sábado, 19 de junho de 2021

OUTUBRO - MILTON NASCIMENTO E FERNANDO BRANT

Eu não pensava em postar nada hoje, mas, de repente, bateu uma leve deprê, um sentimento de abandono e de inutilidade. O curioso nesta história é que há uns três dias escrevi dois textos "bem humorados" que pretendia publicar após o dezénho das bandeiras, respeitando um espaçamento maior entre os posts (o ansiolítico parece estar funcionando).

Uma vez eu me impressionei com este verso da música Old Friends: "How terribly strange to be seventy". Hoje eu SEI que não é estranho, é apenas triste. Como triste é saber que alguém de setenta anos nunca poderá fazer certos tipos de elogio sincero, que seu papel no mundo é apenas contar histórias para as netinhas e ficar à disposição da Morte.

E foi com esse sentimento de tristeza e apatia que resolvi mudar a programação e publicar uma música linda da parceria  Milton Nascimento e Fernando Brant, mais condizente com meu momentâneo estado de espírito. E o motivo são os versos transcritos a seguir (ansiolítico não tem o mesmo efeito que fluoxetina, entendeu?).

Mas ninguém precisa se preocupar, pois não fosse a música do Milton, o título deste post deveria ser "Uma carta de mim para mim mesmo". E "ninguém" é apenas outra forma de eu mesmo me identificar, como na crônica "O padeiro", de Rubem Braga, em que o personagem-título diz "Não é ninguém, é o padeiro!".  Ah, Fernando Brant, por que me traduziu tanto assim?

Tanta gente no meu rumo, mas eu sempre vou só
Nessa terra, desse jeito, já não sei viver
Deixo tudo, deixo nada
Só do tempo eu não posso me livrar
E ele corre para ter meu dia de morrer
Minha história está contada, vou me despedir 

 


 
 

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