Você conhece alguma família – especialmente se
for numerosa – que não brigue e se desentenda por causa de herança? Não precisa
mentir dizendo “não”. Claro que conhece,
talvez até mesmo a sua!
Parece haver um ritual que sempre se repete quando alguém morre. Primeiro, todos choram e lamentam a perda. Mesmo que tenha sido um idiota, insensível, violento ou abusador, lá está o discurso pronto: “Ele era tão bom! Não tinha um que não gostasse dele! Como vai fazer falta!” E, num surto coletivo de nostalgia seletiva, lembram com carinho até dos esporros, dos castigos, das chineladas, das surras de cinto e das pancadas “educativas”.
Passada a missa de sétimo dia os rancores entre irmãos começam a aflorar (ou florescer). E as trocas de acusações, suaves no início, viram uma espécie de UFC patrimonial. É voadora para cá, rasteira para lá, dedada no olho, chute no saco, gritaria e insultos criativos, sempre com alguém resmungando e apontando o dedo para o “queridinho da mamãe” (ou "do papai").
Parece haver um ritual que sempre se repete quando alguém morre. Primeiro, todos choram e lamentam a perda. Mesmo que tenha sido um idiota, insensível, violento ou abusador, lá está o discurso pronto: “Ele era tão bom! Não tinha um que não gostasse dele! Como vai fazer falta!” E, num surto coletivo de nostalgia seletiva, lembram com carinho até dos esporros, dos castigos, das chineladas, das surras de cinto e das pancadas “educativas”.
Passada a missa de sétimo dia os rancores entre irmãos começam a aflorar (ou florescer). E as trocas de acusações, suaves no início, viram uma espécie de UFC patrimonial. É voadora para cá, rasteira para lá, dedada no olho, chute no saco, gritaria e insultos criativos, sempre com alguém resmungando e apontando o dedo para o “queridinho da mamãe” (ou "do papai").
Resumindo: se possível, não tenha filhos. Mas, se tiver, não deixe herança. No máximo, compre para cada filho os indispensáveis e fabulosos e-books publicados por Jotabê na Amazon (quatorze, ao todo). Assim, o autor terá motivo para rir e os herdeiros terão mais um para chorar (de raiva ou de pena, pouco importa).
Torre a grana toda com viagens, bons restaurantes, bons vinhos e estadias na praia, "pé na areia, a caipirinha, água de coco, a cervejinha" e camarão no espetinho (leite gelado com toddy é uma boa alternativa). Pague aluguel, mude para um apart-hotel, vá morar na casa de um viúvo ou viúva precisando de companhia e morra com a conta bancária com saldo zero, se possível. Assim, poderá descansar em paz, sem ninguém mijando no seu túmulo.
Todo mundo vira santo depois que morre.
ResponderExcluirParece clichê mas raramente acontece sempre...
Meu pai nos deixou de mais valioso um apartamento pequeno que desde sua morte há 4 anos ainda não conseguimos fazer o tal do inventário para poder vender pois custa os olhos da cara. Porém, eu e minha irmã já combinamos que quando vendermos, a parte maior irá para o irmão mais novo e de menor poder aquisitivo.
Não deixarei muita coisa quando morrer. Um sobrado e só. Não haverá brigas entre irmãos, já que o eduzinho é filho único. Entre ter mais de um e não ter nenhum, fiquei na coluna do meio.
Você é um sábio.
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