segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

COMENTANDO AS RECENTES - 024 (PAROLES)

Algumas frases são tão inspiradas que acabam incorporadas ao caldo de cultura pop servido para várias finalidades e em várias ocasiões. O Paulo Francis, por exemplo, é autor dessa ótima frase: “Quando ouço falar em ecologia, saco logo meu talão de cheques”.

Esse primor de cinismo é, na verdade, uma paráfrase de parte de um diálogo do filme “O desprezo”, de Goddard (obrigado, Google!). Nesse filme, um produtor cinematográfico americano, protagonizado por Jack Palance, diz a frase “quando ouço falar de cultura saco logo meu talão de cheques”.

O motivo por estar falando essas abobrinhas é uma notícia que li na internet, que transcrevo a seguir:
“Mal o novo presidente americano, Donald Trump, tomou posse, e a Casa Branca já atualizou o seu site com algumas novidades polêmicas. A seção dedicada às mudanças climáticas, bandeira defendida pelo ex-presidente Barack Obama, por exemplo, foi apagada da página oficial, assim como qualquer menção ao aquecimento global. Também não há mais seções no site sobre direitos civis e público LGBT. As informações são da Agência Ansa.
A nova política deve-se ao fato que o novo ocupante da Casa Branca e boa parte do Partido Republicano minimizam os efeitos causados pelas alterações no clima e a necessidade de se investir na chamada "economia verde". Por outro lado, a página oficial traz algumas das medidas que o magnata promete adotar como novo presidente dos Estados Unidos.”

Não bastasse isso, descobri também que esse "aprendiz de presidente" mandou retirar textos em espanhol do mesmo site. Ou seja, o sujeito é prepotente, insensível, tosco e intolerante, o próprio rei da cocada preta. Parece até que a frase do Paulo Francis foi escrita para ser dita especificamente por ele em algum discurso.


Samuel Johnson foi um escritor e pensador inglês que viveu no século dezoito. Segundo a Wikipédia, foi "poeta, ensaísta, moralista, biógrafo, crítico literário e lexicógrafo". Devia ser mesmo um bam-bam-bam, pois está sepultado na Abadia de Westminster.

Mas a única coisa que me interessa nele é o fato de ser o autor de uma frase muito instigante, que combina muito bem com o estilo Trump (e com um monte de “nacionais”, mas prefiro deixar esse vespeiro intacto – por ora):

"Patriotism is the last refuge of a scoundrel" ou "O patriotismo é o último refúgio do canalha".

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