segunda-feira, 31 de outubro de 2016
domingo, 30 de outubro de 2016
sábado, 29 de outubro de 2016
LAURA - CARLY SIMON
Vai
mais uma musiquinha aí? Antes, preciso contar uma historinha: tempos atrás, fomos ao casamento da filha de um amigo de infância de minha mulher. Recepção bacana e um piano de cauda pilotado por um cara que tocava de tudo e, lógico, super bem. Fiquei na minha até quase o final da festa, quando muita gente já tinha ido embora. Como sou fissurado em música, cheguei perto do músico e perguntei se conhecia a música "Laura", uma das minhas prediletas. Disse que sim e que iria tocá-la em seguida. E mandou ver. Ouvir aquela música linda executada só no piano por um sujeito que tocava muito foi uma sensação muito boa.
A escolhida de hoje foi composta em 1944 e é tema de um filme de mesmo nome. Por ser lindíssima já foi gravada por “trocentos” intérpretes. Escolhi uma versão mais recente, por ser ao vivo. Para um sábado à noite, de preferência em boa companhia, não há nada melhor. A menos que você prefira ouvir MC Guimê ou Lexa.
quinta-feira, 27 de outubro de 2016
O DEMÔNIO IDEOLÓGICO - REVISTA VEJA DE 12/10/2016
Raramente -
ou nunca - leio a "Carta ao Leitor" da revista Veja, mas não tenho explicação consistente para isso. Hoje, para
verificar se já tinha lido todas as reportagens e artigos, dei uma folheada
desde o início, contrariando minha mania de ler do fim para o início. Aí me
deparei com a "Carta", que, além do título “O Demônio Ideológico”, exibia as fotos dos economistas Ludwig
Von Mises (muito prazer, nunca ouvi falar) e Karl (pela-saco) Marx, por quem
tenho uma antipatia gratuita, de nascença.
Comecei a
ler e achei a introdução tão boa que
resolvi transcrevê-la no Blogson (toda a "Carta" é muito boa, diga-se). Claro está que concordo integralmente com o
que foi dito, que me fez lembrar de uma entrevista do Millor Fernandes que já
tinha divulgado aqui no blog (“Eu acho a ideologia um bitolamento da
inteligência”). Assim, segue o trecho selecionado e a fala do Millor logo
na sequência. Olhaí.
Quando
se olha o mundo através da lente
de uma ideologia, o mundo que se vê é necessariamente um reflexo alterado pela
própria lente ideológica. E como todos vemos o mundo com uma ideologia, seja
ela qual for, seja conscientemente ou não, toda visão humana do mundo carrega
uma alteração. Donde se pode concluir que as certezas ideológicas - aquelas
verdades enormes apresentadas por seus defensores como se estivessem inscritas
no mármore do DNA humano - não passam de impressões vagas, às vezes corretas,
outras vezes não. (Carta ao Leitor)
(...)
tenho dificuldade de pensar ideologicamente. Eu acho a ideologia um bitolamento
da inteligência. Se você é católico, tá f(*), você é católico, pronto! Você
pensa naquela linha católica. Quem não pensa católico é um filho da p(*). É a
mesma coisa com o presbiteriano. Você me diz assim: “Aquele cara é um grande
pensador marxista”. Então ele não é pensador, é um propagandista do marxismo. O
Tristão de Atahyde era conhecido como grande pensador católico. Isso não é nada
pensador… Pensador é o cara que vai pensando numa linha até o momento em que
esbarra numa coisa e muda a maneira de pensar.(Millor Fernandes)
x x x
Bom, isso é o que eu queria compartilhar com os 2,3 leitores do Blogson. Como dá um trabalhão lascado escanear com OCR, corrigir e formatar, resolvi não apagar o
restante do texto, para o caso de alguém se interessar em lê-lo na íntegra. Olhaí.
O
parágrafo acima poderia ser resumido da seguinte forma: o conflito ideológico é
um demônio adormecido. Os contrastes entre direita e esquerda, que ganham ou
perdem nitidez conforme o espírito do tempo, são a saúde da democracia, a
beleza da disputa de ideias e uma bela medida da ambição humana de superar-se,
mas, quando deixam de se contrapor para se confrontar, tornam-se um veneno
letal.
No
primeiro turno da eleição municipal, o resultado das urnas mostrou que o
eleitorado fez uma inflexão à direita, distanciando-se das legendas de esquerda
e infligindo uma derrota histórica ao PT. (...)
O
resultado das urnas é uma decorrência natural da vida democrática. É saudável que a balança ora oscile à
esquerda, ora à direita, de modo a estar sempre em busca do equilíbrio,
produzindo a desejável confluência entre a justiça social que a esquerda tanto
preza e a liberdade individual pela qual a direita tanto zela. O ponto essencial
em um país como o Brasil, imenso e mestiço, é que a política se mantenha longe
dos extremos de um lado ou de outro. Eles são o caminho mais curto para o
obscurantismo e o atraso. Por isso, a tolerância ao pensamento alheio, à
esquerda e à direita, é em si mesma um sinônimo da vida democrática. Por isso,
a eleição municipal arejou o ambiente político.
Enquanto
o debate de ideias se expressar em contrastes como o popularizado no slogan
"mais Mises, menos Marx", ninguém perde nada e o país ganha. O slogan
é reducionista, mas inofensivo. Ludwig Von Mises é o pai da escola austríaca de
economistas neoclássicos e deu aulas a Friedrich Von Hayek, o guru do
neoliberalismo. Karl Marx é o mais importante teórico do comunismo e da luta de
classes. O que eles têm em comum é o fato de que ambos estão mortos, eram
judeus e falavam alemão. Todo o resto é diferença. Imagina-se que, se tivessem
vivido no mesmo século, debateriam fervorosamente sobre suas distintas visões
de mundo. Só debateriam - que é o que de melhor se pode fazer em um universo em
que se pretende trocar ideias. Sem despertar o demônio.
CRY ME A RIVER - JOE COCKER
Imagino que hoje, quando ouvem falar do
falecido cantor Joe Cocker (a maioria, pelo menos), as pessoas só se lembram de
um sujeito envelhecido, de voz rouca, barrigudo e careca. O que é uma pena,
pois talvez não saibam que ele fez releituras absolutamente fantásticas de
músicas gravadas por outros intérpretes. A melhor interpretação, por exemplo,
da música “With a Little Help from my Friends”, dos Beatles, foi registrada no
Festival de Woodstock (o primeiro). Imagino que nunca mais ele conseguiu (nem
ninguém) ser tão genuinamente visceral, tal a carga de emoção (e loucura) que
ele esbanjou nesse dia. É possível ver e ouvir esse registro no Youtube.
Mas a sugestão de hoje, talvez a releitura de
que eu mais goste, é “Cry me a River”,
uma balada meio Jazz (ou jazzy),
composta em 1953(!) e gravada por ele (visivelmente drogado ou bêbado) como se
fosse um rock ensandecido, durante uma turnê em 1970. A propósito, turnê que o
levou à falência, tal a penca de parasitas, puxa-sacos, e músicos que viajou
com ele. Essa turnê rendeu também um ótimo DVD (que eu dei de presente para meu
filho mais velho).
Só mais uma curiosidade: por conta das finanças
abaladas, drogas e álcool, acabou batendo aqui no Brasil, onde se apresentou no
Maracanãzinho, para uns três mil gatos pingados.
A interpretação da música que escolhi é tão
ensandecida e espetacular, que eu acho interessante comparar com uma gravação
feita pelo Ray Charles, outro de meus “ídolos”. Vê aí.
UTRILLO NO MUQUE
Lá em 1969 (o ano é esse mesmo), meu irmão
entregou-me um pequeno recorte de revista (uns dez por oito cm) onde se podia ver um quadro do pintor francês Utrillo, e pediu que eu o ampliasse para ele. Mas era uma pintura, tinha cores! Além disso, não
sou desenhista nem pintor, sou apenas um rabiscador. Não me lembro mais o que conversamos,
só sei que peguei o lápis de sobrancelha de minha tia e fui ampliando aquela
coisa. Mesmo que eu não tenha gostado, creio que meu irmão ficou satisfeito com
o resultado. Ele, meus pais e minha tia (que ainda não tinha notado o estrago em
seu lápis).
Sinceramente,
como ampliação feita "no muque", sem nenhum artifício (eu não
conhecia nenhuma técnica para isso), até que não ficou tão ruim assim. O defeito principal é que
a igreja de Sacre Coeur (creio ser
essa) foi deslocada do centro do desenho e perdeu parte da torre, pois não
dimensionei antecipadamente o papel. Como os pais sempre acham linda qualquer
merda que o filhinho faça, puseram essa joça na moldura e penduraram na parede
da sala da casa onde viveram os últimos anos de suas vidas.
Anos
depois, meu irmão viajou com a família para a França, onde provavelmente
cumpriu o ritual de todo turista: Torre Eiffel, Louvre, etc. Quando voltou,
comentou ter tentado comprar uma reprodução do tal quadro. Doce ilusão! Não existia. Na
minha sincera opinião, o Utrillo foi um pintor de segunda categoria. Pensei isso depois de tentar achar o tal quadro na internet. Aparentemente,
ele só mudava a tela e o cavalete de lugar, pois a catedral de Sacre Coeur é
tema mais que recorrente em suas pinturas e sempre fica ao longe, o que permite
pegar o casario das ruas e becos que levam a ela.
Abaixo,
um "print screen" dado na pesquisa de imagens do Google. Ele pintava
outras coisas? Sim, claro, mas tenho a sensação que seu ganha-pão eram as
paisagens urbanas pouco inspiradas e repetitivas.
Depois da "prova do crime" do francês, uma foto ruim feita com celular, uma cópia ruim do desenho (ruim) que eu fiz. Como disse, tentei achar o quadro que serviu de modelo, mas desisti.
Para finalizar, fica a explicação: este post é apenas um registro das minhas memórias e entra no blog só na base de material para depósito ou arquivo morto (-"bota ali naquele canto"). É isso.
quarta-feira, 26 de outubro de 2016
ESSE BLOG É UMA PELEJA!
Neste blog de visualização quase inexistente eu
sempre tenho a impressão de estar falando sozinho. E como eu explico muito, a
situação fica ainda mais estranha, como se eu fosse um doido manso (melhor ser
doido que corno, dizia o profeta). E a explicação que estou dando agora a mim mesmo é
que pretendo dar uma “melhorada” no
blog.
Eu até poderia dizer que essas mudanças são
como o desejo de arrumar os armários e as gavetas que algumas pessoas apresentam
periodicamente, só não faço porque algum sacana pode fazer piadinhas sobre “sair
do armário” ou “deixar a gaveta aberta”. Essas piadinhas eu não tolero, pois
sou espada. Mesmo que nessa altura do torneio ela apresente alguns dentes, a
ponta esteja amassada e meio torta. Não sei se já perceberam que, ao contrário
das bocas dos idosos, que perdem os seus, espadas velhas ganham alguns.
Mas estou bem, tanto que estou animado com
essa nova organização. Resolvi criar (mais) uma seção, só para indexar as músicas
que tenho postado no Blogson. Depois de
ter aprendido a criar links que funcionam, essa certamente será a “seção” que
mais terá postagens. E o motivo é simples: eu a-do-ro música! (esquece o
armário, pô!). Então, vou deitar e rolar na tarefa (ou missão) de compartilhar
as músicas que fazem minha cabeça.
Falar em deitar e rolar, posso dizer que sou
bom nisso, pois mesmo com a idade em que estou (seis ponto seis), TODA noite eu
deito e rolo na cama, pois minha mulher sempre diz para que eu vire de lado (- Zé, pelamordedeus, vira de lado, pois eu não
estou conseguindo dormir com esse seu ronco!!!).
Comecei a falar de espada, mas acho que perdi
o fio. Por isso, “vamos voltar à
pilantragem”, ou melhor, ao tema do post. Como uma das características do
Blogson é sempre usar os títulos mais ridículos possíveis, pensei em dar à nova
seção o nome de “Um instante, maestro!”,
mas creio que ninguém entenderia do que ou de quem estou falando. Por isso,
resolvi simplificar e adotar o esterilizado nome de “Música, Maestro!”
Para terminar, e voltando ao início (da
capo), preciso dizer que gosto tanto de música que durante um bom tempo eu
usava trechos e versos das letras para comentar alguma coisa, o que, convenhamos,
é coisa de gente doida mesmo. Mas não estou só nessa maluquice. Ouvi dizer que
há pessoas que curtem criar textos fazendo colagens de vários poemas, dando novo sentido ao “frankenstein”. Isso sim
é coisa de gente aloprada.
terça-feira, 25 de outubro de 2016
DE MAU GOSTO, VULGAR E IRRELEVANTE
PARADOXO FILHO DA PUTA
Ontem,
na casa de minha sogra, alguém me perguntou em que dia do mês estávamos. Como
também não sabia (aposentado é foda!), fui olhar o calendário dependurado na
porta da cozinha. E foi quase um choque me dar conta de que já estávamos no
final de outubro, no final do ano. Alguém disse o velho chavão de que "o tempo está voando" e eu, bem ao
estilo Jotabê, comentei que estou envelhecendo cada vez mais rápido. Aí me
ocorreu que os idosos vivem uma situação paradoxal:
Quanto
mais lentamente se movimentam, mais rapidamente passa a
vida para eles. Paradoxo filho da puta!
EFEITO
COLATERAL
Antes
de postar no blog perguntei a um de meus filhos o que achava da ideia que me
ocorreu. Ele disse que era muito ruim e vulgar, uma merda enfim. Contra-argumentei
que então estava perfeita, que tinha tudo a ver. Porque você pode achar que é
mau gosto falar disso, mas o assunto agora é flato, peido, bufa, funfa. E a
ideia é esta:
À
medida que um casal vai se conhecendo melhor, aumenta a intimidade entre os
dois. Peido é o efeito colateral do excesso de intimidade.
QUANDO A VIDA ERA EM PRETO E BRANCO
Outro dia, enquanto via algumas fotos antigas, fiquei pensando que
talvez gostemos de achar que a vida ali retratada também era em preto e branco
– mais simples, mais previsível, sem dúvidas ou questionamentos –, longe da
paleta de cores fortes que as emoções, embates e conflitos do dia-a-dia real
utilizam.
TAKE THE "A" TRAIN - DUKE ELLINGTON
Depois de me aposentar,
comecei a perceber que gosto de contar casos. Como sabem os 2,3 leitores,
praticamente esgotei as lembranças e casos de minha família aqui no velho
Blogson. O que talvez ninguém imaginasse é que também gosto de contar algum
caso sobre as músicas que tenho compartilhado no blog (aprender como tornar o
link "operacional" foi realmente um divisor de águas).
Acredito que esses comentários dão algum sabor ao que desejo
compartilhar. E um deles é sobre a “musiquinha” de hoje. Um dia (e isso já faz
um tempão), resolvemos visitar nossa amiga Nádia, a simpaticíssima Kryolla. Lá pelas tantas, veio ela com
dois CDs com gravações de big bands da
“swinging era” e me deu de presente. Ela é sempre assim, totalmente
desapegada e generosa.
Os CDs traziam algumas músicas absolutamente
geniais. Uma delas é “Take the ‘A’ Train”, gravada originalmente por
Duke Ellington e, depois, por outros “centos” intérpretes. Parece que o título
da melodia surgiu de uma pergunta tipo -“Como é que eu faço para chegar à
sua casa?” -“Pegue o trem (ou metrô) na plataforma A”. Se é verdade
ou não, não sei. Mas é uma boa história
O que sei é que a gravação que ganhei tem uma
performance enlouquecida e espetacular de um trompetista que, infelizmente, não
consegui localizar no Youtube. Encontrei quatro outras versões do Ellington e
escolhi as duas mais parecidas (uma de estúdio e uma ao vivo) com a que ganhei da minha “cumade”. Independente disso, a música é demais. Vêaí.
https://youtu.be/KV8Hj_E8LJc
https://www.youtube.com/watch?v=D6mFGy4g_n8
SOCIEDADE ANÔNIMA
SOLICITAÇÃO DE AMIZADE
Hoje, ao acessar o Facebook, surpreendi-me
com a existência de uma "solicitação de amizade”. Fui ver quem era e
descobri tratar-se de um ex-colega da última empresa onde trabalhei. Como ele me encontrou? Não temos amigos em comum, não nos vemos há uns sete anos, pelo menos. E nem somos amigos mesmo. Por ele ser
músico semi-profissional (fazia bicos musicais) e tocar uns quatro instrumentos, às vezes eu gostava
de conversar com ele sobre música. Essa era a linha ou partitura que nos unia.
Nunca fui visitá-lo nem ele a mim. Aliás, tendo tão pouca coisa em comum seria
estranho que um de nós fizesse isso.
E
lá estava ele com seu sorriso meio maroto, barba quase toda branca, solicitando
minha amizade feicibucal. Ainda não recusei o pedido, mas provavelmente é o que
acontecerá. Nada tenho contra ele, que sempre me tratou muito bem. Apenas
receio que junto com a confirmação de nossa "amizade" ressurjam, revigorados, os
pesadelos que ainda tenho às vezes, relacionados a essa empresa (pesadelos mesmo, eu sonho que ainda estou lá e acordo mal). Poderia
escolher uma frase para dizer a ele. Talvez a da Greta Garbo (“leave
me alone”) ou a do general Figueiredo (“quero que me esqueçam”). Mas acho que
encontrei uma solução: não aceitarei nem excluirei a solicitação de amizade.
Ficará lá, abandonada, sem resposta, mesmo que ele não tenha culpa nenhuma.
SOCIEDADE
ANÔNIMA
Tive
um colega que possuía uma ironia muito boa. Um dia comentou que estava pensando
em abrir uma empresa para ele, uma S.A. “Sociedade
anônima”?, perguntei. "Não, Sem
Amolação". Lembrei-me disso hoje, depois de perceber que um blog - ou,
pelo menos, o Blogson -, guarda alguma semelhança com uma Sociedade Anônima.
Vejam
bem, há a figura do "controlador da empresa",
que seria equivalente ao dono ou titular do blog; existe também a figura dos "grandes acionistas", que seriam os
leitores que acessam o blog com mais frequência, às vezes comentam alguma coisa
e até motivam a criação de algum post (mas não mandam porra nenhuma). Para
completar a “sociedade", existem os "pequenos
acionistas" (ou minoritários),
formados pela "maioria silenciosa" (aquela que pode até ler o post, mas não comenta) e pelos leitores bissextos.
Alguém
pode estar se perguntando qual a razão dessa maluquice sem graça nenhuma e eu
explico. Estava relendo o livro de crônicas do Rubem Braga ("Duzentas Crônicas Escolhidas") e
(re) descobrindo sutilezas e detalhes que tornam saborosíssima a leitura de
seus textos. O sujeito era muito fera! E a redescoberta de hoje é a
divertidíssima crônica "Eu, Lúcio de
Santo Graal" (já reverenciada nesta bagaça), em que conta de seu
desejo de ser um colunista social. E o trecho que mais curti reler é esse:
Absolutamente, ab-so-lu-ta-men-te não cederia aos rogos de
missivistas ansiosas por me falar pessoalmente, ou sequer pelo telefone. Não,
nunca. Ao palerma do Braga elas não pilhariam; só poderiam lidar com o
fantástico doutor de almas, profundo conhecedor do coração epistolar feminino,
irônico porém tão humano, severo porém tão meigo.
É inútil, ó belas do Brasil; no dia em que eu me instalar atrás de
meu soberbo pseudônimo podeis me mandar retratos até em
maiô. Pessoalmente só
merecereis o meu desprezo; porque “Juan" (ou “Vic", ou “Parsival",
ou “Dr. Cândido"?) só tratará com as senhoras e senhoritas através de
cartas.
Pessoalmente (que terá havido com ele, com esse terrível
conhecedor de mulheres? desengano ou soberbo fastio? mágoa ou tédio, Senhor?),
pessoalmente as mulheres jamais o atingirão, ainda que venham lágrimas sobre a
tinta azul em papel cor-de-rosa.
Sim, eu serei misterioso; magnífico e irredutível, quer me chame
“Dr. Mefisto", quer me chame “Johnny", ou, o que talvez prefira,
“Lúcio de Santo Graal". E então as damas ficarão exasperadas, fascinadas...
E lá atrás de seu pseudônimo fabuloso ficará escondido, mergulhado
na escuridão, ferido e medroso, o pobre coração do Braga.
Como
diria o Roberto Chapinha Carlos, "esse cara sou eu"! Não que eu
pretendesse ser um Amaury Jr., pois
jamais pensei em praticar tal overdose de futilidade. Além disso, faltam-me traquejo social e desejo de me encontrar com gente desconhecida. A razão da identificação com o texto é justamente o
oposto disso: eu sou um ogro, ou, pior: ao vivo e a cores, sou um ogro hibernando.
Comentar coisas, falar besteira, inventar piadinhas e trocadilhos infames faz parte da minha porção "Lúcio de Santo Graal", mas expor-me mais ainda do que já me expus no blog é totalmente indesejável. Sociedade Anônima. O que significa que meu desejo é sempre ficar "escondido, mergulhado na escuridão", um ogro total em plena hibernação. Ou manter-me anônimo, ser apenas o “controlador de uma S.A”.
Comentar coisas, falar besteira, inventar piadinhas e trocadilhos infames faz parte da minha porção "Lúcio de Santo Graal", mas expor-me mais ainda do que já me expus no blog é totalmente indesejável. Sociedade Anônima. O que significa que meu desejo é sempre ficar "escondido, mergulhado na escuridão", um ogro total em plena hibernação. Ou manter-me anônimo, ser apenas o “controlador de uma S.A”.
domingo, 23 de outubro de 2016
ENCONTRO NÃO MARCADO
- Bom dia!
- Ahn? Bom dia...
- Está muito quente hoje,
não?
- Verdade, muito quente!
... (silêncio)
- O senhor me lembra meu
avô.
- Agora você me pegou! Isso talvez
seja um elogio, mas imagino que tenho idade para ser seu pai!
- Desculpe, foi sem querer!
Que vergonha...
- Não precisa se desculpar,
meus cabelos brancos podem tê-la confundido.
- É que eu sempre vejo o
senhor sentado aqui na praça.
- Ah, sim, eu moro aqui
perto e gosto de vir para cá e curtir o vento.
... (silêncio constrangido)
- Eu sempre senti vontade de
conversar com o senhor.
- Que surpresa ouvir isso de
uma moça tão jovem!
- É que o senhor transmite
uma paz, uma serenidade...
- Talvez por já não ter
esperança de mudar nada.
- Será? Às vezes eu me sinto terrivelmente só,
desejando ter alguém para conversar, para desabafar...
- Quando uma moça jovem e
bonita como você se sente “terrivelmente só” é sinal de que há dores de amor
ainda não curadas, acertei?
- Na mosca!
... (silêncio)
- Já percebi que o senhor
não gosta muito de fazer caminhadas aqui na praça...
- Verdade, meus joelhos doem
um pouco. Eu venho sempre aqui na esperança de encontrá-la de novo, mas isso é
só uma maluquice de gente velha.
- Não há nada de maluquice em desejar um reencontro.
- Às vezes eu vou a lugares
que frequentávamos, mas sempre me lembro de que nunca dei atenção a ela quando
podia. Ela estava sempre ali e eu nem ligava. Sem que eu me desse conta disso,
ela foi se afastando de mim, se afastando até sumir.
-Que triste! Mas ela mora
por aqui? Talvez faça caminhada em outro horário!
- Não se trata disso, eu sei
que nunca mais a encontrarei.
- Talvez se...
- Não há talvez!
- Desculpe-me se eu me intrometi, eu só queria ajudar.
- Eu sei, não precisa se desculpar.
- Desculpe-me se eu me intrometi, eu só queria ajudar.
- Eu sei, não precisa se desculpar.
... (silêncio constrangido)
- Eu só queria conversar com
o senhor, não queria deixá-lo triste.
- Não se preocupe, foi bom
conversar com você, mas agora eu tenho que ir.
- Se o senhor vier amanhã,
eu prometo que não vou importuná-lo.
- Você não me importunou, pelo
contrário! Apenas tornou mais vivas as lembranças que tenho dela.
- Então foi ...ruim?
- Vou te dar um conselho:
você tem a juventude que tudo pode, tudo conserta, tudo supera. Não se deixe
abater nem ficar sofrendo por ninguém, porque, sinceramente, nós homens não
merecemos.
-Vou tentar não esquecer!
O velho se afasta meio
oscilante, pensando em tudo o que disse e ouviu.
- Como eu poderia dizer a
ela que estava falando apenas da minha juventude? Ela nunca entenderia e ainda acharia
que eu estou esclerosado!
- Boa moça! Quem me dera que eu tivesse idade
para ajudá-la a limpar o coração...
sábado, 22 de outubro de 2016
DORES DE AMORES // TIVE SIM - LUIZ MELODIA & ZEZÉ MOTTA
O nome artístico "Luiz Melodia" é mais que merecido, é indicativo de que aquele que o utiliza é um grande melodista. Algumas letras são meio criptografadas, meio herméticas, meio parecidas com as do Djavan, mas as melodias são sempre muito boas. Outra qualidade que tem é sua voz personalíssima, o que faz com que ele seja também um fantástico intérprete de músicas de outros compositores.
Para exemplificar essas características, sugiro que os 2,3 leitores desta bagaça (aí incluídos os poetas) ouçam/ vejam duas músicas. A primeira, "Dores de Amores", de sua autoria, é interpretada em dueto com a excelente cantora Zezé Motta.
A segunda - "Tive Sim" - é um samba de Cartola, gravada originalmente por Ciro Monteiro. Olhaí (estou adorando colocar hiperlinks de música no Blogson!).
I'LL SEE YOU IN MY DREAMS - ISHAM JONES & GUS KAHN
Não me lembro onde nem quando ouvi um trecho
dessa música pela primeira vez, mas gostei de imediato. Procurei saber quem
tocava, pois era um country em versão apenas instrumental. Fui descobrindo aos
poucos alguma coisa sobre ela. Nome da música: “I’ll See
You in my Dreams”, interpretada por Mark “Dire Strais” Knopfler e Chet Atkins; composta em 1924(!) por Isham Jones e Gus Kahn.
Um belo dia, meu filho mais velho instalou no micro aqui de casa o filme de um show em homenagem ao George Harrison, realizado em exatos 365 dias após sua morte. Só músico fera e “de grife”: Eric Clapton, Paul Mc Cartney, etc.
Durante a apresentação da última música, interpretada em ritmo mais suave e menos nervoso, mais apropriada para uma homenagem póstuma, justamente aquela que havia sido interpretada em estilo country pelo Mark
Knopfler e Chet Atkins, acontece uma coisa que tornou o final do show muito mais
emocionante (pelo menos, para um velho beatlemaníaco): milhares de pétalas de rosa ou coisa parecida caem do alto do teatro, criando uma imagem tão comovente e delicada que fez com que eu ficasse com um nó na garganta, de tão emocionado. Infelizmente, esse vídeo foi retirado do Youtube. Vale a pena tentar ver o show todo, disponível em DVD. Espero que gostem das duas versões, muito boas. Vê aí.
sexta-feira, 21 de outubro de 2016
SAIDEIRA - SAMUEL "SKANK" ROSA E CARLOS "WOODSTOCK" SANTANA
Já disse algumas vezes nesta bagaça que não
sou criativo, sou reativo. O que penso, escrevo ou “desenho” é sempre fruto de
algum estímulo externo. Talvez por isso eu não me sinta atraído pela ficção,
justamente pela dificuldade de criar alguma coisa do nada. Era assim, pelo
menos. Ultimamente, desde a ressurreição do blog, essa chama anda meio apagada,
ou pela inexistência de cutucadas cerebrais ou pela falta de reação a elas.
Talvez por isso, tenho feito muitos posts com músicas que eu gosto de ouvir.
Esses dias, esses meses, este ano, têm sido meio tempestuosos, deixando as pessoas mais ásperas, agressivas e parecidas com integrantes de gangues rivais de adolescentes. “Nunca antes neste país” houve tanto “consumo” de coxinhas e mortadelas. Houve quase uma crise de desabastecimento desses produtos, tal a procura.
Pois bem, até pensei em escrever alguma coisa sobre a intolerância cruzada que observei entre meus “amigos” de Facebook, hoje é sexta-feira, dia nacional do leite com Toddy (gelado, por favor). Por isso, resolvi comemorar a chegada do fim de semana com música - e música do Skank! A que eu escolhi nem é a de que mais gosto, mas tem um detalhe muito especial, pois foi gravada por Carlos Santana, guitarrista fera que é o pai da música “Corazón Espinado” (gravada também pelo Leonardo).
Para mim isso pouco significa, pois o Santana que eu conheci é o que tocou “Soul Sacrifice” no Festival de Woodstock (o primeiro), o mais icônico festival de rock que já aconteceu no mundo. Tudo bem, não estamos mais em 1969 e quem quiser ouvir, acha no Youtube ou encara o filme do festival (eu já vi umas cinco vezes). Por isso, o som de hoje é uma musica atual, alegre, dançante, composta pelo Samuel Rosa e com aqueles riffs de guitarra típicos do velho e bom Santana. Olhaí, ou melhor, som na caixa!
Esses dias, esses meses, este ano, têm sido meio tempestuosos, deixando as pessoas mais ásperas, agressivas e parecidas com integrantes de gangues rivais de adolescentes. “Nunca antes neste país” houve tanto “consumo” de coxinhas e mortadelas. Houve quase uma crise de desabastecimento desses produtos, tal a procura.
Pois bem, até pensei em escrever alguma coisa sobre a intolerância cruzada que observei entre meus “amigos” de Facebook, hoje é sexta-feira, dia nacional do leite com Toddy (gelado, por favor). Por isso, resolvi comemorar a chegada do fim de semana com música - e música do Skank! A que eu escolhi nem é a de que mais gosto, mas tem um detalhe muito especial, pois foi gravada por Carlos Santana, guitarrista fera que é o pai da música “Corazón Espinado” (gravada também pelo Leonardo).
Para mim isso pouco significa, pois o Santana que eu conheci é o que tocou “Soul Sacrifice” no Festival de Woodstock (o primeiro), o mais icônico festival de rock que já aconteceu no mundo. Tudo bem, não estamos mais em 1969 e quem quiser ouvir, acha no Youtube ou encara o filme do festival (eu já vi umas cinco vezes). Por isso, o som de hoje é uma musica atual, alegre, dançante, composta pelo Samuel Rosa e com aqueles riffs de guitarra típicos do velho e bom Santana. Olhaí, ou melhor, som na caixa!
quinta-feira, 20 de outubro de 2016
BABY, IT'S COLD OUTSIDE - ROD STEWART E DOLLY PARTON
Um dia, Rod Stewart, o roqueiro
e pegador britânico (já pegou até a Luciana Gimenez na época do primeiro Rock
in Rio, em 1985) gravou um CD com clássicos da música americana das décadas de
20, 30, 40 e 50, os famosos “Standards”. A coisa deu tão certo que ele gravou
mais quatro CDs (minha mulher me deu de presente os dois primeiros).
Pois bem, a
musiquinha de hoje é uma dessas e foi composta em 1944. Já foi gravada por uma
penca de gente (até a nariguda Lady Gaga interpretou essa música. No Youtube
tem). A versão escolhida (para mim, a melhor de todas) é um dueto entre o
roqueiro e a peituda Dolly Parton, atriz e cantora de country.
Eu não sei falar
inglês, mas o título era muito sugestivo. Aí fui buscar na internet a letra
traduzida e o que encontrei foi um diálogo delicadamente malicioso (afinal, foi
composta em 1944!) e muito divertido. Se alguém quiser saber do que se trata, a
letra está transcrita abaixo. Se não quiser, pode apenas curtir a música e se
desintoxicar das mazelas da atualidade (mesmo que isso pareça ou possa até mesmo ser escapismo). Vêaí.
Baby, it’s cold outside
Eu não posso mesmo ficar (Baby, está frio lá fora)
Tenho que ir embora (Baby, está frio lá fora)
Essa noite tem sido... (tem sido esperar que você
aparecesse)
...tão agradável (Eu vou segurar suas mãos, elas
estão geladas)
Minha mãe vai ficar preocupada (Linda, não se
preocupe)
E meu pai vai ficar andando de um lado pro outro
(Ouça o barulho da lenha queimando na lareira)
Então, é melhor eu me apressar (Linda, por favor,
não tenha pressa)
Bem, talvez só mais meio drinque... (Coloque um
disco pra tocar enquanto eu sirvo)
O que os vizinhos podem pensar? (Baby, o tempo está
ruim lá fora)
Me diga, o que tem nesse drinque? (Você não vai
conseguir chamar um táxi lá fora)
Eu queria saber como... (seus olhos estão brilhando
agora)
...quebrar esse encanto (Eu vou tirar o seu chapéu
agora, seu cabelo está ótimo)
Eu devia dizer não, não, não, senhor! (Se importa
se eu chegar mais perto?)
Pelo menos vou dizer que tentei... (Por que ferir
meus sentimentos assim?)
Eu realmente não posso ficar (Baby, não tente
resistir)
Mas está frio lá fora!
Eu simplesmente devo ir (Baby, está frio lá fora)
A resposta é não! (Mas Baby, está frio lá fora!)
Você tem sido... (tão sortudo por você ter
aparecido)
...tão legal e acolhedor (Olhe pela janela, não
está nada fácil)
Minha irmã vai desconfiar (Deus, seus lábios
parecem deliciosos!)
Meu irmão vai estar lá parado na porta (...ondas em
um mar tropical)
Minha tia tem uma mente poluída (Deus, seus lábios
são deliciosos!)
Bem, talvez só mais um beijo... (Nunca houve uma
nevasca como essa!)
Eu tenho que ir para casa (Baby, você vai congelar
lá fora!)
Vamos, me empreste seu casaco? (E seus joelhos,
como vão ficar lá fora?)
Você realmente tem sido ótimo... (Eu chego a tremer
quando você pega minha mão)
Mas você não percebe? (Como você pode fazer isso
comigo?)
Isso vai dar o que falar amanhã... (Pense na minha
vida de tristezas)
Pelo menos haverá motivo... (se você pegar
pneumonia e morrer)
Eu realmente não posso ficar (Deixa pra lá essa
velha desculpa...)
Baby, está frio lá fora!
FORA DO BEIÇO - MARCELO MARCHI
Texto muito engraçado! Olhaí:
Ao ser premiado,
na semana passada, com o Nobel de Literatura, o cantor, compositor e trovador
nasal Bob Dylan se tornou o único artista na História a reunir todos os
principais prêmios do mundo das artes. Ele já ganhou um Pulitzer especial,
diversos Grammys pelos seus álbuns, um Oscar por uma canção de filme e um Emmy
por sua atuação como o personagem Zé Bonitinho na Escolinha do Professor
Raimundo. Mas esperar que Bob Dylan compareça à entrega de mais esse mimo
parece ser o mesmo que esperar que Eduardo Suplicy não cante uma música dele em
qualquer ocasião que vá de uma votação no Senado à festa de lançamento de outro
reality show do Supla. Nos últimos dias, membros da Academia Sueca, responsável
pelo Nobel, vêm tentando desesperadamente entrar em contato com o músico. Como
num verdadeiro Ragnarok de telemarketing, dezenas de nórdicos têm telefonado
para a casa de Dylan, porém sem obter qualquer sucesso. Segundo o agente do
cantor, há uma explicação razoável para isso. “Eles telefonam no fuso horário
da Suécia! Além disso, têm nomes como Olaf e Sven. Bob pensou que era algo como
a Disney tentando convencê-lo a compor as canções do próximo ‘Frozen’. E - só
entre nós - ele sabe que já não seria capaz de compor algo no nível de 'Let it
Go’. Por isso preferiu não responder”. O pessoal do Nobel de Literatura
resolveu então pedir apoio à serena equipe do Nobel da Paz, que tentou contato
com Dylan através do e-mail
recebendo apenas uma resposta automática dizendo “não estou lá”. De acordo com
uma fonte na Academia Sueca que não quis se identificar, ou que tem um daqueles
sobrenomes cheios de consoantes que nosso repórter desistiu de escrever, “a
gota d'água foi quando enviaram um whatsapp pro Dylan. Ele visualizou e não
respondeu. E, quando finalmente o fez, só respondeu 'It Ain’t Me, Babe’! O
pessoal do Nobel da Paz ficou tão puto que quebrou um lápis no meio. Parece que
Estocolmo não está calmo”, trocadilhou poeticamente o sueco. Assim, depois
desse verdadeiro folk you do cantor, a comissão de Cagadas e Andadas da
Academia Sueca imediatamente concedeu a Dylan o prêmio Esnobel, outorgado a
nomes que se destacaram mundialmente no campo do empinamento de nariz. “Com tão
brilhante contribuição ao desdém enquanto arte, Bob Dylan fez por merecer o
Esnobel, especialmente se considerarmos que não é tarefa fácil empinar uma napa
daquelas”, explicou um dos membros da comissão. O Fora do Beiço deixa aqui seus
parabéns ao genial Bob Dylan. Mas também não espera que ele venha receber.
http://foradobeico.tumblr.com/post/152030947088/ap%C3%B3s-desprezar-seu-pr%C3%AAmio-nobel-bob-dylan-acaba
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quarta-feira, 19 de outubro de 2016
CHAVÃO
Dizer que a felicidade pode estar em pequenas coisas é chavão, clichê. A expressão "foda-se, não estou nem aí" é outro chavão. Dizer que alguma coisa é "chavão", também é chavão. Pois bem, é isso que aconteceu hoje.
Graças às dicas e à boa vontade de 2 (dois) dos 2,3 leitores desta bagaça (o 0,3 faz parte da maioria silenciosa) em me ensinar como colocar um link funcional nas coisas que escrevo aqui, tive um momento de grande felicidade. Por isso, deixo meu agradecimento público aos leitores "Marreta" e "J". Muito obrigado mesmo!
Com as dicas recebidas, entrei meio cabreiro na seção "Reverência" e criei um hiperlink. Deu certo! Aí comecei a criar hiperlinks em todos os posts de músicas que resolvi divulgar no blog. Fiquei tão alegre com o resultado que realmente percebi que a felicidade pode estar nas pequenas coisas. Talvez alguém mais mal-humorado reclame da mediocridade e caretice desse chavão. Foda-se, não estou nem aí!
terça-feira, 18 de outubro de 2016
TENHO MEDO
“Meu Senhor e meu Deus!”,
Disse Tomé uma vez.
“Meu Senhor e meu Deus!”,
Repito sempre em minhas orações.
Meu Senhor e meu Deus, digo-Vos hoje,
Cheio de dúvidas e ansiedade.
Por que, Senhor, nos fizeste
À Vossa imagem e semelhança? (ouso
perguntar)
Se estávamos
desde sempre condenados
A morrer,
(tal como os outros seres vivos),
Por
sermos todos criados por Vós,
Vossas
criaturas, Vossos criados,
Por que, Senhor, nos fizeste
À Vossa imagem e semelhança?
Sabíeis
que éramos frágeis, vulneráveis, fracos,
Mas deixastes
que comêssemos o fruto do Conhecimento.
Não
poderíeis ter deixado! (ouso dizer)
Não
Vós, não com Vossa onisciência!
Sendo
criados à Vossa imagem e semelhança,
Estamos
mais distantes de Ti que o boi e o leão,
Pois
eles não sabem a terrível verdade que sabemos,
(e Vós deixastes que soubéssemos!)
Que todos - homem, boi, leão -, morreremos um dia.
Tenho
medo, Senhor,
Tenho
muito medo.
domingo, 16 de outubro de 2016
sábado, 15 de outubro de 2016
SAIU NO FEICIBUQUE - 009
Talvez o Blogson tenha perdido densidade depois da ressurreição. Em compensação, ganhou em leveza (física pura!), pois não tenho mais a pretensão de impressionar ninguém. Ultimamente, tenho me dedicado a postar no Facebook algumas coisas que saíram no blog ao longo do tempo. Boa jogada, não?
Meu filho disse que o Facebook está sendo o Blogson 2.0. Acho que é por aí. Em compensação, tenho tido a chance de ver charges e cartoons geniais ou o mais puro besteirol, como é o caso de algumas placas idiotas que selecionei para postar aqui. Olhaí, por ordem de humor (para mim, lógico!):
E se não tivesse cheiro de armação, a melhor de todas seria esta próxima:
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