quinta-feira, 16 de dezembro de 2021

ALGUÉM PARAMAR

 
Eu tinha 24 anos quando me casei. Quando nosso primeiro filho nasceu eu estava com 26 anos. Talvez por ter sido pai tão novo eu sempre me comuniquei de forma descontraída com os filhos, uma situação bem diferente da vivida por meu pai. Quando eu nasci ele já estava com quase 39 anos. Essa diferença de idade, aliada a um maior formalismo e rigidez de sua educação - provavelmente condizente com os costumes da época - jamais permitiu que eu e ele conversássemos com a liberdade com que nossos filhos e eu conversamos.
 
Para efeito de comparação, eu devia ter uns dezoito anos quando, pela primeira vez, ouvi meu pai soltar um "puta merda", situação que me deixou extremamente constrangido, bem diferente da vivida com meus filhos, que falaram palavrões desde sempre. A vantagem dessa liberdade que dei a eles foi tirar do palavreado chulo toda e qualquer conotação sexual.
 
Talvez os mais pudicos, moralistas e carolas condenem essa educação, mas os meninos nunca desrespeitaram ou constrangeram ninguém com essa linguagem livre, pois sempre souberam que pessoas mais velhas que eu poderiam não gostar de “tomar um tijolaço no ouvido”.Como diria meu amigo Bolsonaro, eles foram bem educados.
 
Essa forma descontraída de conviver com os filhos permitiu que eles sempre me mantivessem atualizado com as novas gírias, comportamentos, bandas, músicas, eventos culturais, livros, quadrinistas e outras manifestações do que eu chamo de cultura pop. Por exemplo, se não tivessem me contado, eu nunca saberia que a associação de duas inocentes palavras (bola gato) traduzidas para o inglês sugeriria uma prática sexual muito festejada e comum. Pois é...

Outro exemplo dessa atualização de expressões e costumes é “flash mob” (aprendida recentemente), para definir um encontro de várias pessoas em um espaço público, para fazer uma performance coletiva e inesperada (este texto está muito sério e careta!).
 
E este é o tema do post de hoje. Encontrei na internet vários vídeos de flash mob em outros países (provavelmente da Europa), alguns de dança, outros de música erudita orquestral, etc. Mas um particularmente me tocou mais, pois mostra um flash mob em um restaurante de alguma faculdade no Brasil. A música é linda (Somebody to Love, do Queen) e o resultado é muito, muito legal. Espero que gostem.



4 comentários:

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