Estou lendo o livro Sapiens (bastante
perturbador para minha fé,
diga-se),
onde encontrei uma imagem fantástica de pinturas rupestres datadas de 9.000
anos. Procurei no Google e (claro!) achei muitas coisas,
dentre elas as imagens deste post.
Como este é um blog que privilegia
emoções, transcrevo a seguir trechos descritivos do local, com toda a beleza da
língua espanhola:
“Cruzamos el río y levantamos el
campamento en una rinconada de las bardas de la margen derecha. Enseguida nos
fuimos a mirar las pinturas. Salvo una que otra exclamación, nuestra admiración
fue de silencioso respeto”.
“Allí estaba todo un pueblo que
creíamos desaparecido. Cazadores que mostraban sus técnicas y su comportamiento
del quehacer diario: cazar.”
Carlos J. Gradin. Recuerdos del Río Pinturas.
Como não se emocionar com essas mãos,
dispostas como se fossem súplicas ou acenos feitos a nós por um povo que viveu há nove mil anos?
Um livro muito bom, o Sapiens. O autor já lançou, digamos assim, a sequência da obra : Homo Deus. Eu já baixei em pdf, mas nem sei quando ou se vou ler.
ResponderExcluirNão sei como sairei da leitura desse livro, realmente muito bom mas bastante perturbador para mim.
ExcluirO que no livro, por exemplo e até agora, causou algum espanto e perturbação?
ExcluirLembre-se de que eu sou católico, apesar de minha fé vagabunda. Então, frases como estas me deixaram meio baratinado (“mas vou até o fim”, como disse o Chico):
Excluir“A característica verdadeiramente única da nossa linguagem não é sua capacidade de transmitir informações sobre homens e leões. É a capacidade de transmitir informações sobre coisas que não existem. Até onde sabemos, só os sapiens podem falar sobre tipos e mais tipos de entidades que nunca viram, tocaram ou cheiraram(...) Lendas, mitos, deuses e religiões apareceram pela primeira vez a Revolução Cognitiva.(...) Essa capacidade de falar sobre ficções é a característica mais singular da linguagem dos sapiens(...) Você nunca convencerá um macaco a lhe dar uma banana prometendo a ele bananas ilimitadas após a morte no céu dos macacos(...) E, se você passa horas rezando para espíritos guardiães inexistentes, não está perdendo um tempo precioso(...) Podemos tecer mitos partilhados, tais como a história bíblica da criação(...)”
Agora, entendi. É que, para mim, isso sempre pareceu tão claro e natural que nem me atinei. Mas lembre que ele vai além dos mitos religiosos. Aliás, ele diz que toda a sociedade humana é construída em cima dos mais variados mitos, inclusive o mito do Estado - esse me pegou de calças curtas. O que significa ser brasileiro, ou inglês, ou chinês? Via mito do Estado, lutaríamos lado a lado numa guerra com um canalha só porque ele é brasileiro, daríamos nossa vida para protegê-lo, e ele faria o mesmo por nós. Por outro lado, poderíamos matar um cara muito gente boa, honesto etc, com quem poderíamos, em outro contexto, ter uma bela amizade só porque ele defende a farda de outro país, de outro Estado.
ExcluirÉ um livro que sempre aconselho aos alunos. Até hoje, sei que três leram. Nos atuais dias, considero que estou no lucro.