Fernando Caramuru é um sujeito simpaticíssimo
que conheci quando ele ainda era o diretor de um colégio que ficava bem em
frente à nossa casa e onde minha mulher dava aulas de português. Já naquela
época, no início da década de 1970, os alunos eram aquele aborrecimento que só
os que moram nas proximidades de um colégio conhecem (creio que hoje está
pior). Por isso, em virtude das aporrinhações da meninada (ovos, bombas,
correria, gritaria, etc.), eu dizia que ele era "meu melhor inimigo" ou "meu inimigo predileto", não me lembro mais. E ríamos dessa
idiotice.
Já disse umas mil vezes que minha mulher é
uma das pessoas mais inteligentes que conheço, dona de uma inteligência muito
superior à minha - que (como diria o Gilmar Mendes), "modéstia às favas", é bem "boazinha". Pois
bem, minha mulher tinha e tem a maior admiração por esse cara. Lógico que eu só
poderia sentir respeito por ele. Fazendo uma auto-citação, eu só sinto respeito
pela Inteligência. Mas havia ainda mais algumas coisas com o Caramuru:
ele é um grande, um excelente educador, uma pessoa de quem, instintivamente,
você quer ter por amigo. Incrivelmente simpático, muuuito culto, dono de uma
linguagem refinadíssima e... poeta! E dos bons!!!
Hoje o colégio não mais existe, mas tenho a
sorte e a alegria de tê-lo como amigo de Facebook (só isso já faria ter valido
a pena de criar um perfil nessa rede), o que me permite ler alguns poemas que
posta de vez em quando. E este é um deles.
Curiosamente, como talvez se lembrem meus 2,
3 leitores, já tive vontade de escrever um texto sobre meus medos, sobre o
impacto e os efeitos que o Medo causou em minha vida. Apesar de já ter até um
título escolhido ("Sob o domínio do
medo"), desisti. O que foi positivo, pois eu não teria a competência
de criar um texto à altura deste magnífico poema do meu amigo de Facebook e
meu inimigo predileto Fernando Caramuru. Olha que maravilha!
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