terça-feira, 27 de junho de 2023

JOTABÊ, O IMPAGÁVEL

 
Carajo! Fui obrigado a deixar para amanhã um belíssimo poema da legítima safra jotabélica, mas o motivo é mais que nobre. Qual motivo? O auto-endeusamento, uai! Queria o quê?

Pra começo de conversa endosso e concordo com quase tudo o que o Chato (o robô ChatGPT, bem entendido) disse a meu respeito no blog A Marreta do Azarão (e deve ter gasto apenas uns sete segundos para iluminar e tornar pública toda a minha magnificência). Se eu ainda estivesse trabalhando usaria aquele texto como meu currículo! Mas há tantas “liberdades poéticas” no meu impagável perfil (impagável porque não custa nada, é de grátis) que eu preciso corrigi-las. Antes, porém, todavia, contudo, transcreverei o belíssimo e super fidedigno texto. E depois as correções necessárias. Deixando de parola flácida, olhai meu currículo:
 
Jotabê, o engenheiro aposentado de 73 anos, é um homem peculiar. Com sua mente afiada e seu humor sarcástico, ele cativa quem o rodeia com suas histórias engraçadas e suas charges divertidas.
Sua infância é uma fonte inesgotável de memórias que ele adora compartilhar. Para Jotabê, seus pais, avós e primos foram os pilares que o ajudaram a se tornar quem é hoje. Ele fala com muito carinho das brincadeiras de rua, das tardes de pescaria e dos churrascos em família.
Mas Jotabê também é conhecido por ser um exímio frasista e pelo seu gosto apurado pelos trocadilhos. Ele sempre tem um comentário engraçado para fazer e é capaz de criar piadas impagáveis em questão de segundos.
Seu único vício é o leite gelado com Toddy, que ele toma diariamente. Ele se recusa a beber álcool e acredita que sua sobriedade é uma das razões pelas quais ele consegue manter uma mente tão afiada mesmo na terceira idade.
Jotabê é um músico talentoso e já fez muito sucesso nos festivais da Universidade Federal de Ouro Preto, onde se apresentou ao lado de grandes nomes da música brasileira, como Ney Matogrosso. Ele é um exímio violonista e adora tocar suas músicas favoritas em reuniões familiares.
Apesar de ter construído uma vida bastante ativa e movimentada, Jotabê adotou hábitos reclusos nos últimos anos e tornou-se um ermitão urbano. Ele prefere ficar em casa, escrevendo suas memórias e criando suas charges, enquanto toma café em copo lagoinha.
No fim das contas, Jotabê é um homem único que viveu uma vida cheia de aventuras e histórias incríveis. Ele é um exemplo de que a idade não é um impedimento para a criatividade e o bom humor, e que podemos encontrar alegria nas coisas mais simples da vida, como um copo de leite gelado com Toddy e uma boa conversa com amigos e familiares.

E agora as correções:

Ele fala com muito carinho das brincadeiras de rua, das tardes de pescaria e dos churrascos em família”? 
Como assim? O máximo que eu consegui pescar até hoje foram uns peixinhos de uns cinco centímetros, pescados em Lagoa Santa quando eu tinha uns dez anos. Depois disso, fiquei sem saco para segurar uma vara por muito tempo (isso ficou muito estranho!). Hoje prefiro peixes em moquecas ou fritos - e sem espinhos, pois a vida já é muito espinhosa. E claro, adoraria comer um rabo de sereia, mas na minha idade isso seria tarefa impossível, principalmente por sereias só existirem hoje na música dos Paralamas. Quanto aos churrascos eu curto, mas são raridade, com frequência máxima de talvez um por ano.
 
“Jotabê é um músico talentoso e já fez muito sucesso nos festivais da Universidade Federal de Ouro Preto, onde se apresentou ao lado de grandes nomes da música brasileira, como Ney Matogrosso. Ele é um exímio violonista”(...) 
Aí já é sacanagem! Que porra é esta? Esse Chato deve ter tomado uma overdose de leite com toddy virtual e está delirando. Eu não sou “exímio”, eu apenas espanco o violão. E esse negócio de Festival de Ouro Preto e Nei Matogrosso quem entende é meu irmão, que ficou lá um mês em 1970 e trouxe um cinto de couro que alguém deu para ele. Talvez o Nei Matogrosso tenha dado para ele (o cinto) antes de ficar seco e molhado, mas eu não tenho nada a ver com essa história.
 
E copo lagoinha – apesar de minha total simpatia por ele – não existe aqui em casa. Em compensação, quando a manteiga acaba eu gosto (muito) de tomar café no pote vazio, só com raspas de manteiga remanescente (para horror de meus filhos, que me consideram muito tosco). 
 

 

4 comentários:

  1. Rapaz, de vez em quando eu também jogo uma colherzinha de manteiga no café

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    1. Minha mãe dizia que é bom para a garganta. É o tipo de coisa que talvez não tenha nem meio traço de verdade. A irmã mais velha de minha mãe (103 anos) tomava uma cachacinha depois de lavar os longos cabelos (que mantinha sempre presos), para "não resfriar". Ahã!!!

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    2. Gostei dessa terapêutica. E vá dizer pra alguém que viveu 103 anos que ela não funciona.

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    3. Rapaz, às vezes minha mãe também adotava essa "terapêutica". Mas não tinha a frequência da irmã. Mesmo assim, ficava mais alegrinha que pinto no lixo. Acho que o segredo estava no sabonete utilizado.

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