segunda-feira, 24 de janeiro de 2022

LA ESPERA - MANUEL VILAS

 
Para fazer uma brincadeira com a “perda de 4 cm” provocada pelo coronavirus e descrita pelo meu amigo virtual Marreta, pedi ao Google para mostrar sites onde eu pudesse encontrar rimas em espanhol com a palavra “covid”, pois queria fazer um jogo de palavras e o máximo que tinha conseguido imaginar era “con viejo” (com velho).
 
Em vez de rimas, o Google mostrou no site do “El Mundo” o título "Poesía en estado de alarma: 9 poemas inéditos sobre el coronavirus y el confinamiento" (imagino que tenham sido escritos bem no início da pandemia).  Aí, em vez de piadas idiotas resolvi publicar um poema muito bonito escrito por Manuel Vilas. A seguir, o original em espanhol e, na sequência, uma tradução descolada pelo Google Translator. Olhaí.


Ahora ya sabemos que la vida es comer con un amigo en una terraza, ir de librerías, tomar el sol, ver una película en un cine, perderte por una calle desconocida, coger un tren.
 
Por eso, cuando la vida regrese, le pediremos menos cosas.
 
Y me acuerdo ahora de los restaurantes llenos, de las bodas, de las fiestas, de los viajes en autobús, en avión, en el metro.
 
Nostalgia de las rebajas de todas las tiendas y mercadillos de España, mi gran país, mi pobre país torturado y humillado.
 
Cuando esto termine, yo creo que jamás volveremos a dar un beso protocolario. Todos los besos se volverán besos poderosos, fuertes, grandes, sexis y salvajes.
 
Cuando regrese la vida, me verá guapo y elegante, como siempre.
 
Cuando ella vuelva, porque volverá, me encontrará bien dispuesto y a la orden.
 


Agora sabemos que a vida é almoçar com um amigo em um terraço, ir às livrarias, apanhar sol, ver um filme no cinema, perder-se numa rua desconhecida, viajar de trem.
 
Portanto, quando a vida voltar, pediremos menos coisas.
 
E agora me lembro dos restaurantes cheios, dos casamentos, das festas, das viagens de ônibus, de avião, de metrô.
 
Saudade das vendas em todas as lojas e mercados da Espanha, meu grande país, meu pobre país torturado e humilhado.
 
Quando isso acabar, acho que nunca mais teremos um beijo formal. Todos os beijos se tornarão beijos poderosos, fortes, grandes, sensuais e selvagens.
 
Quando a vida voltar, ela me verá bonito e elegante, como sempre.
 
Quando ela voltar, porque ela vai voltar, ela vai me encontrar bem disposto e em ordem.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

IL Y A BEAUCOUP D'ON-DIT, VOLTAIRE!

O ótimo é inimigo do bom. Que devo concluir ao cabo dos meus longos propósitos? Que os preconceitos são a razão dos imbecis.  Toda espéc...