O Blogson estava prestes a ser degolado, a
ser definitivamente morto (sem direito a nova ressurreição), quando foi salvo por dois leitores. Talvez fosse
melhor dizer “pelos dois leitores” do blog. Mais precisamente ainda, pelos titulares dos blogs "O Elemento Jota" e "A Marreta do Azarão". Eu estava passando por uma fase
meio depressiva quando resolvi - pela segunda vez - acabar com a solidão ampliada.
A
única vantagem de estar com alguma depressão é que nesses momentos a
autocrítica fica feroz, implacável, pois se consegue ver com clareza a “desqualidade”
de tudo o que foi produzido até então. E o que eu vi foi uma imensa mediocridade.
Por isso, preparei-me para dar a estocada
definitiva. Num primeiro momento escrevi um texto final de agradecimento e
despedida, tal como havia feito no post “Coda”. Depois, para dar mais
dramaticidade e retirar do propósito de transformar o Blogson em mais uma ruína
abandonada qualquer semelhança com a hilária novela “A morte e a morte de
Quincas Berro d’Água”, resolvi criar mais um post gráfico, esse sim, o último (que vendo agora, em lugar de dar dramaticidade, tornou a coisa extremamente ridícula). Mas antes,
precisava terminar e divulgar dois ou três posts que ainda estava preparando. Foi
aí que aconteceu a mudança.
O post “Nada a declarar” mereceu quatro comentários
dos dois leitores, o que é uma enormidade para o Blogson. Graças a esses
comentários meu estado de espírito mudou, a depressão foi esconder-se em algum
canto até aparecer outra chance de dar seu bote e eu resolvi não acabar com o
Blogson. Preciso acrescentar que não tenho amigos (que não sejam parentes) com quem conversar, não curto bares e botecos. Por isso a importância dos comentários para mim. A música "Aviso aos navegantes" define bem essa sensação.
Voltando à matutada morte do velho Blogson, não significa que ele nunca acabará, o que é totalmente óbvio. Morrerá de morte morrida, natural, por mil razões distintas (doença, "maisvelhice", morte do blogueiro, saco cheio, etc.). Não mais morte matada, executada (ou suicidada). Um dia, em qualquer dia, por qualquer motivo, ele acabará e não haverá mais volta. Mas desencanei desse desejo de controlar tudo, até mesmo o fim de um blog.
Voltando à matutada morte do velho Blogson, não significa que ele nunca acabará, o que é totalmente óbvio. Morrerá de morte morrida, natural, por mil razões distintas (doença, "maisvelhice", morte do blogueiro, saco cheio, etc.). Não mais morte matada, executada (ou suicidada). Um dia, em qualquer dia, por qualquer motivo, ele acabará e não haverá mais volta. Mas desencanei desse desejo de controlar tudo, até mesmo o fim de um blog.
Quando acontecer, não haverá mais aviso, não haverá drama, não haverá pieguice nem frases ou atitudes ridículas, não haverá “crônica da
morte anunciada”. Será como a morte de pessoas, de animais, de gente, um evento
expresso em sistema binário (ligou, desligou). Mas eu detesto jogar coisas
fora, não sou do tipo que se “desapega” de tudo. Por isso, brincando com a
realidade alternativa da morte não ocorrida, resolvi publicar o que seriam os dois últimos posts do
Blogson precedidos por esta explicação. Repetindo, “seriam”.
“Deixa a vida me levar, vida leva eu...”
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