segunda-feira, 6 de novembro de 2017

VOADORA

Cada vez mais eu tenho menos paciência para falar de coisas sérias, de política, etc. O texto a seguir é resultado de um bate-boca amistoso que tive com um amigo petista ou coisa parecida. E tudo começou com um comentário que ele fez sobre o tema de uma reportagem que compartilhou no Facebook. Aí, não resisti à tentação de dar nele uma voadora (virtual, lógico). E saiu isso.

Depois de uma reportagem com os homens mais ricos do mundo (Bill Gates e companhia limitada), resolveram fazer uma com os brasileiros bilionários. Segundo a reportagem, a fortuna dos seis mais ricos é maior que a renda de cem milhões dos brasileiros mais pobres. Uma coisa com que ninguém parece se preocupar é COMO esses caras ficaram ricos. Vou dar uma dica: talento, talento, talento, dedicação, dedicação, dedicação, trabalho, trabalho, trabalho (pra caralho!).

Dando nomes aos boys: Beto Sicupira (Ambev), Um dos irmãos Marinho (Globo), Jorge Lehmann (Ambev) Joseph Safra (Banco Safra), Eduardo Saverin (Facebook) e Marcel Telles (Ambev). O Saverin foi um dos fundadores do Facebook, que começou como uma empresinha de merda. Os pais do Safra já tinham uma graninha quando chegaram ao Brasil, mas foi aqui que o Joseph cresceu. O Beto Sicupira era FUNCIONÁRIO de um banquinho cujo dono era o Lehmann. Idem o Marcel Telles. Esses dois caras ralaram pra burro (o pessoal da Ambev trabalhava até 16 horas por dia), tanto que viraram sócios. Ficaram ricos, bilionários, graças ao talento e tino para negócios.

O que isso tem com a ver com 100 milhões de pessoas? Nada. Lamento a situação de miséria dos 100 milhões, mas não posso deixar de elogiar o MÉRITO, a INTELIGÊNCIA e a DEDICAÇÃO de quem fez fortuna graças ao próprio trabalho. O Ricardo, da Ricardo Eletro, começou do zero, o Sílvio Santos começou do zero. Ganhar rios de dinheiro não é imoral se for merecido. O Neymar ganha rios de dinheiro enquanto a maioria dos jogadores uma merda. Culpa do Neymar? O nome disso é MÉRITO.

Não sou de esquerda (tá na cara), mas desprezo quem é da direita radical. Sou independente, de centro. E fã das pessoas que mereceram ter o dinheiro que têm. Sou também radicalmente contra a corrupção, o que não invalida nem conflita com minha admiração pelo talento e pelo mérito.

Como disse o poeta Ferreira Gullar, a Natureza não é justa (no sentido de que não dá mole aos menos capazes). Quer mais um exemplo sobre mérito? Eu passei no vestibular em 27º lugar, entre aproximadamente 3000 candidatos às 500 vagas do curso. Ao me formar, fiquei entre os últimos alunos, a escória. Vagabundei, não estudei, enrolei e deu nisso. Culpa de quem? Minha, óbvio.

Para ilustrar este raciocínio, preciso contar duas histórias com enredos aparentemente semelhantes, mas de resultados distintos: quando eu nasci, meu pai tinha quebrado e nós morávamos em um barracão nos fundos da casa de minha avó. O "nós" éramos eu, meu irmão e nossos pais, todos em um único quarto. Com exceção de quatro anos de ginásio em um colégio tipo boate, sempre estudei em escola pública (que não era esse lixo que existe hoje). Meu pai sempre dizia que a única coisa que podia nos deixar era estudo.

Alguém poderá pensar que o pouco que consegui foi graças à minha boa sorte. Talvez tenha tido um pouco, pois meu pai nunca nos obrigou a trabalhar enquanto estivéssemos estudando. Neste caso, sou obrigado a concordar que essa talvez não seja a realidade da maioria dos jovens. O único problema é que se nós não trabalhávamos para poder estudar, a única coisa que realmente fazíamos era coçar saco e vagabundar.

Mas existe uma história muito mais bonita: Um de nossos filhos resolveu estudar medicina, apesar de ter estudado a vida toda em escola pública (da ruim). Como esse era seu sonho e meta, fez quatro vestibulares para entrar na UFMG, estudou seis anos de curso normal e mais quatro de especialização. Daqui uns anos, se ele estiver rachando de ganhar dinheiro, alguém mal informado poderá até dizer que teve sorte. Eu direi que teve a sorte de perseverar e ralar muito e o mérito de ter conseguido isso apesar de todas as  dificuldades enfrentadas.
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Uma coisa que os revoltados da esquerda de plantão se esquecem é que todo deputado, todo senador, todo tesoureiro de partido, todo ídolo e líder de massas teve (ou tem) o mérito de se destacar no meio da mediocridade dos simpatizantes desse ou aquele partido, dessa ou aquela ideologia, porque mérito é o que faz alguém sair da planície onde a maioria das pessoas vive, mesmo que o vitorioso seja um crápula.

Estou pouco me lixando para qual forma de governo deve prevalecer, qual a ideologia a adotar, que modelo de Estado deve ser escolhido.  Desde que um novo modelo não seja autoritário, desde que não seja contra a plena liberdade de expressão, desde que não compactue e aceite a corrupção como meio para atingir os fins que deseja, desde que gaste apenas o que tem e pode gastar, podemos DISCUTIR esse outro modelo. Para isso, não precisamos reinventar a roda, podemos ver o que dá certo no mundo OCIDENTAL e copiar ou adaptar o que deu certo e está funcionando em outros países. Sugeriria copiar ou adaptar o que tem sido feito no Canadá, Suécia, Austrália, Alemanha, etc. Mas será que os órfãos, os despeitados, os desalojados, os rancorosos de plantão concordam com isso?

Um comentário:

  1. Texto do caralho, JB!
    "Vou dar uma dica: talento, talento, talento, dedicação, dedicação, dedicação, trabalho, trabalho, trabalho (pra caralho!)".
    Concordo com tudo, menos o caso do Neymar, que é um perfeito retardado mental, mas que, dando meu braço "ateucer", é um retardado que se destaca entre os retardados.
    Disse não ter paciência para assuntos "sérios". Pois devia, o texto ficou muito bom, mesmo.
    Vou publicá-lo no Marreta, com direito a grifo em vermelho e tudo, mas só amanhã, que tô pingando de sono...
    é a podridão, meu velho.

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