quinta-feira, 26 de setembro de 2019

NAMASTÊ!


Li uma vez em algum lugar (nada como ser preciso!) que as línguas antigas (antigas para nós, porque para seus falantes eram atuais, modernas, da hora) eram escritas sem o uso de vogais - mais ou menos como acontece hoje no whatsapp. Talvez seja esse o motivo de figurões de civilizações antigas terem seus nomes registrados e pronunciados de forma equivocada. O babilônio Nabucodonosor, por exemplo, seria na verdade Nebuchadnezzar. Da mesma forma, o persa Dario seria Dārayava(h)ush e Ciro, outro rei da Pérsia, seria Kuruš. Esse último até daria um daqueles trocadilhos nauseantes, do tipo “Você é inimigo do Ciro? Kurus credo, tá fodido!”

Mas piadinhas infames não são a tônica deste post. O fato é que o pessoal das antigas parecia ser bom de síntese. Li em outro lugar, em outra ocasião (precisão é meu nome!), que a palavra “namastê” muito usada em comédias americanas de quinta categoria, seria uma expressão em sânscrito que significa “O deus que habita em mim saúda o deus que habita em você”. Numa boa, vai ser sintética assim na puta que o pariu!

Mas hoje, pelo menos nas redes sociais, dizer "Namastê!" para alguém tem pouca ou nenhuma utilidade, pois com o pau quebrando permanentemente, a expressão que melhor se encaixaria nos tuiters da vida seria “O ogro que habita em mim ofende o ogro que habita em você”. Como não entendo nada de sânscrito, o máximo que posso fazer é sugerir uma palavra, um neologismo com sonoridade semelhante a namastê, para condensar de forma tão, tão... profunda o sentimento que mais inspira as redes sociais. Qual? Uma educadíssima “Ah,sifudê!”, bem mais de acordo com os ânimos atuais.


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