Minha reverência
hoje é para Renato Perim e para seu belo e comovente texto “O rio, o menino e a lama”.
Se você, caro
leitor, quer saber quem é Renato Perim, só posso dizer isso: eu também gostaria de saber! Creio que descobriu o Blogson através do blog "A Marreta do Azarão". Além disso, imagino que não é um desocupado como eu, um aposentado que vive apenas obcecado pelo blog, prova de que droga vicia.
Um dia, por conta
de um post que divulguei nesta bagaça, recebi dele uma crítica com a finesse de nobre inglês. Diverti-me pra
caramba com as réplicas e tréplicas (se é que isso aconteceu mesmo), pois já
disse que só tenho respeito pela Inteligência.
Depois disso,
descobri que também tem um blog, mas desconfio que é um autor bissexto. Se não
é bissexto, certamente é bi-seis, pois só agora, em dezembro, passados
doze meses, respondeu a um comentário que fiz em janeiro de 2015 sobre outro texto de sua autoria.
Tá bom, minha piada
é muito ruim, mas o texto dele é excelente. E é esse texto que eu espero que
meus 2,3 leitores apreciem. Som na caixa!
O rio, o menino e a lama
Era um fim de tarde em Governador Valadares. Após
horas de diversão no areal, a meninada pulou no rio. Aos quinze anos meu corpo
debutava com a fartura das águas do Rio Doce.
Manoel de Barros faria do instante um poema de
poucas palavras. Quanto a mim, guardo o momento como o encontro singular com um
rio que nunca foi meu. E que então já era caçoado. “É sujo”, diziam.
Mas o rio, que parecia não guardar mágoas,
retribuía a minha distância com o líquido que saciou a sede dos meus primeiros
dezessete anos de vida. Quimicamente tratado, mas abundante. Se 3/4 do corpo
humano é composto de água, o Rio Doce dominava-me. Se nunca foi meu, talvez eu
fosse dele.
E, sem saber ao certo quem era de quem, certa vez o
“rio sem menino” separou do “menino de rio”, que nem menino era mais.
Esqueceram-se.
Esqueceram-se.
Até que um dia, num certo escritório da capital,
entre telefonemas, relatórios e e-mails, o rio desaguou novamente em mim. Não
veio em um banho refrescante, nem tratado num copo, mas na tela do
computador.
O Rio Doce virou manchete! Até a mídia
internacional anunciava a lama que se apoderou do seu leito.
Nos vídeos, vi os peixes que na minha infância
sonhei em pescar. Sufocados no barro, estavam todos lá: dourados, piaus e
bagres. Uma tartaruga pedia passagem para a vida. Sem sucesso. Pelo telefone,
papai mandou notícias: não podemos mais beber da água que te fez gente.
Como definir essa lama?
O dicionário a princípio se faz literal: “lama: mistura de terra, ou argila, e
água”, mas logo se sensibiliza: “lama: homem
fraco, sem energia”. E, como se me encurralasse, vai além: “tirar da lama: tirar da corrupção, dos
vícios, da baixeza. Viver
na lama: viver corrompidamente, na baixeza e nos vícios”.
Bingo, Michaelis!
Tal qual o menino...
Ah, quer ler o resto do texto? Então, siga correndo o link abaixo! Acelera!
é Renato Perim, não Ricardo. Ele descobriu o Marreta meio que por acaso e mantemos um certo contato desde então, mais um maluco que gosta das sandices que eu escrevo. O cara realmente escreve muito bem. tem um texto dele que eu vou publicar no Marreta, talvez ainda hoje.
ResponderExcluirObrigado por ter-me alertado!Eu sou péssimo com nomes, já cometi gafes maiores que a muralha da China. Valeu!
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ResponderExcluirRENATO: PERDÕE-ME TER TROCADO NO CORPO DO TEXTO O SEU NOME (RENATO) PARA RICARDO. QUEM CHAMOU MINHA ATENÇÃO PARA ESSA GAFE GIGANTESCA FOI O AZARÃO, VIGILANTE LEITOR DO BLOGSON. O TEXTO JÁ ESTÁ CORRETO. FALHA NOSSA! PERDOE-ME MAIS UMA VEZ. TAMBÉM, QUEM SE CHAMA BOTELHO PINTO TEM TRAUMA COM NOMES PRÓPRIOS. DEVE SER ISSO.
JB, obrigado pela honrosa publicação! Conheci seu blog pelo Marreta e sempre também passo aqui para apreciar seus bons textos. Se tiver um e-email depois me encaminhe para eventualmente trocarmos algumas figurinhas. Abs, Renato
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