sobre cada um deles. Ficaram todos cheios do Espírito Santo e começaram a falar em línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem.
Achavam-se então em Jerusalém judeus piedosos de todas as nações que há debaixo do céu. Ouvindo aquele ruído, reuniu-se muita gente e maravilhava-se de que cada um os ouvia falar na sua própria língua. Profundamente impressionados, manifestavam a sua admiração:
– Não são, porventura, galileus todos estes que falam? Como então todos nós os ouvimos falar, cada um em nossa própria língua materna? Partos, medos, elamitas os que habitam a Macedônia, a Judéia, a Capadócia, o Ponto, a Ásia, a Frígia, a Panfília, o Egito e as províncias da Líbia próximas a Cirene peregrinos romanos, judeus ou prosélitos, cretenses e árabes ouvimo-los publicar em nossas línguas as maravilhas de Deus!
Assim está bom para vocês? Só para lembrar: nos “Atos dos Apóstolos” os discípulos falam nas línguas usadas por árabes, cretenses e judeus “de várias nações”. Em outras palavras, ninguém ali falou na língua dos anjos nem do planeta Marte. E esse negócio de shalalalala é trecho da música “Baby, it’s you”, uma das primeiras músicas que os Beatles gravaram.
Mas, digamos que ela tenha mesmo recebido esse dom do Espírito Sonso. Que pecado há nisso? Afinal, segundo as boas línguas, um espírito de porco teria depositado 89 pilas em sua conta bancária. Espírito por espírito, nada a reclamar, tá de boa.
Bem que eu queria postar no blog o lero-lero do Reinaldo, pois gostei tanto do que ouvi que tentei buscar na
internet a versão escrita desses comentários precisos e irônicos para publicar
aqui no Blogson, mas só encontrei o link do programa. Embora esse jornalista
seja um mala sem alça, seus comentários são sempre muito inteligentes. Por
isso, sugiro ou recomendo que os leitores desta bagaça gastem um tempinho
ouvindo suas precisas e irônicas ponderações. O link é este:
https://www.youtube.com/watch?v=Nxihui3qHZE&t=60s
Descobri também um artigo do jornalista e filósofo Hélio Schwartsman publicado na Folha de São Paulo, que trata da performance da primeira dama. Como não sou assinante, deu um trabalhinho copiar o trecho transcrito a seguir:
“Há histórias de missionários que partiram para terras longínquas imaginando que conseguiriam miraculosamente se expressar no idioma ali falado. Mas, como mostra Robert Mapes Anderson, eles acabavam voltando, abatidos e desiludidos. Foi ganhando corpo então, entre os crentes, a ideia de que a sequência de balbucios era a própria língua dos anjos”. (Robert Mapes Anderson é autor do livro Vision of the Disinherited: The Making of American Pentecostalism).
Caso este post terminasse aqui, embora muito atrasado, ainda estaria perfeito. Mas se os malucos e desocupados que acessam este blog continuam com o fígado em boas condições, vamos continuar só mais um pouquinho (para estragar de vez o apetite). Nos tempos atuais, ficar dependendo de um espírito para balbuciar e enrolar a língua como se estivesse bêbada é um tremendo vacilo. Pensem bem, se, em vez de falar, a madame quisesse ler alguma coisa em línguas desconhecidas, bastaria jogar o texto no Google Translator, escolher em qual língua não quereria ser entendida e pimba! Tradução instantânea.
Para mim, o Google Translator é a versão escrita e moderna do espírito santo, pois todo mundo pode se expressar em trocentas línguas diferentes, com ou sem inspiração (mais ou menos como estou agora). Justamente por isso, resolvi (mais uma vez) testar a inspiração divina do Google Translator. Para tanto, rascunhei um texto meia boca e o traduzi para língua desconhecidas, a saber: samoano e javanês. Mas o efeito estético obtido não me agradou. Por isso, parti para outra maluquice. Eis aí o esboço de texto que rascunhei:
Não duvido que existam pessoas de boa fé que acreditam ser um balbucio a verbalização de uma língua que só Deus entende, mas eu sinto cheiro de picaretagem nessa história. Ah, sinto sim!
https://www.youtube.com/watch?v=Nxihui3qHZE&t=60s
Descobri também um artigo do jornalista e filósofo Hélio Schwartsman publicado na Folha de São Paulo, que trata da performance da primeira dama. Como não sou assinante, deu um trabalhinho copiar o trecho transcrito a seguir:
“Há histórias de missionários que partiram para terras longínquas imaginando que conseguiriam miraculosamente se expressar no idioma ali falado. Mas, como mostra Robert Mapes Anderson, eles acabavam voltando, abatidos e desiludidos. Foi ganhando corpo então, entre os crentes, a ideia de que a sequência de balbucios era a própria língua dos anjos”. (Robert Mapes Anderson é autor do livro Vision of the Disinherited: The Making of American Pentecostalism).
Caso este post terminasse aqui, embora muito atrasado, ainda estaria perfeito. Mas se os malucos e desocupados que acessam este blog continuam com o fígado em boas condições, vamos continuar só mais um pouquinho (para estragar de vez o apetite). Nos tempos atuais, ficar dependendo de um espírito para balbuciar e enrolar a língua como se estivesse bêbada é um tremendo vacilo. Pensem bem, se, em vez de falar, a madame quisesse ler alguma coisa em línguas desconhecidas, bastaria jogar o texto no Google Translator, escolher em qual língua não quereria ser entendida e pimba! Tradução instantânea.
Para mim, o Google Translator é a versão escrita e moderna do espírito santo, pois todo mundo pode se expressar em trocentas línguas diferentes, com ou sem inspiração (mais ou menos como estou agora). Justamente por isso, resolvi (mais uma vez) testar a inspiração divina do Google Translator. Para tanto, rascunhei um texto meia boca e o traduzi para língua desconhecidas, a saber: samoano e javanês. Mas o efeito estético obtido não me agradou. Por isso, parti para outra maluquice. Eis aí o esboço de texto que rascunhei:
Não duvido que existam pessoas de boa fé que acreditam ser um balbucio a verbalização de uma língua que só Deus entende, mas eu sinto cheiro de picaretagem nessa história. Ah, sinto sim!
A segunda idiotice que me ocorreu foi pegar esse texto-teste, meia boca, mambembe e sair substituindo as letras
isoladas por grupos de duas, três ou quatro letras escolhidas. Para tornar a
leitura mais fluida, optei por excluir todos os "erres" e misturar as
vogais com sh, h, l, m e n. Rapaz, ao ver o resultado final me senti
falando com os anjos! Depois, passado esse "furor criativo”, fiquei com vergonha
de publicar o resultado. Eu sei, está visível que eu perdi totalmente
a noção de ridículo, mas foi divertido tentar ler um trechinho daquela
maluquice.
Mas não quero terminar esta gororoba deixando a impressão de ser mais
idiota do que realmente sou (para ser sincero, a diferença é imperceptível).
Por isso, deixo um aviso de inutilidade pública: se quiserem ler um
conto jotabélico sobre alguém que começa a falar em línguas desconhecidas, fica
o convite para que acessem o
link
Até Dona Bolsonaro adoraria ler (talvez ficasse com um pouco de inveja!).
Música incidental (Blogson também é cultura), gravada em 1963, no primeiro álbum dos Beatles
quarta-feira, 8 de dezembro de 2021
LE DÉLUGE
Acabei de ler na internet que nosso mui amado
J. Bolsonaro afirmou em entrevista à Gazeta
do Povo que as pesquisas eleitorais no Brasil são fraudadas. De acordo com o Messias, o país pode acabar se ele não for reeleito. "Dependendo de quem vier no meu lugar, pode ser o fim do
Brasil".
Antes dele, creio que só o pai do guilhotinado Luis XVI teve tamanha presunção. Segundo a tradição, o Rei Luis XV teria dito esta frase: “Après moi, le déluge” (depois de mim, o dilúvio). Mas só ele acertou o palpite.
Fico pensando em que o capitão estava querendo dizer. Depois de ele ter desmatado a economia, a saúde, a cultura, a vida de mais de 600 mil pessoas e a imagem do país no exterior, o que mais ele espera? Que salguem a terra?
Antes dele, creio que só o pai do guilhotinado Luis XVI teve tamanha presunção. Segundo a tradição, o Rei Luis XV teria dito esta frase: “Après moi, le déluge” (depois de mim, o dilúvio). Mas só ele acertou o palpite.
Fico pensando em que o capitão estava querendo dizer. Depois de ele ter desmatado a economia, a saúde, a cultura, a vida de mais de 600 mil pessoas e a imagem do país no exterior, o que mais ele espera? Que salguem a terra?
BODAS DE PRATA
A história da música está cheia de duplas de
compositores. Geralmente um é o autor da melodia e o outro dos versos, da
letra. Por convenção, quem aparece primeiro nos créditos da musica é o
compositor. Ainda bem que ninguém liga para esse detalhe. Mas existem letristas tão inspirados, tão absurdamente geniais que seu nome deveria aparecer em
primeiro lugar. Esse é o caso do Chico Buarque (das antigas) e seus pareceiros.
Também é o caso da dupla João Bosco e Aldir Blanc.
Ninguém questiona que o João Bosco é um violonista fabuloso e um compositor de primeira linha, mas é sacanagem imaginar seu sucesso se não tivesse feito parceria com o carioca Aldir Blanc. Não sou crítico musical, mas acredito piamente que a carreira do mineiro só decolou graças aos versos magníficos escritos pelo parceiro (e esse é mais um motivo para eu lamentar sua morte por Covid, pois o Aldir era genialmente inspirado).
Imagino que 99,9% das pessoas que acessam esta bagaça ainda usasse fraldas ou nem tivesse nascido quando João Bosco lançou seu segundo disco. "Caça à Raposa" foi lançado em abril de 1975 e devo tê-lo comprado logo após ter-me casado (eu tinha 24 anos). Há músicas incríveis, sambas rasgados, bolerões e todas com letras impecáveis. Transcrevi em um post recente a letra espetacular da canção "Gol Anulado".
Lembrei-me depois da música mais marcante do disco (perdoem-se se meu vocabulário está muito convencional e limitado, pois decidi não utilizar palavras com que tenho pouca ou nenhuma intimidade. Por isso, mesmo que eu não esteja conseguindo convencer ninguém a ouvir essa música, sugiro que a ouçam lendo a letra que está transcrita a seguir). Seu nome é "Bodas de Prata” e encaixa-se à perfeição na seção "Todo castigo pra corno é pouco” do excelente blog A Marreta do Azarão. Leiam a música e ouçam a letra, ou melhor, som na caixa!
Você fica deitada de olhos arregalados
Ou andando no escuro de Peignoir
Não adiantou nada
Cortar os cabelos e jogar no mar
Não adiantou nada o banho de ervas
Não adiantou nada o nome da outra
No pano vermelho pro anjo das trevas
Ele vai voltar tarde
Cheirando à cerveja
Se atirar de sapatos na cama vazia
E dormir na hora murmurando: Dora
Mas você é Maria
Você fica deitada com medo do escuro
Ouvindo bater no ouvido
O coração descompassado
É o tempo, Maria, te comendo feito traça
Num vestido de noivado
Ninguém questiona que o João Bosco é um violonista fabuloso e um compositor de primeira linha, mas é sacanagem imaginar seu sucesso se não tivesse feito parceria com o carioca Aldir Blanc. Não sou crítico musical, mas acredito piamente que a carreira do mineiro só decolou graças aos versos magníficos escritos pelo parceiro (e esse é mais um motivo para eu lamentar sua morte por Covid, pois o Aldir era genialmente inspirado).
Imagino que 99,9% das pessoas que acessam esta bagaça ainda usasse fraldas ou nem tivesse nascido quando João Bosco lançou seu segundo disco. "Caça à Raposa" foi lançado em abril de 1975 e devo tê-lo comprado logo após ter-me casado (eu tinha 24 anos). Há músicas incríveis, sambas rasgados, bolerões e todas com letras impecáveis. Transcrevi em um post recente a letra espetacular da canção "Gol Anulado".
Lembrei-me depois da música mais marcante do disco (perdoem-se se meu vocabulário está muito convencional e limitado, pois decidi não utilizar palavras com que tenho pouca ou nenhuma intimidade. Por isso, mesmo que eu não esteja conseguindo convencer ninguém a ouvir essa música, sugiro que a ouçam lendo a letra que está transcrita a seguir). Seu nome é "Bodas de Prata” e encaixa-se à perfeição na seção "Todo castigo pra corno é pouco” do excelente blog A Marreta do Azarão. Leiam a música e ouçam a letra, ou melhor, som na caixa!
Você fica deitada de olhos arregalados
Ou andando no escuro de Peignoir
Não adiantou nada
Cortar os cabelos e jogar no mar
Não adiantou nada o banho de ervas
Não adiantou nada o nome da outra
No pano vermelho pro anjo das trevas
Ele vai voltar tarde
Cheirando à cerveja
Se atirar de sapatos na cama vazia
E dormir na hora murmurando: Dora
Mas você é Maria
Você fica deitada com medo do escuro
Ouvindo bater no ouvido
O coração descompassado
É o tempo, Maria, te comendo feito traça
Num vestido de noivado
terça-feira, 7 de dezembro de 2021
COMENTANDO A NOTÍCIA DO DIA
Li esta manchete no portal G1: “Estudo aponta Viagra como medicamento candidato para prevenção e tratamento contra o Alzheimer”
segunda-feira, 6 de dezembro de 2021
FALANDO DE ARTE
Hoje eu resolvi falar de Arte - porque, afinal, Blogson Crusoe também é cultura. Além disso, Jotabê entende de arte como o diabo! Acho que essa ordem das palavras na frase é a melhor e mais correta, pois não sei se o diabo gostaria de proclamar que entende de arte como Jotabê. Para ser sincero, nem sei se o demo entende mesmo de arte. Fico pensando que ele deve entender muito é dessas coisas que precisam de altas temperaturas e que fazem uma silhueta mais atraente e bem definida ir para o espaço, tipo pizzas, pães, churrascos de picanha, leitão a pururuca e assemelhados.
Para mim, aquela estátua é um retrato, um instantâneo maravilhoso da juventude, feito em pedra.. Imagino que se ele tivesse pensado em fazer um Davi mais velho, precisaria de menos mármore para os cabelos e bem mais para a barriga, papada, braços e pernas. Bem, o resto continuaria exatamente como na juventude. E nem adianta tentar contestar essas proporções, pois ele entendia do métier (ainda bem que passei corretor de ortografia a tempo).
Foi preciso esperar até o século XXI para algum artista da área de computação gráfica oferecer uma possível imagem do Davi já mais velhinho. Comparando as duas imagens fiquei pensando que o Michelangelo, além de
Buonarroti, devia ser também buona gente. Era muito foda, pois se errasse a mão (a dele, não a da estátua) o mal estaria feito, pois nunca inventaram photoshop para pedra. Pensando bem, ele era mais que foda, era fodíssimo com um cinzel, buril ou
mesmo pincel. Falou que tinha cabo, ele segurava com destreza. Buoníssima gente!
sábado, 4 de dezembro de 2021
UM GOVERNO DE ALDRABÕES - RUY CASTRO
Meu filho enviou-me um artigo escrito pelo jornalista Ruy Castro, publicado na Folha em 15/10/2021. Achei o texto divertido, tristemente divertido. E esse é o motivo de publicá-lo no Blogson - divertir os leitores do blog da solidão ampliada. Depois de lê-lo fiquei com vontade de meter todo mundo no chilindró e passar a aldraba. Mas isso é só um jogo de palavras. Vê aí.
É raro, mas quando acontece é para celebrar – ganhar um irmão numa palavra. É o que se dá quando descobrimos alguém que usou um termo que um dia aprendemos, adotamos e, como em nosso meio ninguém mais o fazia, passamos a achar de nossa propriedade. Até que a lemos em outrem. Pois é como me sinto agora em relação a Gregorio Duvivier: irmão em aldrabão.
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