Se existe uma coisa em que me amarro é na
chamada cultura inútil, aquela que você poderia ter morrido sem saber, pois não
serve para porra nenhuma, nem mesmo para conversa de botequim. E se ampliar um
assunto já naturalmente atraente para mim, melhor ainda. E um desses assuntos é
a Bíblia. “Livrinho” danado de porreta!
Segundo Philip C. Almond, professor emérito
em História do Pensamento Religioso na Universidade de Queensland, na Austrália,
“a Bíblia continua sendo a coleção de
livros mais importante da civilização ocidental. Independentemente de nossas
crenças religiosas, ela formou, informou e moldou todos nós - consciente ou
inconscientemente, para o bem ou para o mal”.
Ainda falando sobre isso, lembrou que “a visão de mundo bíblica é a causa oculta
(e muitas vezes não tão oculta) das práticas econômicas, sociais e pessoais.
Ela continua sendo, como sempre foi, uma das principais fontes de paz e
conflito”.
Mesmo não tendo essa elegância para expressar
os pensamentos que foram surgindo sobre o tema, eu já tinha chegado às mesmas
conclusões por conta própria. O que realmente me atraiu são informações que eu
desconhecia. E a melhor de todas será utilizada para fechar este texto. Por
isso, vamos dar uma recapitulada na matéria “que
cairá na prova”:
- Segundo a professora Elizabeth Polczer,
especialista em estudos bíblicos da Universidade Villanova, nos Estados Unidos,
a Bíblia foi escrita por pelo menos 40 autores diferentes, cada um contribuindo
com partes distintas para um mosaico literário e religioso.
- A Bíblia, considerados o Antigo e o Novo
Testamento, é composta por 73 livros na versão católica, escritos em épocas
distintas por diferentes pessoas e em três línguas diferentes. Já a versão
protestante tem 66 livros, enquanto algumas tradições ortodoxas incluem ainda
mais textos.
- O Antigo Testamento, também conhecido como
Bíblia Hebraica, começou a ser escrito antes
de 1200 a.C., mas alguns dos livros mais antigos (como partes do
Gênesis) podem ter origens ainda mais remotas, preservadas por tradição oral
antes de serem registradas. Já o Novo Testamento teria sido escrito entre 50
d.C. e 110 d.C.
- Os livros como Gênesis e Êxodo,
tradicionalmente atribuídos a Moisés, são agora considerados obras de múltiplos
autores, compilados ao longo de séculos. “As
contradições e repetições nesses textos sugerem que eles foram escritos por
várias fontes”, afirma Polczer.
- Os quatro Evangelhos – Mateus, Marcos,
Lucas e João – também são alvo de debates. Embora tenham sido atribuídos aos
chamados Quatro Evangelistas, a professora ressalta que esses textos são
tecnicamente anônimos. “A atribuição a
Mateus e João, discípulos diretos de Jesus, pode ser mais conveniente do que
histórica”, observa.
- A Bíblia foi originalmente redigida em
hebraico, aramaico e grego. No final do século IV, São Jerônimo traduziu esses
textos para o latim, tradução que ficou conhecida como Vulgata. Essa versão em latim foi utilizada por John Wycliffe para
sua tradução para o inglês. E ninguém reclamou de nada, se a tradução do latim
para o inglês estava correta ou uma merda só.
- A mesma sorte não teve William Tyndale. O
“idiota” resolveu fazer uma tradução direta dos textos originais. E o que
deveria merecer aplausos teve um efeito contrário: foi estrangulado e depois
queimado como herege em 1536. Também, quem mandou querer bancar o sabichão?
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