Acabei
de ler o livro “O Caldeirão Azul”, do físico Marcelo Gleiser. Compõe-se de
vários ensaios que publicou ao longo dos anos no Brasil e nos Estados Unidos.
Livro quase tão bom de ler quanto os escritos pelo Yuval Harari. Em um desses
ensaios ele aborda um assunto que me deixou fascinado ao ponto de pensar em
transcrever alguns trechos aqui no Blogson - mas só para apresentar uma nova
série de dezénhos “inspirada” no que li (já viu que não virá nada que preste,
não é mesmo? E, pode acreditar, você está certo!). Segura aí!
Se os vitorianos se ofenderam com a teoria da
evolução de Darwin, que diz que somos descendentes de primatas, imagina se
soubessem que nosso primeiro ancestral era muito mais primitivo do que isso,
uma mera criatura unicelular, nada mais do que um micróbio. Sim, temos uma Eva
microbial. Hoje, sabemos que todas as criaturas vivas dividem o mesmo
ancestral,chamado LUCA, do inglês Last
Universal Common Ancestor, último ancestral comum universal.(...)
O biólogo evolucionário William Martin, da
Universidade Heinrich Heine em Düsseldorf, na Alemanha, tentou achar sinais do
LUCA escondidos nos genes de bactérias e arqueias. A tarefa não é nada fácil,
pois organismos podem trocar genes ao evoluírem, tornando difícil distinguir
genes que vieram de uma linhagem antiga daqueles que foram obtidos mais
recentemente. (Pense numa família que tem um saco de dinheiro que vai passando
de geração em geração, e que, de vez em quando, recebe uma nota nova). (...)
Depois de estudar 2 mil micróbios modernos,
cujos genes foram sequenciados nas últimas duas décadas, o time de Martin
descobriu 355 famílias de genes que aparecem frequentemente, sugerindo que têm
uma origem comum. Analisando os genes em detalhe, Martin e seus colaboradores
concluíram que o LUCA era uma criatura anaeróbica (que vive sem oxigênio) e
termofílica (que gosta de ambientes quentes). Em artigo da revista Nature, escreveram,
LUCA
habitava um ambiente geoquímico ativo, rico em gás de hidrogênio, dióxido de
carbono e ferro. Os resultados são consistentes com a teoria de que os primeiros
seres Vivos eram autotróficos (capazes de se alimentar de compostos químicos
inorgânicos) [...] habitando ventas hidrotermais.(...)
De acordo com esses resultados, o LUCA era
uma criatura unicelular simples, que viveu onde a água do mar encontrava o magma
que jorrava do interior da Terra, em ventas hidrotermais.
No momento, a evidência que temos sugere que
nossa Eva ancestral era organismo unicelular extremamente resistente, que
gostava de nadar em água muito quente e de comer compostos simples. Não poderíamos
esperar menos do incrível organismo que evoluiu para se tornar todas as outras
criaturas que já existiram. Isso sim é legado genético!
Este comentário foi removido por um administrador do blog.
ResponderExcluirScant, caguei! Em vez de clicar no "Responder", cliquei no "Excluir". Consegui copiar o texto mas não retorná-lo ao lugar original
ExcluirScant disse: "luca foi o mais próximo da felicidade que o homem chegou". Você está muito severo na avaliação (mas não está errado).
"cliquei no "Excluir" fez muito bem.
Excluirteria feito o mesmo ;)
Engano seu, para mim qualquer comentário é sagrado, mesmo que eu não concorde com ele (o que não era o caso). Foi vacilo mesmo (ou cochilo, pois tenho cochilado muito na frente do computador).
Excluir