quinta-feira, 20 de fevereiro de 2025

RAMPA PARA O FRACASSO

 
Uma vez eu li que o cantor-compositor Tom Zé, lá no início de sua carreira, teria participado de um programa de calouros com o nome tipo "Escada para o Sucesso". A música interpretada tinha sido composta por ele e o título era "Rampa para o fracasso". Contei este caso porque eu me identifico muito com sua mente anárquica e também porque "passo recibo", já disse isso várias vezes. E o novo recibo é a saída de mais dois seguidores do blog, provavelmente pelo post com a transcrição da carta-manifesto do advogado Kakay. Fazer o que, não é mesmo? 

Uma coisa me tranquiliza: mesmo que já tenha ficado exasperado com essas evasões, hoje eu não dou a mínima e até acho graça. O velho Blogson é daqueles blogs em que o titular sua até sangue para fornecer material de leitura com a máxima frequência possível. Mas nem sempre isso se reflete na manutenção ou aumento de seguidores. E este é um fato que observo desde a primeira infância do blog.
 
Naqueles momentos eu estava puto com o Lula e alguns entenderam que eu era de direita, conservador, “confiável”. E a plateia (ou seria patuleia?) cresceu, chegando a inacreditáveis 23 seguidores (acho que esse é o número). Mas, claro, comparado com os blogs que eu chamo de blogbusters essa plateia é um nada no mundo.  Mesmo assim, foi diminuindo à medida que eu começava a falar mal de seus ídolos e valores (discutíveis), mas sempre deixando claro quer não sou de esquerda.
 
Ontem o Blogson registrava 17 seguidores e hoje acordou com 15. Fico me perguntando o que esperam encontrar no blog: seria um espelho ou eco que reflita suas convicções, crenças e cólera represada? Postagens sem graça e sem gracejos?
 
Por essa mania de defender a moderação e o equilíbrio, já fui até acusado de duplipensar (que nem sei direito o que significa), mas tento me explicar dizendo ser do signo de gêmeos – um gêmeo pensa de um jeito e o outro pensa o oposto. Uma coisa é certa: se eu fosse uma ave, seria um tucano raiz, daqueles à moda antiga, voando com alguma dificuldade e com um bico enorme que lembra meu nariz (ou seria o contrário disso?).
 
Preciso confessar não saber o que faz um blog ter muitos seguidores. Alguns têm tantos que parecem tomar anabolizantes. Infelizmente não é o meu caso, pois não tenho nenhuma seguidora que se chama Ana. Mas tudo bem. E aos dois que abandonaram o barco de ontem para hoje, (mesmo que odeie música sertaneja) só posso oferecer uma música da cantora Roberta Miranda: “Vá com Deus!”

3 comentários:

  1. Um blog que fale só de política, certamente atrairá público que concorde com a linha ideológico do blogueiro. Não é seu caso, você é um autor diversificado que fala de tudo, como todo bom cronista faz. Esse negócio de seguidor em blogue é complicado. Geralmente seu blog se torna mais conhecido quando você visita vários outros blogues e os segue e comenta neles, isso acaba criando vínculos mas não necessariamente. Vejo blogues aí com mais de mil seguidores - certamente angariado ao longo de vários anos - e que não mais de meia dúzia comentam. Ou seja, será que todos os outros ainda leem o que seguem? Melhor ter poucos seguidores cativos, que realmente leem seus textos do que ter centenas que não te visitam mais nem para espiar. Quando eu tinha um blog lá nos inícios dos anos 2000 voltados apenas para temas teológicos, eu tinha muitos seguidores do mesmo ramo, havia então, boas trocas de ideias. Mas deixei essa ideia de blog monotemático pra lá também por ter me esgotado com o tema "teologia".
    Como estamos politicamente bem polarizados, blogueiros de direita/esquerda não vão seguir seus contrários. Faz parte hoje da política feita com o fígado.
    Os de centro então, são os mais execráveis, pois são vistos como titubeantes, sem convicções de tomar um lado, isentões, equilibrados demais. Fazer o quê?

    Eu também sou de gêmeos. 16 de junho.

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    1. Rapaz, o pai de duas gêmeas também é!

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    2. Quanto ao resto do seu comentário, tenho algumas ponderações: Eu não posso ser considerado de esquerda, pois defendo algumas bandeiras da direita. E não posso ser considerado só de direita pois defendo algumas bandeiras da esquerda. Por isso eu digo ser de centro, centro esquerda ou centro direita. Não consigo acreditar que só um lado está certo. Mas isso não faz de mim um “isentão”, pois tenho firmeza em minhas convicções, mesmo que isso confunda e desagrade as pessoas.
      E a diminuição de seguidores é como você disse, mas tudo bem.

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