Não sou advogado, não entendo de leis; não
sou político, não entendo de falcatruas, mensalismo e petrolismo; não sou
petista, não entendo de intolerância, rancor e revanchismo. Sou, apenas, um
caipira, um simplório, um matuto. Mas tenho andado cada vez mais perplexo, pois
não consigo encontrar respostas para dúvidas que volta e meia surgem em minha
mente.
Por conta disso, escrevi em 2014 um texto ("Balança") sobre a salada de ONGs que vejo por aí. Esse texto foi republicado agora,
dentro da linha “você não gostou de suflê
de chuchu? Experimente de novo! Quem sabe gosta desta vez?”
E se alguém já leu essa introdução antes ou
alguma coisa semelhante, perdoe-me; a memória se perde, mas ficam-se os
rascunhos.
Na primeira publicada, meu amigo Mauro Condé,
do excelente blog Ma.Lu.Co, fez o seguinte comentário:
Zé - excelente
ponto sobre ONGs e direitos humanos. Outro dia vi uma pessoa questionando a
definição de ONG (que seria Organização Não Governamental) – a pessoa
perguntava – se é não governamental porque tanta ONG financiada pelo governo?
Aí eu pensei – ela tem razão kkk
Em sua republicação, o texto suscitou os
seguintes comentários:
Acho
que a questão é quais seriam os deveres humanos e não falo de direito penal
máximo, nem mínimo, sequer da supremacia do bem comum ou pacto social,antes
disso. Acho muito difícil definir ou simplificar. E só pra constar, nós
juristas não mentimos, só cumprimos o legítimo exercício do nosso dever. Mera
curiosidade, mas advogado significa "aquele que está ao seu lado".
Claro de preferência o lado que paga mais. ;) J
Os
deveres humanos, ninguém defende. ONG é igual a sindicato, tudo vagabundo!!!
Tudo encostado e oportunista vivendo às custas de uma "causa". O que
está precisando ser decretado nesse país é o Estatuto do Cidadão Comum, porque
aqui, se você não pertencer a uma das tais "minorias", se fosse não
fizer parte de um grupo perseguido, injustiçado historicamente e o caralho a
quatro, você tá fudido. Se você, nesse país, for homem, branco e heterossexual,
você tá fudido. Não tem direito a nada. Só a pagar a conta dos coitadinhos
perseguidos, das vitimazinhas de plantão. A Marreta do Azarão
Antes de continuar, preciso comentar
que o número de leitores deste blog aumentou, passando de 2,3 para 3,3 agora! Mas, vamos
lá.
Não faz muito tempo eu vi na TV uma cientista
(ou pesquisadora ou professora) dizendo que “a Natureza é econômica”. Achei a frase bacanérrima e já pensei em
energia potencial e aquelas manhas da Física. Mas, se você levar para o lado
dos “manos” (os sero manos), a coisa
funciona muito bem.
Nas proximidades da casa de minha sogra
existe uma favela (que em Beagá o pessoal gosta de chamar de “vila”). Um dos moradores sempre chamou
minha atenção, desde quando era criança. Raríssimas vezes eu o vi calçado.
Talvez por isso, os pés esparramaram-se para os lados, quase como pata de
elefante. Não tenho dúvida que esse fato deve-se à ausência permanente de
contenção provocada por um calçado. Para mim, um exemplo da “economia” da Natureza. O inverso disso
seriam os pés deformados de algumas japonesas, espremidos em sapatos minúsculos
para atender um ideal de beleza antigo (bizarro como quase todos os ideais de
beleza).
Voltando à “economia”, penso que ela manifesta-se
também nas ações, desejos, intenções e propósitos de muitas pessoas (99,9%) e
ONGs. Independente de ter ou não razão e motivos, é muito mais fácil esparramarmo-nos
despreocupadamente pelos direitos que entendemos ser nossos. Por “economia”, às
vezes esquecemo-nos dos deveres que deveríamos observar e cumprir.
Não estou muito preocupado em definir quais
são os deveres, apenas acho que estamos todos mais interessados nos nossos direitos,
sempre querendo o filé e rejeitando o osso. Outra coisa que noto é que quanto
mais “minoria”, mais intransigente, mais
intolerante, fundamentalista e chata pra caramba uma ONG ou uma pessoa se
mostra.
Como disse o dono do Marreta, com sua elegância peculiar, “Se você, nesse país, for homem, branco e
heterossexual, você tá fudido. Não tem direito a nada. Só a pagar a conta dos
coitadinhos perseguidos, das vitimazinhas de plantão”. Assino em baixo
(isso, claro, depois de verificar se não há uma nota promissória envolvida,
pois, dada a situação financeira, não teria como pagar “aquele que está do seu lado”).