segunda-feira, 8 de outubro de 2018

VAE VICTIS


VAE VICTIS
Não é bonito tripudiar sobre os derrotados (tripudiar = zombar; escarnecer; humilhar; desrespeitar; menosprezar). Ou, segundo a sabedoria popular, “chutar cachorro morto”. No caso de cachorro, há o risco adicional de o chute pegar na “boca escancarada cheia de dentes”, mas isso é outra história (ou música).

Mesmo nunca tendo me candidatado a nada, já perdi inúmeras vezes, fui derrotado e humilhado outro tanto, sofri bullying a vida inteira (também, com um sobrenome tão “sonoro”, queria o quê?). Por isso, não consigo deixar de me compadecer pelos candidatos derrotados, especialmente os que não conseguiram se reeleger ou aqueles que “sofreram gol no final do segundo tempo”. Não é mole a sensação de boca amarga pela derrota imprevista, pela perda inapelável.

Mesmo assim, mesmo me compadecendo "no atacado" (sinceramente), não pude deixar de sentir uma grande alegria varejista ao ver que algumas figuras de proa da política nacional foram postas a pique nestas eleições (este foi um comentário meio naval). Lamentei tanto a não reeleição do senador Cristovam Buarque e do maluco-beleza Eduardo Suplicy como a reeleição do Renan Calheiros, da Gleisi Hoffmann e do Aécio Neves, mas tive espasmos de prazer (isto ficou meio esquisito!) com a derrota de outras figurinhas manjadas.

Melhor dar logo nome aos bois, ou melhor, a esses boys & girls: Beto Richa, Cesar Maia, Dilma Roussef, Edison Lobão, Eunício Oliveira, Fernando Pimentel, José Sarney Filho, Roberto Requião, Roseana Sarney, Vanessa Grazziotim e, acima dos demais, Lindbergh Farias e Romero Jucá. Issa!

Mas não posso me esquecer dos pimpolhos do Sérgio Cabral, Marcelo Crivella, Eduardo Cunha e do irmão do "Geddel 40 milhões". Bom demais! Como teria dito um chefe bárbaro no século IV A.C. (cultura inútil também é cultura): “Vae victis”, que em linguagem de gente significa “ai dos vencidos”. Mas chutar cachorro morto não, ainda mais se for com pé descalço.


ALMOÇO GRÁTIS
Hoje, no “day after” do primeiro turno das eleições de 2018, acordei com uma sensação estranha – percebi que continuo envelhecendo um dia a cada dia que passa, que minhas contas continuam a vencer religiosamente e que (desculpem o clichê) “não há almoço grátis” para ninguém. Ou seja, no geral, nada mudou significativamente, nem para mim nem para o país. Por isso, o próximo presidente eleito seja ele um “salvador da pátria” ou não - e qualquer que seja a cor, estampa ou slogan de sua camisa -, precisará ralar muito para que este país respire melhor.



3 comentários:

  1. votei no Cristovam Buarque e também fiquei meio sentido com a exclusão do Suplicy, cara gente tão gente boa que a gente até desculpa o fato de ter se casado com a Marta.
    E, sim, Gleisi, Aécio e outros pústulas ainda não foram varridos pelas urnas. Ainda.

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    Respostas
    1. Pois é... Mesmo que eu não seja homofóbico, outro que me faria rir muito se não tivesse sido reeleito é o Jean Wyllys. Mala sem alça! Ainda mais, depois do episódio da cusparada.

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  2. Verdade. E a tal da cusparada parece ser uma praxe entre os comunistas, um modus operandi da vermelhada desbotada, assim que ficam sem argumentos (o que leva pouquíssimo tempo), eles tascam uma catarrada em seu antagonista. Jean Wyllis fez isso, o ator José de Abreu e até o Chico Buarque, no já mítico episódio com o Millôr Fernandes; contam os presentes que o Chico tascou uma cusparada depois de Millôr ter lhe dito que "desconfia muito do idealista que lucra com o seu ideal".
    Grande (e insubstituível) Millôr!

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