Talvez os leitores mais recentes desta bagaça
não conheçam, mas aqueles que acompanham o blog há mais tempo provavelmente se
lembrarão de três posts publicados no início de 2015, dedicados a prêmios
internacionais de grande importância (bem, talvez nem todos). O primeiro
abordou o Prêmio Nobel, aquele que os cientistas e intelectuais brasileiros -
parafraseando o Zeca Pagodinho – assim definem: “Nunca vi, não ganhei, só
ouço falar”. Paciência, um dia alguém ganhará.
O segundo é o mais hilário dos três (vale a
pena ler o post ou procurar na internet) e recebe o nome de Prêmio Ignobel (já viu que aí tem
coisa, né?). Mas é o terceiro que me fez pensar em escrever este texto. Seu
nome é “Prêmio Charles
Darwin” (Darwin Awards). Quem bolou esse último tem alma de filho da
puta e um senso de humor absurdo, pois é humor negro da melhor qualidade.
Para não estragar a eventual descoberta do
post original, farei apenas um breve esclarecimento. Esses “prêmios” são
atribuídos de forma simbólica às pessoas que cometeram erros absurdamente
improváveis ou que se descuidaram de forma tão estúpida que acabaram pondo fim
à própria vida ou, no caso de terem sobrevivido, se auto-esterilizando. O humor
negro decorre do pressuposto de que os “laureados” – ao se autodestruírem ou se
mutilarem – contribuíram para a evolução da espécie humana, pois eliminaram o
risco de deixar descendentes. Puta e divertidíssima sacanagem.
Com a pandemia rolando solta pelo mundo, com
os coronaviruzinhos brincando de quicar uns nos outros como se fossem bolas de
bilhar ou sinuca, acredito que precisaríamos criar uma nova premiação ou, no
mínimo, uma versão coletiva do Prêmio
Darwin, para premiar todas as pessoas que se recusam a tomar vacina. Essa
versão coletiva - mais simples e menos rigorosa - não exigiria dos premiados a
inexistência de descendentes, apenas haveria uma torcida para que a seleção natural
agisse mais rapidamente. Uma irmã de minha mãe já citada recentemente com certeza
seria uma das laureadas.
E para abrilhantar ainda mais a premiação, poderia ser concedida uma
medalha de honra ao mérito para aqueles que com seu exemplo e palavras continuam se dedicando a
desestimular ou, pelo menos a não incentivar as
pessoas já predispostas a não confiar no efeito benéfico da vacinação, de
qualquer vacina.
As frases entre aspas transcritas a seguir foram ouvidas
recentemente: "O Brasil é o quarto país que mais
vacina no planeta. Neste ano, todos os brasileiros que assim o
desejarem serão vacinados, vacinas essas que foram aprovadas pela
ANVISA".
Ou esta outra: “E eu pergunto: a vacina tem comprovação científica ou
está em estado experimental ainda? Está experimental". "Pera" lá! Como podem
estar em estado “experimental” as vacinas da Pfizer e de Oxford (Astrazeneca)se a ANVISA já concedeu registro definitivo a elas ?
Quem disse essas frases não poderia ganhar nenhuma das medalhas ou diplomas do novo "Prêmio", pois é hors
concours na disputa. O que ele merecia mesmo é ter seu nome dado à
medalha de honra ao mérito do desestímulo e da desinformação!
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