Como está quente pra cacete, resolvi divulgar esta gororoba que acabei de escrever. Foda-se a sexta-feira!
Há muito tempo, eu
vi na televisão um filme muito interessante sobre uma mulher que resolve se
matar. Não me lembro do título em português, mas o original é 'night, Mother, tendo Sissy
Spacek como protagonista e Anne Bancroft fazendo o papel de sua mãe.
É um filme curioso e denso, pois mostra
as horas que antecedem o suicídio da personagem. Sem muita enrolação, é a
história de uma mulher que comunica essa decisão enquanto limpa a casa,
organiza suas coisas e, principalmente, orienta a mãe sobre como proceder
depois que ela se trancar no quarto para se matar. A velha parece ser meio
ingênua, usa aquelas roupas folgadonas de “mãe
que não sai de casa” e tenta, sem sucesso, convencer a filha a mudar de
ideia.
Depois que a filha se tranca no quarto,
a mãe começa a seguir as instruções recebidas: começa a lavar vasilhas, liga o
rádio e deixa o som alto, coisas assim, até ouvir o tiro. Só então liga para a
polícia. Quem nunca assistiu, procure ver, vale a pena.
Esse filme causou-me a impressão de que,
naquele momento, mãe e filha estavam como se existissem em ambientes distintos,
algo assim como um peixe dentro de um aquário público, indiferente e imune à
pessoa que o observa do lado de fora. E é aí que eu queria chegar: imunidade e
indiferença.
Os políticos em Brasília movem-se como
se estivessem dentro de um aquário, fazem conchavos, acordos, negociatas e todo
tipo de putaria para rifar ou passar o rodo nesse ou naquele político, para preservar
e manter aquele outro ou uma determinada visão ideológica, como se ninguém os
estivesse vendo “nadar”.
E mesmo que estejam sendo vistos não
ligam a mínima para nós mamíferos, pois têm respiração branquial, tiram seu
oxigênio da água, uma água cada vez mais suja, turva e poluída. Mas, é como
disse pragmaticamente uma vez o diretor de uma empresa onde trabalhei: - “água turva é que tem peixe graúdo”.
Pensando nessas coisas, tirei algumas
frases que encontrei nos sites de vários órgãos de imprensa. Fala sério: esse
pessoal de Brasília e São Bernardo vive ou não vive em um aquário (ou redoma)?
Olhaí:
Por
apoio no Congresso, governo vai liberar R$ 700 mi em emendas
A
degeneração da política chegou a tal ponto que declarações, negociações e
acordões que deveriam provocar repulsa são feitos à luz do dia
Na
ânsia de salvar seus mandatos, a presidente da República e o presidente da
Câmara costuram um acerto que ficará na história das práticas políticas
condenáveis. Mas o conchavo pode acabar em típico abraço de afogados
Juntos,
PT e PSDB se afundam na lama de Cunha
Levy
deve sair se não quiser mudar a política econômica
Escalada
da Lava Jato preocupa Lula
Dilma se
reúne com Lula e ministros no Alvorada para tratar da articulação política
Como diria Bocage, essa é a típica situação onde a emenda sai pior que o soneto. E vou te contar JB como causídica nunca entendi que diabos nosso Congresso (na contramão dos demais) tanto remenda, na minha imaginação infantil não passam mesmo de aranhas tecendo e destecendo. Sobre o filme, em português ganhou o título de Noite de Desamor, segue o link http://cinecultzfilmesonline.blogspot.com.br/2015/10/noite-de-desamor-1986.html
ResponderExcluirE só pra constar, adorei o "foda-se para a sexta-feira" (risos)
"J"