Quando criei o
blog, uma das ideias que tive foi postar em uma "seção"
apropriadamente intitulada de "REVERÊNCIA" textos de "autores
consagrados" que admiro e venero, o que acabou se revelando
pura idiotice e elitismo. Para exemplificar a idiotice, lembro um escritor de
mega sucesso comercial, o Paulo Coelho; esta é a única vez em que o consagrado
parceiro de Raul Seixas será lembrado aqui, pois não li e não gostei. Ou melhor,
acho até que ele deve ser um sujeito legal, tranquilo, mas nunca quis ler
nenhum livro dele. Coisas no estilo do que escreve eu li na juventude. Hoje,
não tenho mais saco para encarar esse tipo de literatura. Talvez eu é que
esteja errado, mas...
Agora, se o texto é bom, inspirado, engraçado ou qualquer outra coisa bacana, qual o problema de o autor receber minha sincera reverência, mesmo que talvez nem tenha livro publicado?
Agora, se o texto é bom, inspirado, engraçado ou qualquer outra coisa bacana, qual o problema de o autor receber minha sincera reverência, mesmo que talvez nem tenha livro publicado?
E vamos combinar
que, ainda que eu goste muito de ler livros à moda antiga (impressos em papel
mesmo), essa "mídia" (faltou uma palavra melhor) pode estar com os
dias contados, assim como aconteceu com os papiros, tabuinhas sumérias,
hieróglifos, pergaminhos, e todo tipo de manuscritos já surgidos. E a
explicação está "na nuvem", na internet.
Por que tudo isso? Porque a minha reverência hoje vai para uma pessoa que desconheço totalmente. Só sei que é o dono do blog “A Marreta do Azarão”, um blog bastante hardcore, o que significa que ninguém deve acessá-lo esperando encontrar "oncinha pintada, zebrinha listrada", como cantaram os Titãs. Pode achar muita coisa peluda ou cabeluda, mas "coelhinho peludo", não.
Pelos textos que li, é paulista e professor. Nas primeiras leituras, eu achava que talvez fosse engenheiro (percebeu o corporativismo?). Afinal, ninguém menciona impunemente que precisava tirar 8,5 em Cálculo II. Mas, se não é engenheiro, deve ser da área de exatas. E parece ser bastante culto. Sendo da área de exatas, surpreende por escrever muito bem. E é só tijolão.
Eu descobri esse
blog por puro acaso, quando procurava alguma crônica do João Ubaldo para fazer
uma justa homenagem ao baiano, logo após a notícia de sua morte. O dono do
Marreta já tinha colocado no seu blog alguma coisa do João e o Google fez o
resto.
De cara, logo que comecei a ler a apresentação do blog, identifiquei-me com a finíssima ironia presente no texto, indicadora, para mim, que há vida inteligente na sua gênese (não confundir com o livro bíblico). E o autor é mais que irônico, é sarcástico.
Por isso, em vez
de colocar uma crônica do baiano, transcrevo alguns trechos de um texto muito
engraçado do Marreta. Quem quiser ler o post na íntegra, terá que
acessar o blog. Olhaí o link (vale a pena conhecer!):
http://amarretadoazarao.blogspot.com.br/2014/07/valdemiro-santiago-passa-cobrar-o.html
Quanto ao texto do
João Ubaldo que eu queria postar, fica para outra oportunidade. Imagino que ele
nem liga mais para essa troca...
Por isso, segura aí:
“No Brasil Colônia, durante o
período chamado de o Ciclo do Ouro, todos os metais preciosos, para obterem
seus registros junto ao governo e terem autorizadas suas circulações, deviam
passar pelas Casas de Fundição da Coroa Portuguesa, as encarregadas de cobrar
os tributos sobre a mineração, de cujas instalações saíam sangrados em 20% de
seu montante. Era ‘o quinto’, a parte do leão da época.(...)
(...)Homem de vasta cultura e
saber, o apóstolo Valdemiro Santiago se vale agora de todo o seu conhecimento
da História para tentar sair do calvário financeiro em que se encalacrou: ao
invés dos tradicionais 10% dos salários dos fiéis, o bíblico dízimo, Valdemiro
passou a exigir 20% dos rendimentos de seu rebanho.(...)
(...) Dos tempos bíblicos para
cá, convenhamos, a inflação corroeu em muito as ofertas dos fiéis, a parte de
Deus há mesmo de ser reajustada, o Todo-Poderoso também tem lá suas contas a
pagar, mais de 2000 anos sem reajuste nem Deus aguenta. Imaginem o quanto não
fica só o IPTU do Universo.(...) O negócio agora é cobrar 'o quinto' da
crentaiada.(...)
(...)É que a arca da
providência de Valdemiro Santiago anda no vermelho nos últimos tempos, mais no
vermelho que as águas tingidas de sangue do rio Nilo da época dos
faraós.(...)"
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