sexta-feira, 15 de julho de 2022

EQUÍVOCO DA NATUREZA

 
Hoje surgiu uma ideia tão bizarra na minha cabeça que até mesmo minha dupla personalidade estranhou. Provavelmente nunca saberei a resposta a essa dúvida, a essa autêntica viagem na maionese (se alguém conhecer uma nova gíria que seja sinônimo de “viajar na maionese”, por favor, me avise).

Indo direto ao assunto: recentemente divulgou-se que a análise do nosso DNA indicou que alguns de nossos genes foram herdados dos Neandertais e dos denisovanos. Achei aquilo o maior barato, sinal de que em um passado remotíssimo rolou uma química entre alguns sapiens e nossos primos humanos.

Não temos mais “primos” vivos, todos foram extintos. Talvez a causa mais provável tenha sido um cataclismo de proporções bíblicas ocorrido na região onde viveram os Neandertais. Mas fiquei pensando na hipótese dos sapiens terem dizimado seus parentes. E o que me levou a pensar isso foram os acontecimentos recentes de selvageria política. Como disse alguém, "a raça humana é um equívoco da Natureza".

Não tenho hoje nenhuma ilusão sobre a agressividade atávica dos sapiens, vinda lá da “aurora da humanidade”. Com isso quero dizer que para mim o homem, o ser humano é intrinsecamente agressivo, cruel, sádico, rancoroso, traços que só mesmo um verniz sociocultural disfarçou.

Fiquei pensando na diferença entre os chimpanzés comuns e os bonobos, também conhecidos como chimpanzés anões. Os chimpanzés comuns são agressivos e capazes de organizar expedições e fazer emboscadas para trucidar rivais de outro bando. Já os bonobos “só pensam naquilo”, pois trocam qualquer desentendimento por uma boa trepada. Ou seja, são da paz e do amor, uma versão primata dos hippies que existiram no final do século XX.

E aí voltei aos Neandertais. Tinham cérebro maior que os sapiens, fabricavam ferramentas, conheciam o manejo do fogo, enterravam seus mortos, mas, mesmo assim foram extintos. E essa é a pergunta que surgiu na minha mente demente: seriam os Neandertais os bonobos humanos e, por isso mesmo presas fáceis para seus agressivos primos sapiens?

Não me interessei em procurar resposta para essa dúvida, pois ela só serviu para fechar um sábado à noite sem nada para fazer. Como, aliás, têm sido todos os sábados à noite dos últimos anos. Bon soir.

18 comentários:

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    1. Talvez você tenha razão, talvez não.

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    2. nao sei a explicação do fenomeno
      parece que algo assim aconteceu entre os judeus na alemanha nazista
      fonte: Maus: a história de um sobrevivente
      Livro por Art Spiegelman

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    3. Eu li esse livro duas vezes e fico feliz emj sabe que você também o leu, mas não lembro de nada associado a isso. O pai do Spiegelman sobreviveu. E isso o tornaria menos "bom"? Estou confuso.r

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    4. `O pai do Spiegelman sobreviveu. E isso o tornaria menos "bom"`
      ele sobreviveu pq era um trapaceiro nato
      os honestos morreram primeiro
      O pai do Spiegelman fala algo com esse sentido em algum momento

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  2. Sim, era um trapaceiro nato, mas naquele contexto ele estaria errado? Na verdade, não seria ele o “bom” darwinisticamente falando (os mais aptos sobrevivem)? Tive um colega russo que nos ensinou um ditado de sua terra natal: "no meio de lobos, uive como lobo". Ele lutou (e foi feito prisioneiro) na Segunda Guerra, mas não sei se usou a inteligência expressa nesse ditado no campo de prisioneiros para onde foi levado.

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    1. os honestos morreram primeiro

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    2. o “bom” darwinisticamente falando (os mais aptos sobrevivem)? os mais aptos seriam, nesse contexto, os nazistas

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    3. Os nazistas filhos da puta não eram os mais aptos, eram as adversidades que os judeus tinham de encarar e tentar superar. Quanto aos honestos eu não sei o que dizer. Li uma vez que a barra que os judeus enfrentaram era tão absurdamente pesada que os comportamentos mais nobres eram praticamente deixados de lado (não por todos), pois a primeira necessidade, a mais imediata era sobreviver. Essa foi uma época, uma situação tão terrivel que não tenho condição de imaginar o tamanho da dor, do medo e do sofrimento que os judeus sentiram. Mesmo sendo católico, membro de uma religião que tornou a vida dos judeus um inferno ao longo dos séculos, tenho a maior admiração e respeito por esse povo. E, principalmente, tenho a máxima pena pelos coitadinhos que foram barbarizados e assassinados nos campos de concentração.

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    4. filhos da puta as vezes sao os mais aptos

      isso que da aplicar a teoria de Darwin, q faz sentido na biologia, a relacoes humanas q devem obedecer regras morais

      `comportamentos mais nobres eram praticamente deixados de lado (não por todos), ` = esse tal `nao por todos` era o primeiro a morrer

      canalhas morrem velhos

      nao estou me referindo a vc

      kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

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    5. Ainda bem que não se referiu a mim! Mas aquela situação, meu caro Scant, teve uma dimensão tão trágica que tenho dificuldade até para te responder. Você insiste ou parece insistir na ideia de que naquela situação os melhores morreram mais cedo. A questão é como definir quais eram os "melhores" dentro de toda aquela tragédia. Outro dia li que a Anne Frank e seus pais foram denunciados por um judeu que tentava proteger a própria família. Sinceramente, não consigo avaliar de forma equilibrada se isso foi imoral ou aético. Como você agiria se estivesse na mesma situação? Como eu agiria? Não sei te responder. Provavelmente eu seria um dos primeiros a morrer, pois sou lerdo de raciocínio, de reação, de atitudes, mas isso não faria de mim um dos "bons". Creio que o instinto de sobrevivência fala mais alto em situações de ameaça extrema. O que está certo ou errado? Quem é bom ou ruim? Não sei dizer. A única coisa que sei é que TODOS foram vítimas.

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    6. do ponto de vista moral, os melhores são os que agem de acordo com as regras morais
      "Creio que o instinto de sobrevivência fala mais alto em situações de ameaça extrema" sim, quando a situação aperta a maioria vira canalha com o próximo

      a minoria continua seguindo regras morais e morre primeiro

      simples assim

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  3. Os filhos das putas sempre são os mais aptos. Ao menos, nesse mundo filho da puta! Em outros planetas, dimensões, eu não sei, mas aqui, com certeza.

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    1. É por isso que aprendi com meu filho que "a espécie humana é um equívoco da Natureza".

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    2. "a espécie humana é um equívoco da Natureza".

      se um meteoro nao destruir a raca humana antes:

      ""O Sol só vai começar a fundir hélio daqui a uns 5 bilhões de anos, no final da fase de gigante vermelha. Mas é verdade que ele vai lentamente aumentar de luminosidade antes disso, o que vai levar ao aquecimento da Terra a ponto de tornar a vida impossível. Isso deve acontecer em 1,5 bilhão de anos aproximadamente."

      na verdade, a natureza, no longo prazo, é irrelevante

      a raça humana é relevante pois pode salvar a natureza terrestre no longo prazo

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    3. E no Brasil, acho que isso é pior ainda. Haja vista nosso dois prováveis futuros presidentes.

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    4. Respondendo ao Marreta e ao Scant: hoje eu tão tenho mais nenhuma ilusão a respeito da "nobreza" da raça humana. E "futuro luminoso" para a cambada bípede pensante só mesmo quando o sol "lentamente aumentar de luminosidade". Hoje, estou na base daquela música antiga "não, não posso parar, se eu paro eu penso, se eu penso eu choro". Boa noite!

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