Eu não pensava em postar nada hoje, mas, de repente, bateu uma leve deprê, um sentimento de abandono e de inutilidade. O curioso nesta história é que há uns três dias escrevi dois textos "bem humorados" que pretendia publicar após o dezénho das bandeiras, respeitando um espaçamento maior entre os posts (o ansiolítico parece estar funcionando).
Uma vez eu me impressionei com este verso da música Old Friends: "How terribly strange to be seventy". Hoje eu SEI que não é estranho, é apenas triste. Como triste é saber que alguém de setenta anos nunca poderá fazer certos tipos de elogio sincero, que seu papel no mundo é apenas contar histórias para as netinhas e ficar à disposição da Morte.
E foi com esse sentimento de tristeza e apatia que resolvi mudar a programação e publicar uma música linda da parceria Milton Nascimento e Fernando Brant, mais condizente com meu momentâneo estado de espírito. E o motivo são os versos transcritos a seguir (ansiolítico não tem o mesmo efeito que fluoxetina, entendeu?).
Mas ninguém precisa se preocupar, pois não fosse a música do Milton, o título deste post deveria ser "Uma carta de mim para mim mesmo". E "ninguém" é apenas outra forma de eu mesmo me identificar, como na crônica "O padeiro", de Rubem Braga, em que o personagem-título diz "Não é ninguém, é o padeiro!". Ah, Fernando Brant, por que me traduziu tanto assim?
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