segunda-feira, 15 de setembro de 2014

BOTTON PIN NA LAPELA!

Estamos em época de eleição presidencial, época onde a selvageria e o vale-tudo político para alcançar ou permanecer no poder parecem ficar mais nítidos, mais intensos. Bem disse o genial Millor Fernandes, quando afirmou em entrevista que "Ninguém que ambiciona o poder deixa de ser um filho da puta! Pode ser um pouco mais ou um pouco menos. Mas o homem de bem, no sentido genérico e universal da palavra 'bem', não ambiciona o poder" (e ainda existem pessoas para quem o humor não é coisa de gente séria!).

Mas o assunto de hoje vem de outra época, de outra eleição presidencial. Trata-se de uma pequena curiosidade quase esquecida, quase encoberta pela poeira da história do século XX, ocorrida mais precisamente em 1960, quando Jânio Quadros e Henrique Teixeira Lott eram candidatos à presidência do Brasil. Em Minas Gerais, um dos candidatos ao governo era o Magalhães Pinto.

Antes de continuar – e mesmo que nunca se deva explicar uma piada – preciso traduzir o título deste post: Para isso, preciso deixar claro o significado de cada palavra do título escxolhido. Vamos lá:
 
- Botton ou bóton: espécie de broche, ger. redondo, de metal, plástico etc., com mensagens políticas, frases espirituosas, desenhos, símbolos etc., que se usa por modismo ou para indicar a adesão a algum movimento, causa, ideia etc. Jamais confundir com bottom!
- Pin: em inglês significa alfinete
- Lapela: Lapela é lapela mesmo, pô! Em outras palavras, “Num casaco, a parte anterior ou superior que se encontra virada para o lado de fora”.
 
Por isso, o título “Botton pin na lapela!” é só um trocadilho jotabélico para “Bota um broche (ou pin) na lapela!” Dito isso, continuemos a falar das eleições de 1960.

Não vou ficar bancando o entendido nessa merda, pois, naquele tempo, eu tinha apenas 10 anos. O fato é que próximo à casa da minha avó, onde eu morava, havia um comitê do Jânio Quadros: uma loja vazia com as paredes inteiramente coladas com propaganda eleitoral e... um televisor. Como não tínhamos televisão em casa naquela época, meu programa (de índio) era chegar da escola, almoçar e me dirigir ao tal comitê, na esperança que passasse algum desenho animado. Eu ficava ali todos os dias, de uma às seis da tarde, mais ou menos, sempre esperando, sempre desejando ver desenhos (que nunca passavam). Acabei até ficando amigo da velha que era dona da loja. Provavelmente ela devia pensar que eu era meio retardado ou coisa parecida (e talvez tivesse razão).

Pois bem, uma das formas de propaganda utilizadas naquela eleição eram “pins” com alguma referência explícita ao candidato. Talvez por serem bonitinhos, minha mãe guardou um de cada. Outro dia, indo à casa de minha irmã, ela perguntou se eu não queria ficar com esses "broches" guardados por nossa mãe. A resposta foi “lógico!”, pois preservação da memória e das lembranças de pequenas coisas é a minha praia. Aí resolvi partilhar com vocês a imagem desses pequenos objetos, que eu mesmo já tinha esquecido. 

A vassoura é do Jânio, o pinto (filho da galinha, pô!) é do Magalhães Pinto e a espada é do Marechal Lott. A moeda é só para servir de referência de tamanho. É isso.






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