Cheguei hoje do Rio, onde fomos para passar uns
dias na companhia de meu filho, nora-filha e netinhas. Não há muito que dizer
da cidade, linda como sempre. Fiquei pensando que música poderia defini-la de
forma menos convencional. Funk e pagode, nem pensar! Já bossa nova seria uma
boa, pois o Rio tem cara de bossa nova e a bossa nova tem a cara do Rio. Mas a
maioria das melodias já está arqui-manjada. Foi aí que me lembrei do
cineasta, cantor (toca um piano!) e compositor paulista João Lutfi,
conhecido nas rodas boêmias como Sérgio Ricardo (aquele, do violão quebrado).
Então ficamos assim: uma bossa nova paulista para reverenciar as praias
cariocas. E mais nada direi.
Sinal verde, atravessei
pra lá do sol
Triste o sol e uma
tristeza em mim, porém
Surgiu ao sol da tardinha
um par de pernas lindas
Levando a dona delas
e o meu olhar atrás
O meu bom senso não
quis me permitir palavras
Sem que o olhar se
fizesse esperança
No sol da tarde
inspirei-me pra dizer ternuras
Ao lado daquelas
pernas para a dona delas
Porém uma buzina
conversível
Chamou para o
conforto as pernas lindas
E eu devolvi ao solda
tarde
Minha inspiração
Luz vermelha no sinal
do sol pra mim
Perigoso atravessar
pra lá do sol
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