quinta-feira, 28 de setembro de 2017

MILLÔR NA VEJA - 08/20

Depois de quatro anos de teatro ainda não era homossexual. Mas já tinha um certo sotaque.

E como dizia a patrícia romana para a filha que chegava de madrugada: “Está muito bem: até as 3 você ficou na bacanal – mas depois, onde é que andou?”

O uísque, tomado com moderação, não oferece nenhum perigo, nem mesmo em grandes quantidades.

A natureza é essa entidade exibicionista que não consegue passar do inverno ao verão sem uma descontrolada primavera.

Bastaria a invenção do sutiã para provar que as mulheres são mais mentirosas do que os homens.

Se você não pode com os argumentos do adversário, sempre tem a possibilidade de lhe atirar uma pedra na cabeça.

O amor chega sem ser visto e sai fazendo aquele quebra-quebra.

Aproveita a vida, irmão. Já passou mais tempo do que você pensa.

Um homem começa a ficar velho quando já prefere andar só do que mal acompanhado.

As pessoas que falam muito acabam contando coisas que não aconteceram.

Cuidado, amigo: até um grande homem é capaz de um gesto de grandeza.

O pinho é uma madeira formidável com a qual se fazem esplêndidos móveis de jacarandá.

Se a tecnologia não tivesse inventado o limpador de para-brisa, onde é que o guarda ia enfiar a multa?

Essas pessoas que falam tanto na inocência das crianças, será que já nasceram adultas?

Um desses dias em que a gente se sente como gostaria de se sentir.

Em terra de cego o rei diz que tem um olho.

Um verdadeiro cético não prega nem o ceticismo.

Se você tem alguma qualidade procure, ao menos, disfarçá-la. Este não é um mundo para competentes.

O preço da segurança é a eterna chateação.

O preço da badalação é a eterna solidão.

Pra ajudar a salvar o mundo precisamos acreditar profundamente em todas as contrafações.

Suposição é a convicção alheia.

Com uma fé realmente profunda adquirimos o direito à irresponsabilidade.

A sociedade humana foi inventada pela solidão.


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