George Martin, o maestro, arranjador e produtor musical dos Beatles resolveu fazer uma espécie de legado musical em cima das músicas do Fab Four. Em 1998, chamou uma penca de atores, cantores e instrumentistas e gravou o ábum "In my Life". Um dos convidados foi o ator Sean Connery, que declamou os versos da magnífica "In My Life" tendo como fundo a própria melodia da canção, de forma instrumental. Impossível para um velho beatlemaníaco de primeira hora como eu não se emocionar. Baba aí!
sexta-feira, 30 de julho de 2021
quinta-feira, 29 de julho de 2021
SEPARANDO O JOIO DO JOIO
Já contei parte desta história aqui, mas vou repetir. Não creio que isso tenha acontecido com todos os meus tios, mas sei que pouco antes de morrer pelo menos um dos irmãos de meu pai rasgou ou queimou tudo o que tinha escrito até então. Meu pai dizia que Tio Chiquinho escrevia super, super bem e que até colaborou em algum jornal, mas isso foi insuficiente para desejar ver preservada sua “obra”. Aparentemente, muitas pessoas acham necessário ou gostam de "apagar rastros", destruir papeis e documentos que eventualmente poderiam mudar a imagem que construiram de si e para si mesmos.
domingo, 25 de julho de 2021
UM BRINDE AO VAZIO
No início da semana passada, sem entender por
qual motivo, acordei às duas da madrugada e não consegui mais dormir.
Levantei-me, bebi água, fui ao banheiro, deitei-me de novo, virei para um lado,
virei para o outro e nada de voltar a dormir. Estava nessa luta com a insônia quando
assim do nada surgiram em minha mente as frases "tenho saudade das paixões que não provoquei" e “um brinde ao vazio”. Aí foi que eu
não consegui mais dormir.
Levantei-me, peguei um caderno (o computador
estava desligado) e comecei a escrever estes "versos". Só assim
voltei a dormir. Depois que amanheceu, liguei o computador, digitei o que
estava no caderno e enviei para meu filho perguntando se estava bom. A resposta
foi desconcertante: "Bacana, já
tinha visto antes". Como assim, se foi escrito às duas da matina? Eu
sei que o tema é meio recorrente nas coisas que escrevo, mas não consegui
descobrir onde ou o que meu filho leu. Se algum de meus amigos virtuais também
já leu, peço que me avisem, pois plagiar a mim mesmo é foda.
Tenho saudade
Sim, tenho saudade
Dos lugares que não conheci
Dos sabores que não provei
Dos cheiros que não senti
Dos filmes que não assisti
Dos livros que nunca lerei
Tenho saudade
Sim, tenho muita saudade
Dos sonhos que não sonhei
Dos amigos que não conheci
Das paixões que não despertei
Dos amores que não conquistei
Da vida que não vivi
Sinto saudade de mim
quinta-feira, 22 de julho de 2021
OSMANOPIRA
Eu acho que o título “Conteúdo Adulto” do penúltimo blog fez pirar os robôs do blogger. Como todos sabem, o Blogson Crusoe é um blog família, deixando claro que sua (dele) família não é do tipo nem da Família Adams nem da família Manson nem de uma famiglia muito conhecida. Mesmo que chegado a uma caricatura não é um blog careta. Por isso, seguindo o exemplo do Bill Clinton, já fumou mas não tragou. Mas é família. Só não traz fotos de oncinhas pintadas, zebrinhas listradas e coelhinhos peludos por ser alérgico a pelos de animais - mesmo que sejam de animaizinhos fofinhos. E nem quer sofrer processo por plágio dos Titãs.
SABE O QUE EU MAIS QUERO?
Sabe o que eu mais quero agora, meu amor?
Morar no interior do meu interior
Pra entender por que se agridem
Se empurram pro abismo
Se debatem, se combatem sem saber
Morar no interior do meu interior
Pra entender por que se agridem
Se empurram pro abismo
Se debatem, se combatem sem saber
Pois é, o Vander Lee tinha a manha. O lance é o seguinte: conheci um sujeito
que na juventude torcia doentiamente pelo Atlético mineiro. Viajava para ver alguns
jogos, comprava faixas, bandeiras e outras tralhas e enchia a cara durante as partidas
(para ser sincero, antes, durante e depois, em todos os dias da semana). Já mais
velho, moderou um pouco essa paixão (só pelo futebol!), mas gostava de declarar-se "primeiro anti-cruzeirense
e depois, atleticano". Ou seja, o ódio pelo principal adversário do seu time
do coração era tão insano que pouco importava para ele se seu Galo só estivesse
jogando tampinha.
O que esta história tem de similar fora dos estádios?
Isto: muitas pessoas têm tanto medo, ódio ou preconceito contra alguma ideia ou
pessoa que qualquer pé rapado que apresente um discurso radical contra essas ideias
ou pessoas vistas como ameaças e que odeiam, logo é incensado como o redentor, o
messias tão aguardado. E é aí que a coisa desanda.
Vamos supor que esse redentor seja uma toupeira
míope que não consegue enxergar ou não quer entender nada que esteja fora da sua
toca, do seu nicho. Se acreditar que recebeu poderes para salvar o mundo, esse toupeira-mor
tudo fará para que o mundo à sua volta (aquele que consegue enxergar) seja uma grande
toca, cheia de toupeirinhas que o adoram e veneram. Mas ele pode estar errado (todo
mundo erra!). Apesar disso, continua a agir como se estivesse sempre certo, pois
talvez acredite que realmente é o "salvador da pátria".
E é por aí que as coisas se complicam, pois pode
acontecer dele tomar decisões equivocadas (pois as julga totalmente corretas). Em
seu benefício, digamos que sua visão poderia estar parcialmente certa. Mas, por
desprezar, ironizar ou não acreditar em outras visões do problema, por entender
que ele é quem está sempre com a razão, suas ações e decisões podem travar todo
o "ecossistema" à sua volta.
Este texto começou a ser rascunhado (continua com cara de rascunho) a partir de um pensamento que tive (eu estava de bom humor no dia): por mais assustador que isso possa ser, e se o Bolsonaro realmente acreditasse estar fazendo o melhor para o país, que nunca
tivesse se equivocado, que sempre tivesse agido de forma desinteressada, movido
apenas por um ideal? Pois é...
Mas a CPI da Covid começou, descobriu-se que um reles cabo da PM lotado em Alfenas-MG (80 mil habitantes) tentou vender 400 milhões de
doses de vacina (imagino que se tivesse patente mais alta talvez propusesse imunizar a população
do planeta), habeas corpus foram sendo apresentados e resguardado o direito de alguns
depoentes ficar em silêncio (mas com cara de cachorro que peidou na igreja). Aí eu perdi o bom humor de vez.
Esse silêncio preventivo para não se autoincriminar lembra a história do bafômetro - mesmo
que você não sopre no etilômetro (bonita palavra!) já deixou a pista de quem tem "culpa no cartório". Por tudo isso, pela sensação de já ter visto
esse filme antes na era petista, cheguei à conclusão de que não quero entender nada,
eu quero mais é que o Bozo se foda. E leve o Lula com ele.
terça-feira, 20 de julho de 2021
segunda-feira, 19 de julho de 2021
MUITA PERPLEXIDADE COM PITADAS DE INDIGNAÇÃO
Este post serve apenas para registrar minha
perplexidade e indignação por conta de comportamentos lamentáveis, deploráveis,
impensáveis, inaceitáveis. Um escritor de verdade estaria agora se contorcendo por conta dessa repetição obsessiva do sufixo. Mas é proposital, só para incomodar, pois incomodado eu estou. Agora, pitada de indignação, porra nenhuma! Este post é uma pizza mezzo a mezzo, pois aqui a perplexidade e a indignação aparecem em partes iguais, meio a meio, fifty-fifty.
PEGOU MAL
Creio que foi por volta de 1960 que a TV Itacolomi de BH exibiu a série de capa e espada Zorro, meio bobinha mas divertida. O personagem que a tornava engraçada era o atrapalhado e subserviente Sargento Garcia, sempre tentando prender o herói. Anos depois fizeram um filme com o Antonio Banderas, mas não faço a mínima ideia sobre ele, pois nunca me interessei em assistir. O que um sargento rotundo e trapalhão tem a ver com os dias atuais? Boa pergunta! Quando ainda era ministro da Saúde, o
gordinho Pazuello disse uma frase que merece ser lembrada no futuro: “É simples assim: um manda, o outro obedece”,
a propósito do cancelamento da compra de milhões de vacinas determinado pelo
presidente. Ao agir assim um general ficou parecido com o atrapalhado sargento Garcia diante do seu próprio capitão.
O problema é que recentemente divulgaram um
vídeo onde ele negocia a compra das mesmas vacinas – através de
intermediários e a um preço três vezes maior! Numa boa, eu, se fosse o
Bolsonaro, descia porrada no Pazuello, só para não me ver mergulhado no mesmo
caldeirão de bruxarias (concorda, Luana?). E não custa lembrar que o presidente
explicou assim o fim da Operação Lava Jato: “Acabei com a Lava Jato, porque não tem mais corrupção no governo”. É claro que eu creio nisso! E acredito também em duendes e gnomos. Pegou mal, pegou
muito mal.O verdadeiro sargento Garcia
MEDIEVAL
Publiquei recentemente um texto aqui no
Blogson onde falava da morte de um primo, abatido pela Covid. Estava super
chateado. E fiquei ainda mais chateado ontem. Chateado, não, sacaneado.
Sacaneado não, puto da vida. E o motivo foi ter descoberto que ele não foi
vacinado porque não quis. (descobri que existe uma ala de retardados mentais na minha família). Disse que não se vacinaria e ponto final.
Grandessíssimo filho da puta!
A sorte é que sua mãe - que está com 102 anos
- começou a apresentar sinais de demência. Assim, ficará fácil (relativamente)
mantê-la na ignorância da morte de um dos dois filhos que teve.
Fico pensando no medo, no desespero e no
arrependimento que meu primo deve ter sentido ao saber que seria sedado e
intubado. Péssima escolha, péssima aposta. Se não fosse pai e avô bem que
mereceria ganhar o Prêmio Darwin, aquele que premia postumamente as pessoas que
contribuíram para o desenvolvimento da espécie ao não deixar descendentes.
Por ser rico de nascença, frequentou os
melhores colégios, conheceu vários países, tornou-se empresário bem
sucedido, mas empacou no limite das ciências exatas, da engenharia. Pelo jeito,
não foi capaz de ultrapassar essa barreira. Só isso poderia explicar o
inexplicável, o obscurantismo e
a ignorância de que foi vítima, o provável desinteresse por conhecimento científico fora de sua área de atuação. Eram essas as piores comorbidades que poderia ter. Apostou contra o coronavírus e perdeu.
Superstições, crendices e apostas mal feitas podem matar, seja na Idade Média
ou nos tempos atuais. Otário!
Este post serve apenas para registrar minha
perplexidade e indignação por conta de comportamentos lamentáveis, deploráveis,
impensáveis, inaceitáveis. Um escritor de verdade estaria agora se contorcendo por conta dessa repetição obsessiva do sufixo. Mas é proposital, só para incomodar, pois incomodado eu estou. Agora, pitada de indignação, porra nenhuma! Este post é uma pizza mezzo a mezzo, pois aqui a perplexidade e a indignação aparecem em partes iguais, meio a meio, fifty-fifty.
PEGOU MAL
Creio que foi por volta de 1960 que a TV Itacolomi de BH exibiu a série de capa e espada Zorro, meio bobinha mas divertida. O personagem que a tornava engraçada era o atrapalhado e subserviente Sargento Garcia, sempre tentando prender o herói. Anos depois fizeram um filme com o Antonio Banderas, mas não faço a mínima ideia sobre ele, pois nunca me interessei em assistir. O que um sargento rotundo e trapalhão tem a ver com os dias atuais? Boa pergunta! Quando ainda era ministro da Saúde, o gordinho Pazuello disse uma frase que merece ser lembrada no futuro: “É simples assim: um manda, o outro obedece”, a propósito do cancelamento da compra de milhões de vacinas determinado pelo presidente. Ao agir assim um general ficou parecido com o atrapalhado sargento Garcia diante do seu próprio capitão.
PEGOU MAL
Creio que foi por volta de 1960 que a TV Itacolomi de BH exibiu a série de capa e espada Zorro, meio bobinha mas divertida. O personagem que a tornava engraçada era o atrapalhado e subserviente Sargento Garcia, sempre tentando prender o herói. Anos depois fizeram um filme com o Antonio Banderas, mas não faço a mínima ideia sobre ele, pois nunca me interessei em assistir. O que um sargento rotundo e trapalhão tem a ver com os dias atuais? Boa pergunta! Quando ainda era ministro da Saúde, o gordinho Pazuello disse uma frase que merece ser lembrada no futuro: “É simples assim: um manda, o outro obedece”, a propósito do cancelamento da compra de milhões de vacinas determinado pelo presidente. Ao agir assim um general ficou parecido com o atrapalhado sargento Garcia diante do seu próprio capitão.
O problema é que recentemente divulgaram um vídeo onde ele negocia a compra das mesmas vacinas – através de intermediários e a um preço três vezes maior! Numa boa, eu, se fosse o Bolsonaro, descia porrada no Pazuello, só para não me ver mergulhado no mesmo caldeirão de bruxarias (concorda, Luana?). E não custa lembrar que o presidente explicou assim o fim da Operação Lava Jato: “Acabei com a Lava Jato, porque não tem mais corrupção no governo”. É claro que eu creio nisso! E acredito também em duendes e gnomos. Pegou mal, pegou muito mal.
O verdadeiro sargento Garcia
MEDIEVAL
Publiquei recentemente um texto aqui no Blogson onde falava da morte de um primo, abatido pela Covid. Estava super chateado. E fiquei ainda mais chateado ontem. Chateado, não, sacaneado. Sacaneado não, puto da vida. E o motivo foi ter descoberto que ele não foi vacinado porque não quis. (descobri que existe uma ala de retardados mentais na minha família). Disse que não se vacinaria e ponto final. Grandessíssimo filho da puta!
A sorte é que sua mãe - que está com 102 anos - começou a apresentar sinais de demência. Assim, ficará fácil (relativamente) mantê-la na ignorância da morte de um dos dois filhos que teve.
Fico pensando no medo, no desespero e no arrependimento que meu primo deve ter sentido ao saber que seria sedado e intubado. Péssima escolha, péssima aposta. Se não fosse pai e avô bem que mereceria ganhar o Prêmio Darwin, aquele que premia postumamente as pessoas que contribuíram para o desenvolvimento da espécie ao não deixar descendentes.
Por ser rico de nascença, frequentou os melhores colégios, conheceu vários países, tornou-se empresário bem sucedido, mas empacou no limite das ciências exatas, da engenharia. Pelo jeito, não foi capaz de ultrapassar essa barreira. Só isso poderia explicar o inexplicável, o obscurantismo e a ignorância de que foi vítima, o provável desinteresse por conhecimento científico fora de sua área de atuação. Eram essas as piores comorbidades que poderia ter. Apostou contra o coronavírus e perdeu. Superstições, crendices e apostas mal feitas podem matar, seja na Idade Média ou nos tempos atuais. Otário!
sexta-feira, 16 de julho de 2021
BLOGOTECÁRIO
Uns nove ou dez anos depois de terem se
separado, os integrantes da formação original da banda inglesa The Animals tentaram
uma segunda vida ao se reunir novamente e lançar um ótimo disco com o
título “Before we were so rudely
interrupted”, mas creio que o gás acabou aí. E é nessa linha que começo este
post, uma espécie de revival - mesmo
que o original não tenha sido “tão rudemente
interrompido”.
Eu sempre me identifiquei muito com o personagem Dom Quixote, por perceber minha tendência a ser um sonhador romântico. Essa identificação aumentou mais ainda nos últimos anos, pois um sujeito septuagenário que insiste em manter um blog de conteúdo idiota só pode mesmo ser meio louco, descalibrado.
Nessa linha de pensamento, em maio de 2020 publiquei o texto “Quixotesco”, um verdadeiro quixotexto, tão ridícula é a história
nele contada. Como teve doze visualizações e doze também é o número de amigos
virtuais que o blogger insiste em identificar como “seguidores”, imagino que
todos já conhecem esse caso. Por isso, em respeito à boa vontade e paciência
dos amigos apenas direi que falava de um “presente” que dei para minha mulher em
1976, quando completamos um ano de namoro.
Como parte desse presente, anexei um desenho
maravilhoso de Dom Quixote feito pelo fantástico Gustave Doré (o cara desenhava
bem demais!). Como sempre fui um sonhador ridículo ou um ridículo sonhador, é
claro que não poderia simplesmente tirar um xerox do original, eu precisava
reproduzi-lo à mão.
Bom, mesmo que eu estudasse desenho durante 100 anos eu nunca conseguiria produzir uma imagem tão rebuscada, tão graciosa. A solução foi a velha cópia em papel de seda, técnica utilizada para copiar os mapas das antigas aulas de geografia. O resultado (a cópia) ficou mais ou menos e assim mesmo graças à trabalheira insana para copiá-lo de forma minimamente decente.
Pois bem, ao procurar uma certidão antiga, descobri
que esse desenho não tinha sido destruído junto com o restante do “presente”. E como o velho Blogson (além de blogoterapia) é também uma espécie de biblioteca de minha
atividade “intelectual”, uma verdadeira blogoteca, resolvi escanear o desenho
para guardá-lo aqui no blog da solidão ampliada. Olha ele aí.
Bom, mesmo que eu estudasse desenho durante 100 anos eu nunca conseguiria produzir uma imagem tão rebuscada, tão graciosa. A solução foi a velha cópia em papel de seda, técnica utilizada para copiar os mapas das antigas aulas de geografia. O resultado (a cópia) ficou mais ou menos e assim mesmo graças à trabalheira insana para copiá-lo de forma minimamente decente.
https://blogsoncrusoe.blogspot.com/2020/05/quixotesco.html
MISSA, MISSA
- Você viu o que aconteceu com ele?
- Ele quem?
- Ele, pô! ÊÊÊLE!
- Ah, foi internado, né?
- Parece que está afônico.
- Não é isso o que eu li!
- É que às vezes ele fala pela bunda.
- Ah, bom!
- Estou até pensando em mandar celebrar uma missa em sua intenção.
- Missa? Você?
- É, missa, missa negra.
- Caraca!
terça-feira, 13 de julho de 2021
O MUNDO É UM MOINHO - CRIOLO
"Este samba vai pra Dorival Caymmi, João Gilberto e Caetano Veloso. Vamos lá!" Assim começa a gravação original de "Aquele Abraço", do Gilberto Gil. Lembrei-me dessa frase ao pensar em dedicar uma música a quem tem me deixado às vezes pirado, às vezes pilhado. E essa pessoa é uma personalidade proeminente e pra lá de polêmica do mundo da política.
Como o homenageado é pessoa importante e de fino trato, claro que não poderia escolher qualquer música. Precisaria ter uma melodia bonita e uma letra bem encaixada e que fizesse pensar. A escolha acabou recaindo em "O mundo é um moinho", composta por Cartola. A título de curiosidade, já li em algum lugar que a letra dessa música foi inspirada em sua filha de criação, que na época era meio
chegada a uma esbórnia.
Resumindo tudo isso, este samba vai para... Ah, esqueci de dizer que não é exatamente a música toda que estou oferecendo ao rei da cocada preta - até por ser ele o moinho de si mesmo, ao "reduzir as ilusões a pó" - apenas os dois versos finais, aqueles que dizem:
Quando notares, estás à beira do abismo
Abismo que cavaste com teus pés
Escuta aí, Jair! (Falando sério, o violão de sete cordas ficou bonito demais)
Abismo que cavaste com teus pés
domingo, 11 de julho de 2021
NÓ EM PINGO D'ÁGUA
Se tem uma coisa que me incomoda é o
radicalismo. Em qualquer forma que se apresente. Eu sou mineiro, caipira, escorregadio,
daquele tipo que dá um boi para não entrar
numa briga e uma boiada para sair dela (até porque tem muito gado disponível por aí).
Admiro os políticos
mineiros que davam nó em pingo d’água, como José Maria Alkmin, que ao encontrar-se
por acaso com a esposa do vice-governador da época cumprimentou-a efusivamente:
- "Há
quanto tempo, Lia! Como você está jovem, bonita!"
- "Que nada, doutor Alkmin. Acabo de ser avó."
- "Sim, mas avó por mérito, não por antiguidade."
Por isso, resolvi juntar
as duas postagens que fiz hoje no Facebook em uma só, para publicar aqui no
Blogson, uma dedicada ao Jair e outra ao Lula, porque para mim vale o ditado “pau que dá em Chico dá também em Francisco”.
- "Que nada, doutor Alkmin. Acabo de ser avó."
- "Sim, mas avó por mérito, não por antiguidade."
sexta-feira, 9 de julho de 2021
OS BRUTOS TAMBÉM AMAM !
As redes sociais parecem ser uma espécie de
cafetinas da internet, pois acolhem todo tipo de putaria e prostituição
literária. Sempre é possível ver textos apócrifos atribuídos aos bacanas da
literatura. Sem contar os textos de Chico Xavier psicografados por Platão,
Voltaire e outros bambambans da mediunidade.
Talvez seja essa a explicação de mimosos
versos de autor desconhecido, que bem poderiam ser atribuído a Ricardo Salles, ex-ministro
do ½ ambiente. Se o
textículo for de sua (dele) autoria, mesmo já não sendo ministro nem de ¼ do ambiente,
certamente mereceria os cumprimentos por interessar-se por poesia.
Como disse um senhor ao descobrir tardiamente
os efeitos miraculosos da sildenafila e da tadalafila, “antes tarde do que nunca!” Só sei que gostei demais do lirismo impregnado
nestes versos:
Vou-me
embora para passar gado
Lá sou
amigo do rei
Motoserro
onde quero
Nas matas
que escolherei
quarta-feira, 7 de julho de 2021
POESIA DESENHADA
Já disse antes que dois de meus filhos são pais de gêmeas, tornando-me portanto avô de quatro menininhas tão lindas e tão graciosas que é impossível não chamá-las de maravilhinhas. Pois bem, acabei de receber de um deles uma poesia a que deu o nome de “Duas luzes”, despreocupadamente rascunhada em uma folha de agenda antiga. Não só rascunhada como também desenhada, ilustrada por uma criança de três anos (para mim é um porco, mas pode ser também um cachorro, gato ou o que se quiser que seja).
- Esse menino não puxou o pai!
Um belo dia duas luzes se acenderam na minha vida
Duas pequenas e tímidas luzes entre tantas
Como as luzes no “pisca-pisca”
Que envolve a árvore de natal
Que crescem em luminosidade de uma forma tão intensa que
Sei que não importa mais
Onde vou aportar
Essas duas luzes gêmeas
São o farol a minha vida guiar
segunda-feira, 5 de julho de 2021
FRIO PRA CARAMBA
“Se você acha que pequenos gestos não conseguem definir uma personalidade, escuta essa”:
- Pior é que está frio mesmo!
- Sem problemas, te deixo mais perto, senão vai morrer de frio - disse, achando-me o máximo da generosidade. Agradeceu, mas não aceitou (- "Tá de boa!"). Cheguei em casa e comentei com minha mulher sobre isso e do frio absurdo que estava fazendo. A reação foi imediata:
- “Volte lá e leve para ele uma de suas blusas”.
domingo, 4 de julho de 2021
LULA E BOLSONARO: SÃO ESTES DOIS TRASTES OS FAVORITOS EM 2022 - RICARDO KERTZMAN
Se 'ladrão que rouba ladrão, tem 100 anos de perdão', quantos anos terá Lula por criticar o verdugo dos 1000%?
sábado, 3 de julho de 2021
CHOVE LÁ FORA - MILTON NASCIMENTO
Quando estávamos na primeira infância, eu e
meu irmão só podíamos brincar com duas crianças, dois primos mais ou menos com
a mesma idade que a nossa. Hoje, dia 03/07/2021, morreu o mais novo, mais uma
vítima da Covid. A notícia de sua morte deixou-me aturdido e triste, muito
triste. Quase instantaneamente pensei em uma música gravada ao vivo por Milton
Nascimento.
Em julho de 1973 aconteceu um acidente aéreo na Índia, tão trágico quanto trágicos e estúpidos são todos os desastres de avião. Esse, em particular, privou o Brasil de duas personalidades do meio artístico: o elegantíssimo cantor Agostinho dos Santos e a atriz porra-louca (e musa da “Banda de Ipanema”) Leila Diniz.
Em 1974, o Milton Nascimento gravou o disco “Milagre dos Peixes ao vivo”, um álbum duplo lindíssimo, resultado de um show (dois dias) provavelmente mais lindo ainda. No envelope-encarte de cada um dos discos está impressa a frase: “este show foi dedicado a Agostinho dos Santos e Leila Diniz”. Uma das músicas interpretadas é “Chove lá fora”, um samba-canção de Tito Madi com letra de corno, que o Milton transformou de forma absolutamente magnífica em um espasmo de dor e saudade, esticando as palavras como se fossem elástico, como se estivessem sob tortura. Sua interpretação foi tão intensa, tão carregada de sentimento - e que o arranjo tornou ainda mais cheia de sombras e de dor -, que é impossível não se emocionar.
Antes do início da música, pode-se ouvi-lo dizer o que imagino ser o final provável de uma homenagem aos amigos falecidos: “... e a muitos outros que a mão de Deus levou” (no CD acabou mantida no final da faixa anterior). Em seguida, começa um lamento em falsete que é de arrepiar (e que se repete ao longo da interpretação).
Essa é a música que resolvi compartilhar aqui no blog, como uma homenagem a meu primo Paulo César, um sujeito sempre bem humorado, sempre de bem com a vida, que cometeu o desatino de não se vacinar. Espero que gostem (da música, obviamente).
Em julho de 1973 aconteceu um acidente aéreo na Índia, tão trágico quanto trágicos e estúpidos são todos os desastres de avião. Esse, em particular, privou o Brasil de duas personalidades do meio artístico: o elegantíssimo cantor Agostinho dos Santos e a atriz porra-louca (e musa da “Banda de Ipanema”) Leila Diniz.
Em 1974, o Milton Nascimento gravou o disco “Milagre dos Peixes ao vivo”, um álbum duplo lindíssimo, resultado de um show (dois dias) provavelmente mais lindo ainda. No envelope-encarte de cada um dos discos está impressa a frase: “este show foi dedicado a Agostinho dos Santos e Leila Diniz”. Uma das músicas interpretadas é “Chove lá fora”, um samba-canção de Tito Madi com letra de corno, que o Milton transformou de forma absolutamente magnífica em um espasmo de dor e saudade, esticando as palavras como se fossem elástico, como se estivessem sob tortura. Sua interpretação foi tão intensa, tão carregada de sentimento - e que o arranjo tornou ainda mais cheia de sombras e de dor -, que é impossível não se emocionar.
Antes do início da música, pode-se ouvi-lo dizer o que imagino ser o final provável de uma homenagem aos amigos falecidos: “... e a muitos outros que a mão de Deus levou” (no CD acabou mantida no final da faixa anterior). Em seguida, começa um lamento em falsete que é de arrepiar (e que se repete ao longo da interpretação).
Essa é a música que resolvi compartilhar aqui no blog, como uma homenagem a meu primo Paulo César, um sujeito sempre bem humorado, sempre de bem com a vida, que cometeu o desatino de não se vacinar. Espero que gostem (da música, obviamente).
Para quem não conhece, a letra é esta:
A noite está tão
fria
Chove lá fora
E essa saudade enjoada
Não vai embora
Queria compreender porque partiste
Queria que soubesses como estou triste
E a chuva continua
Mais forte ainda
Só Deus pode entender como é infinda
A dor de não saber
Saber lá fora onde estás, como estás
Com quem estás agora
Chove lá fora
E essa saudade enjoada
Não vai embora
Queria compreender porque partiste
Queria que soubesses como estou triste
E a chuva continua
Mais forte ainda
Só Deus pode entender como é infinda
A dor de não saber
Saber lá fora onde estás, como estás
Com quem estás agora
MENSAGEIRO DA MADRUGADA
Mensageiro da madrugada
Que rouba meu sono
Com imagens antigas
De tempos passados
Que envenena meus sonhos
Com imagens disformes
De tempos sofridos
Que pretende afinal?
Que eu pague os pecados
Me sinta culpado
Do que não pude ou quis ser?
Não roubei nem fiz mal a ninguém
Só a mim, só a mim!
Cansei das imagens
De suas mensagens
De suas cobranças
do meu desconsolo
da minha tristeza
Me deixe dormir!
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