A dupla Ivan Lins e Vitor Martins já produziu
melodias e letras memoráveis. Algumas dessas merecem um destaque especial, pois
parecem registrar os efeitos da separação de Lucinha Lins e Ivan idem, trocado
pelo ator e bailarino Cláudio Tovar. Essas músicas foram gravadas no primeiro disco
lançado após a separação e tem letras bastante inspiradas (como sempre) e que
pegam o clima da época, como esta:
Bilhete
(“Quebrei o teu prato, tranquei o meu quarto, bebi teu licor”)
Ou esta: Começar
de novo (“Começar de novo e contar comigo, vai valer a pena ter amanhecido”) E a melhor de todas: Saindo
de mim “(Você foi saindo de mim com palavras tão leves, de uma forma tão branda
de quem partiu alegre”) Mas engana-se quem acredita que o tema de
hoje é música de corno - sofisticada mas inequivocamente de corno. O tema hoje
é um pouco diferente, mesmo que amparado na letra linda de uma dessas músicas lindas.
Meu relacionamento com o blog sempre foi
intenso, uma coisa de pai zeloso e filho - ou como em um casamento. Mas
tenho notado que isso está mudando aos poucos, principalmente depois de começar a tomar ansiolítico e de aceitar
as sugestões para espaçar mais as postagens. Sinceramente continuo achando
estranho o espaçamento entre as postagens, mas não tenho mais a menor vontade de me submeter à
voragem desse buraco negro que me consumiu nos últimos anos, em um frenesi
diário sempre à cata de novos assuntos e velhas lembranças. Ao contrário do Caetano Veloso, hoje o que eu quero
mesmo são “tardes mornais, normais”.
Em outras palavras, estou aos poucos me desapegando do velho e cada vez mais desimportante
Blogson Crusoe. E quando eu pensei em comentar sobre isso, a primeira coisa que me veio à mente foram estes versos do Vitor Martins: Você
foi saindo de mim Devagar
e pra sempre De uma
forma sincera Definitivamente Você
foi saindo de mim Por
todos os meus poros E ainda
está saindo Nas
vezes em que choro Se alguém não conhece essa música (precisa conhecer!), aí vai o
link de uma versão ao vivo e a cores, com o auxílio luxuoso do Paulinho da Viola no solo de cavaquinho, ele também especialista em música de corno (que o diga o álbum "Nervos de Aço", lançado após uma separação):
Rapaz, acho que poucas vezes você foi mais certeiro e preciso em sua seleção musical. As três músicas citadas são as melhores do repertório do Ivan Lins. Difícil decidir qual delas é melhor, qual delas levar para uma ilha. Agora, convenhamos, o cara ser chifrado e trocada pela mulher por um bailarino é de foder!!! É para acabar com qualquer autoestima do mais inquebrantável macho das antigas. E o Ivan foi um corno tão manso que permitiu que a bisca da Lucinha continuasse a envergar o seu sobrenome. Não tenho dúvidas, meu caro : todo castigo pra corno é pouco!!! Mas acho que ainda gosto mais de Bilhete, na voz da bem fornido Fafá de Belém. Grande Fafá!!! Enorme!!!
O "bilhete" da Fafá é realmente espetacular. Com ela não tem miséria, suas interpretações são esparramadas, transbordantes, viscerais. Mas a conexão dos meus sentimentos atuais (em linhas gerais) e o blog está retratada mesmo é na música "Saindo de mim", como se fosse o final de um ciclo ou órbita de cometa.
Rapaz, acho que poucas vezes você foi mais certeiro e preciso em sua seleção musical. As três músicas citadas são as melhores do repertório do Ivan Lins. Difícil decidir qual delas é melhor, qual delas levar para uma ilha.
ResponderExcluirAgora, convenhamos, o cara ser chifrado e trocada pela mulher por um bailarino é de foder!!! É para acabar com qualquer autoestima do mais inquebrantável macho das antigas.
E o Ivan foi um corno tão manso que permitiu que a bisca da Lucinha continuasse a envergar o seu sobrenome.
Não tenho dúvidas, meu caro : todo castigo pra corno é pouco!!!
Mas acho que ainda gosto mais de Bilhete, na voz da bem fornido Fafá de Belém. Grande Fafá!!! Enorme!!!
O "bilhete" da Fafá é realmente espetacular. Com ela não tem miséria, suas interpretações são esparramadas, transbordantes, viscerais. Mas a conexão dos meus sentimentos atuais (em linhas gerais) e o blog está retratada mesmo é na música "Saindo de mim", como se fosse o final de um ciclo ou órbita de cometa.
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