sexta-feira, 22 de setembro de 2017

MILLÔR NA VEJA - 01/20

Uma mentira repetida mil vezes torna-se verdade”. Creio que o autor desta frase – ou, pelo menos, de seu conceito – foi o nazista Goebbels. Até onde me lembro, em algum momento o Millôr Fernandes pegou esta ideia e a expandiu em períodos de tempo, em um crescendo de importância e densidade. Alguma coisa como “passadosx’ anos transforma-se em norma, mais ‘y’ anos em doutrina, mais ‘z’ anos em dogma, até virar uma religião”.

Essa era a ideia contida em uma frase (ou aforismo) de autoria do Millôr que li há alguns anos. Na época, apesar de achar genial, “acusei o golpe” em minhas crenças religiosas. Como sabem meus dois leitores, tenho uma fé vagabunda e frágil como a chama de uma vela acesa em dia de vento. Por isso mesmo, a crítica ou a defesa da essência do que creio sempre me atraem, viciado que sou em religião. Nunca é demais lembrar que no final da adolescência fui dissuadido por meu irmão do desejo de estudar teologia.

Recentemente, surgiu a vontade de localizar e reler essa frase. Constrange-me um pouco dizer que esse desejo teve motivos menos “nobres”, pois o que eu queria mesmo era provocar meus amigos de Facebook ao publicá-la no meu perfil. Inicialmente, pensei que teria sido publicada na VEJA durante o primeiro período em que fui assinante dessa publicação.

Com esta ideia na cabeça, resolvi pesquisar no acervo digitalizado da revista. Para isso, precisaria saber em qual período o Millôr produziu sua seção semanal. Entrei na internet e descobri que isso aconteceu em dois períodos distintos – com resultados também distintos. O primeiro teve início em 04/12/1968 e encerramento em 08/12/1982. A segunda participação aconteceu no período de 15/09/2004 a 16/09/2009. Ou seja, 14 anos na primeira vez e 5 na segunda, resultando tudo isso em quase mil (!) semanas a pesquisar.

Sem me preocupar com a trabalheira que ia dar, não quis nem saber: meti a cara nessa maluquice, nessa obsessão de gente doida e desocupada. Comecei no início de julho e terminei agora, quase no final de setembro. Resultado alcançado: 988 exemplares escarafunchados, setenta dias gastos na empreitada e resultado gloriosamente igual a zero. Não achei a porra da frase! Mas descobri muita coisa legal, muita cultura inútil, que será revelada a partir do próximo post. Que já está pronto, doido para entrar em campo! 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

ESTRELA DE BELÉM, ESTRELA DE BELÉM!

  Na música “Ouro de Tolo” o Raul Seixas cantou estes versos: “Ah! Mas que sujeito chato sou eu que não acha nada engraçado. Macaco, praia, ...