Li uma vez em algum lugar (nada como ser preciso!) que as línguas antigas (antigas para nós, porque para seus falantes eram atuais, modernas, da hora) eram escritas sem o uso de vogais - mais ou menos como acontece hoje no whatsapp. Talvez seja esse o motivo de figurões de civilizações antigas terem seus nomes registrados e pronunciados de forma equivocada. O babilônio Nabucodonosor, por exemplo, seria na verdade Nebuchadnezzar. Da mesma forma, o persa Dario seria Dārayava(h)ush e Ciro, outro rei da Pérsia, seria Kuruš. Esse último até daria um daqueles trocadilhos nauseantes, do tipo “Você é inimigo do Ciro? Kurus credo, tá fodido!”
Mas piadinhas infames não são a tônica deste post. O fato é que o pessoal das antigas parecia ser bom de síntese. Li em outro lugar, em outra ocasião (precisão é meu nome!), que a palavra “namastê” muito usada em comédias americanas de quinta categoria, seria uma expressão em sânscrito que significa “O deus que habita em mim saúda o deus que habita em você”. Numa boa, vai ser sintética assim na puta que o pariu!
Mas hoje, pelo menos nas redes sociais, dizer "Namastê!" para alguém tem pouca ou nenhuma utilidade, pois com o pau quebrando permanentemente, a expressão que melhor se encaixaria nos tuiters da vida seria “O ogro que habita em mim ofende o ogro que habita em você”. Como não entendo nada de sânscrito, o máximo que posso fazer é sugerir uma palavra, um neologismo com sonoridade semelhante a namastê, para condensar de forma tão, tão... profunda o sentimento que mais inspira as redes sociais. Qual? Uma educadíssima “Ah,sifudê!”, bem mais de acordo com os ânimos atuais.
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