Se alguém estranhou o título deste post,
lembro que existe a expressão "o pomo da discórdia". Como na internet
qualquer um pode ler sobre seu significado, não vou me preocupar em explicar o
"pomo". Estou mais interessado no post. Só para lembrar uma das
máximas (ou mínimas, como quiserem) deste blog, "resposta longa vira post". E
tudo começa com a publicação no Blogson de uma frase extraída do site Sensacionalista ("um jornal isento de
verdade") sobre a última pisada no tomate do ministro Weintraub (“Imprecionante”).
Primeiro, a frase engraçadíssima: “Após repetidas agressões, Português quer
liminar que impeça Weintraub de se aproximar dele".
Post publicado, post comentado. Meu amigo
virtual Ozymandias escreveu:
- “Piadas
a parte, gosto bastante desse ministro”.
Surpreso com essas palavras, respondi:
- Confesso
minha sincera ignorância sobre o que já fez de bacana no Ministério da
Educação. Tudo o que conheço são suas gafes (cafta, etc.), que me fazem pensar
ser ele a pessoa menos indicada para cuidar da Educação. Gostaria que você me
ajudasse a mudar de opinião. Por que você gosta dele?
- “Não
acompanhei a fundo o trabalho dos outros ministros (como boa parte da
população), mas já dou a ele o mérito dele jogar luz sobre esse trabalho, e
mesmo aos críticos do trabalho dele, toda linha que ele faz é justificada em
suas redes. O ponto forte do ministro é justamente cortar privilégios e
monopólios que estavam ai, e que ninguém se mobilizava pra fazer nada sobre,
como as carteirinhas de meia-entrada, que agora os estudantes podem fazer pelo
celular, sem pagar taxas, enquanto antes eram obrigados a pagar a uma
determinada organização. Até isso, da postagem, não só aqui, como na própria
VEJA, do cara escrevendo alguma palavra errada, a zombaria serve pra cobrir um
acerto em sua função, que foi abrir centenas de bolsas para estudo federal
aprofundado em segurança pública, algo que em parceria com o ministério da
segurança”.
Diante desse comentário, não resisti e
lasquei:
Meu
caro Ozy (permita-me chamá-lo assim), eu não critiquei o trabalho do ministro,
até porque nunca acompanhei o trabalho de nenhum ministro em nenhum governo
(você poderá dar a isso o nome de "irresponsabilidade" e eu serei
obrigado a concordar). O que me faz postar coisas iguais a este post é a
irreverência. Já sofri tanto bullying na vida que descer o cacete em famosos
que fazem, escrevem ou dizem coisas risíveis e/ou condenáveis não me causam
nenhum incômodo nem tenho o menor problema com isso. O tropeço de um ministro
da EDUCAÇÃO em sua própria língua é automaticamente uma piada pronta, pouco
importando se ele faz ou não um bom trabalho, pois não é isso que está em foco.
Lá no início do blog eu escrevi esta reflexão: ‘Se você criticar a atitude de
alguém, sempre encontrará quem tente amenizar ou justificar o comportamento da
pessoa criticada com fatos e argumentos que nada tem a ver com o objeto da
crítica’. Parece que você também escorregou neste ponto.
Depois dessa estocada amiga, meu amigo Ozy respondeu de forma educada e cavalheiresca:
“Não
considero uma escorregada, não fiz uma defesa apaixonada do ministro, a ferro e
fogo, eu tiro o que fez aqui como um humor mesmo, algo saudável de se fazer com
qualquer figura pública desde que o mundo é mundo, a minha crítica maior são
aos que tem grandes veículos, e se utilizam desse artifício propositalmente,
para querer abafar os acertos - que são obrigatórios, visto que é um
funcionário pago por nossos impostos - de algum determinado ministério. Então,
sim, nesse sentido, rio das piadas, mas ainda prefiro um ministro cometendo
erros ortográficos e não morais e legais, do que algum emplumado como o Haddad,
que foi ministro, e suas aventuras estão ai a olho nu, em qualquer rápida
pesquisa, suas "realizações nesse período", que certamente não
recebeu 10% da pressão da mídia que o atual tá recebendo”.
Bem, foi exatamente esse o teor de nossa
troca de comentários no post “IMPRECIONANTE!”. Como queria me estender mais um
pouco, encerrei o diálogo com um sintético “OK”, mas doido para criar um novo
post. Provavelmente tomado pela surpresa, direis: “Para quê?”
Ora, meu caro Ozy, para deixar claro que
concordo com todas ou quase todas as suas ponderações! Longe de mim criticar
indiscriminadamente o trabalho dos ministros e do próprio presidente, pois
sendo de centro-direita fico feliz com os pontos positivos e torço para que
acertem cada vez mais. Mas nada me impede de criticar, ironizar ou desprezar as
atitudes radicais e palavras ditas de forma impensada ou que indiquem ignorância
ou muita falta de cultura de quem deveria tê-la, capisce?
E tem mais: o bom jornalismo nunca é chapa
branca, nunca está automaticamente contra nem a favor de nada nem de ninguém. É
bobagem imaginar que o bom jornalismo mascara ou abafa os bons resultados e as
realizações. Fora o fato inquestionável de que ninguém nunca se interessou em
comprar jornais e revistas que só publiquem notícias boas. Excluídos os apoiadores
incondicionais de ideias, governos e líderes políticos, o que nós, humanos,
gostamos mesmo de ler são notícias sobre desastres, tragédias, traições,
fracassos e congêneres. Talvez Freud explique. Ou não.