Como todos sabem, eu sou chegado em uma frase
bem engendrada (“todos”, no caso, seriam três ou quatro amigxs virtuais que
ainda têm saco de ler o que escrevo. E “saco” é usado apenas em sentido
figurado – ou figurativo, vá saber!). Justamente por isso já povoei este blog
meia boca com frases célebres e outras nem tanto assim, pois essa é uma forma
barata de enrolar o leitor do Blogson. Por exemplo, quem nunca ouviu falar da
frase “Até tu, Brutus?” Pode até
pensar que é uma frase dita com irritada afetação por algum gay a seu bofe, mas
que já ouviu, isso já!
Pois bem, há frases tão marcantes que são
definidoras de uma época, pessoa, caráter, ou o que quer que se imagine – até mesmo
a permanência em um emprego. Uma das frases de que mais gosto é "Pouca
saúde e muita saúva, os males do Brasil são", colocadas pelo Mário de Andrade na boca de seu
personagem Macunaíma.
Há aquelas grandiloquentes,
do tipo “Do alto dessas pirâmides
quarenta séculos vos contemplam”, ditas por Napoleão Bonaparte. Algumas são
revestidas da mais sombria dramaticidade: “Não
tenho nada a oferecer a não ser sangue, trabalho,
lágrimas e suor”,
dita em 1940 por Sir Winston Churchill ao tomar posse como primeiro ministro (ele
era muito foda!).
Há aquelas que servem para
sinalizar que tipo de caráter tem quem as disse (“Foram quatro homens. A quinta eu dei uma fraquejada, e veio uma
mulher”). Outras, de aparência inocente, podem até definir o futuro de
alguém, como esta, de autor desconhecido: “Só
vou por a cabecinha”.
Mas estou enrolando um pouco
só para contar um caso hilário que uma conhecida uma vez presenciou. Enquanto
ainda estava na faculdade, essa amiga trabalhou em uma clínica focada na realização
de checkups de executivos de grandes empresas.
A equipe dessa
clínica era formada por cardiologistas, clínicos e profissionais de
outras especialidades médicas. O único urologista era um médico extremamente tímido,
calado e discreto. Os relatórios que passava para minha amiga datilografar eram
entregues com as anotações viradas para baixo, para não expor a qualquer um os
dados dos exames de toque realizados.
Um dia, provavelmente perto
do fim de ano, antes de ir a uma festa de confraternização dos funcionários da clínica, esse sujeito foi primeiro a
encontro de conterrâneos (ele era do interior) ou ex-colegas e encheu a cara,
como é normal acontecer. Ao chegar à clínica já estava chapadaço. Talvez, para
sacanear, o cardiologista ficou a festa toda pedindo para que ele dissesse o
porquê de seu apelido:
- “Diz ai pro Fulano por que seu apelido é 'Ronaldo' Cocada!” E o
bêbado respondia na lata:
- Como cu e dou porrada!”
Depois da celebração e da
ressaca curada o “Cocada” pediu demissão - por telefone! – e nunca mais ninguém
o viu. E se você quiser saber o que
eu penso disso, a única coisa que posso dizer é que ele jamais pôde ser acusado
pelos colegas de divulgar propaganda enganosa.
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