Imagino que hoje, quando ouvem falar do
falecido cantor Joe Cocker (a maioria, pelo menos), as pessoas só se lembram de
um sujeito envelhecido, de voz rouca, barrigudo e careca. O que é uma pena,
pois talvez não saibam que ele fez releituras absolutamente fantásticas de
músicas gravadas por outros intérpretes. A melhor interpretação, por exemplo,
da música “With a Little Help from my Friends”, dos Beatles, foi registrada no
Festival de Woodstock (o primeiro). Imagino que nunca mais ele conseguiu (nem
ninguém) ser tão genuinamente visceral, tal a carga de emoção (e loucura) que
ele esbanjou nesse dia. É possível ver e ouvir esse registro no Youtube.
Mas a sugestão de hoje, talvez a releitura de
que eu mais goste, é “Cry me a River”,
uma balada meio Jazz (ou jazzy),
composta em 1953(!) e gravada por ele (visivelmente drogado ou bêbado) como se
fosse um rock ensandecido, durante uma turnê em 1970. A propósito, turnê que o
levou à falência, tal a penca de parasitas, puxa-sacos, e músicos que viajou
com ele. Essa turnê rendeu também um ótimo DVD (que eu dei de presente para meu
filho mais velho).
Só mais uma curiosidade: por conta das finanças
abaladas, drogas e álcool, acabou batendo aqui no Brasil, onde se apresentou no
Maracanãzinho, para uns três mil gatos pingados.
A interpretação da música que escolhi é tão
ensandecida e espetacular, que eu acho interessante comparar com uma gravação
feita pelo Ray Charles, outro de meus “ídolos”. Vê aí.
Nenhum comentário:
Postar um comentário