Podem dizer o que quiserem de mim, podem
condenar minhas convicções, mas o fato concreto é que está cada vez mais
assustador o nível de violência e crueldade que os noticiários trazem. Como
aceitar a transmissão ao vivo da tortura e morte de três jovens na Argentina?
Consegue imaginar o sofrimento e terror da jovem que teve quatro dedos e uma
orelha amputados antes de ser morta? Sinceramente, precisamos repensar o que
fazer com situações como essa.
Para mim, o retorno da regra do olho por olho seria ideal, mas sem crueldade, sem o sentimento de vingança. Já li alguém dizendo que “Quem não dá a vida não tem o direito de tirá-la”. Posso estar enganado, mas esse pensamento tem um viés religioso muito grande. Experimente convencer quem mata ou manda matar de que é assim que deve proceder! Provavelmente alguém rirá na sua cara ou te chamará de retardado.
Em 2015 eu escrevi o que pensava sobre esse tipo de situação. Por preguiça e por não ter mudado minha forma de pensar, transcrevo partes do que publiquei. Antes que alguém me acuse de ter ideias nazistas, quero lembrar que abomino todo tipo de extremismo, seja ele de direita ou de esquerda, que reprovo e condeno comportamentos radicais, fundamentalistas, calcados em racismo ou ideologia ou em religião. Meu desejo, meu sonho é o bem da raça humana, de toda a espécie humana.
Mas existem casos tão escabrosos, existem criminosos tão violentos, que acredito serem eles incompatíveis com a sociedade onde vivem e onde surgiram. Um assassino serial, um homicida sádico, um estuprador recorrente, um sequestrador e um traficante são antíteses do Bem, pessoas que considero incompatíveis, imiscíveis com o resto da sociedade.
Não importa que tenham sido abusados na infância, que tenham passado fome, que nunca tenham conhecido o pai, que nunca tenham podido mudar de vida, que tenham sofrido todo tipo de violência que se noticia nos jornais, que tenham sido "vítimas da sociedade". Nada disso importa. Pelo simples motivo de que certamente existem outras pessoas com o mesmo perfil, mas que nunca se tornaram criminosos.
Eu sou contra a pena de morte. Mas só quando ela é vista e tratada como castigo, como forma de punição. Sou contra a violência, contra a crueldade, contra o sofrimento mental dos condenados. A diferença é que, apesar disso, sou a favor de sua morte, de sua eliminação (extirpação). E a lógica desse raciocínio apresenta-se a seguir.
Uma vez alguém deu de presente para minha mulher o excelente e divertidíssimo livro “Diário de um Cucaracha”, de autoria do Henfil. Para os muito novos que nunca ouviram falar dele, Henfil foi um maravilhoso cartunista, criador do Fradim e outros personagens hilariantes, que morreu em 1988 em consequência da AIDS adquirida através de transfusão de sangue contaminado, pois era hemofílico.
O presente dado à minha Amada era “masculino”, tinha o baratão na capa. Logo de cara, fui incumbido por ela de encapar o livro, pois, de outra forma, não conseguiria sequer encostar a mão nele. Como deu para perceber, minha mulher tem fobia, pavor de barata, não suporta sequer ver uma. Assim, barata em nossa casa é uma intrusa total. A aparição desse inseto provoca uma operação de localização, cerco e extermínio tão intensa, cautelosa e abrangente, que daria até um enredo bacana de filme policial.
Enquanto a barata não é morta e desovada no vaso sanitário, ninguém dorme, ninguém faz mais nada. E todos os lugares por onde ela passou têm de ser desinfetados com álcool. Se tiver vasilha na história, aí fodeu. Tudo é lavado de novo. Parece loucura, paranoia? Pode ser. O fato é que em nossa casa não há nenhuma possibilidade de coabitarmos com a velha e boa periplaneta americana. Quando vejo uma, fixo o olhar nela para não perdê-la, peço que tragam o inseticida spray e “tshiii” nela.
Que eu quero dizer com isso, afinal? Isso: eu não tenho medo de barata, não tenho raiva de barata. Apenas sei que ela e eu não podemos viver na mesma casa. Minha mulher também não sente raiva, sente horror. Por isso, quando uma dessas aparece, o pensamento é um só: “traz o chinelo aí!”
E não deixa de ser risível o fato de que a pena de morte parece estar prevista em nossa Constituição, mas só “em caso de guerra declarada". Sabia? E que “Os crimes que podem levar a essa punição estão descritos no Código Penal Militar, de 1969. Ele prevê ainda que a pena deve ser executada por fuzilamento”.
Para mim, a repressão a crimes violentos não deixa de ser uma guerra, concordam? Se tiver alguma dúvida, lembre-se das notícias que vira e mexe nos chegam do Rio de Janeiro. Por isso, como medida higiênica, profilática, usando o mesmo raciocínio da incompatibilidade de convivência com a barata (ou com o mosquito transmissor da dengue), penso que pessoas como aquelas citadas no início deste texto deveriam ser eliminadas, mortas, extirpadas, visando o bem da sociedade.
Aqueles que são contrários à pena de morte argumentam que a criminalidade não diminui nos lugares onde ela é aceita e aprovada. Pode ser. Eu até acredito nisso. Mas, repito: não vejo isso como punição; vejo como medida profilática. É óbvio que cada caso precisaria ser exaustivamente discutido, estudado, analisado antes de uma decisão. Mas, depois de tomada, deveria ser executada sem direito a recurso, sem raiva, sem vingança, sem sadismo e, se possível, sem sofrimento. Mais ou menos o que acontece com as baratas que tentam entrar em nossa casa. Por isso, não considero retrocesso mudar a legislação para contemplar esses casos. Depois, seria só dizer “Traz a chinela aí!”
Para mim, o retorno da regra do olho por olho seria ideal, mas sem crueldade, sem o sentimento de vingança. Já li alguém dizendo que “Quem não dá a vida não tem o direito de tirá-la”. Posso estar enganado, mas esse pensamento tem um viés religioso muito grande. Experimente convencer quem mata ou manda matar de que é assim que deve proceder! Provavelmente alguém rirá na sua cara ou te chamará de retardado.
Em 2015 eu escrevi o que pensava sobre esse tipo de situação. Por preguiça e por não ter mudado minha forma de pensar, transcrevo partes do que publiquei. Antes que alguém me acuse de ter ideias nazistas, quero lembrar que abomino todo tipo de extremismo, seja ele de direita ou de esquerda, que reprovo e condeno comportamentos radicais, fundamentalistas, calcados em racismo ou ideologia ou em religião. Meu desejo, meu sonho é o bem da raça humana, de toda a espécie humana.
Mas existem casos tão escabrosos, existem criminosos tão violentos, que acredito serem eles incompatíveis com a sociedade onde vivem e onde surgiram. Um assassino serial, um homicida sádico, um estuprador recorrente, um sequestrador e um traficante são antíteses do Bem, pessoas que considero incompatíveis, imiscíveis com o resto da sociedade.
Não importa que tenham sido abusados na infância, que tenham passado fome, que nunca tenham conhecido o pai, que nunca tenham podido mudar de vida, que tenham sofrido todo tipo de violência que se noticia nos jornais, que tenham sido "vítimas da sociedade". Nada disso importa. Pelo simples motivo de que certamente existem outras pessoas com o mesmo perfil, mas que nunca se tornaram criminosos.
Eu sou contra a pena de morte. Mas só quando ela é vista e tratada como castigo, como forma de punição. Sou contra a violência, contra a crueldade, contra o sofrimento mental dos condenados. A diferença é que, apesar disso, sou a favor de sua morte, de sua eliminação (extirpação). E a lógica desse raciocínio apresenta-se a seguir.
Uma vez alguém deu de presente para minha mulher o excelente e divertidíssimo livro “Diário de um Cucaracha”, de autoria do Henfil. Para os muito novos que nunca ouviram falar dele, Henfil foi um maravilhoso cartunista, criador do Fradim e outros personagens hilariantes, que morreu em 1988 em consequência da AIDS adquirida através de transfusão de sangue contaminado, pois era hemofílico.
O presente dado à minha Amada era “masculino”, tinha o baratão na capa. Logo de cara, fui incumbido por ela de encapar o livro, pois, de outra forma, não conseguiria sequer encostar a mão nele. Como deu para perceber, minha mulher tem fobia, pavor de barata, não suporta sequer ver uma. Assim, barata em nossa casa é uma intrusa total. A aparição desse inseto provoca uma operação de localização, cerco e extermínio tão intensa, cautelosa e abrangente, que daria até um enredo bacana de filme policial.
Enquanto a barata não é morta e desovada no vaso sanitário, ninguém dorme, ninguém faz mais nada. E todos os lugares por onde ela passou têm de ser desinfetados com álcool. Se tiver vasilha na história, aí fodeu. Tudo é lavado de novo. Parece loucura, paranoia? Pode ser. O fato é que em nossa casa não há nenhuma possibilidade de coabitarmos com a velha e boa periplaneta americana. Quando vejo uma, fixo o olhar nela para não perdê-la, peço que tragam o inseticida spray e “tshiii” nela.
Que eu quero dizer com isso, afinal? Isso: eu não tenho medo de barata, não tenho raiva de barata. Apenas sei que ela e eu não podemos viver na mesma casa. Minha mulher também não sente raiva, sente horror. Por isso, quando uma dessas aparece, o pensamento é um só: “traz o chinelo aí!”
E não deixa de ser risível o fato de que a pena de morte parece estar prevista em nossa Constituição, mas só “em caso de guerra declarada". Sabia? E que “Os crimes que podem levar a essa punição estão descritos no Código Penal Militar, de 1969. Ele prevê ainda que a pena deve ser executada por fuzilamento”.
Para mim, a repressão a crimes violentos não deixa de ser uma guerra, concordam? Se tiver alguma dúvida, lembre-se das notícias que vira e mexe nos chegam do Rio de Janeiro. Por isso, como medida higiênica, profilática, usando o mesmo raciocínio da incompatibilidade de convivência com a barata (ou com o mosquito transmissor da dengue), penso que pessoas como aquelas citadas no início deste texto deveriam ser eliminadas, mortas, extirpadas, visando o bem da sociedade.
Aqueles que são contrários à pena de morte argumentam que a criminalidade não diminui nos lugares onde ela é aceita e aprovada. Pode ser. Eu até acredito nisso. Mas, repito: não vejo isso como punição; vejo como medida profilática. É óbvio que cada caso precisaria ser exaustivamente discutido, estudado, analisado antes de uma decisão. Mas, depois de tomada, deveria ser executada sem direito a recurso, sem raiva, sem vingança, sem sadismo e, se possível, sem sofrimento. Mais ou menos o que acontece com as baratas que tentam entrar em nossa casa. Por isso, não considero retrocesso mudar a legislação para contemplar esses casos. Depois, seria só dizer “Traz a chinela aí!”
"Não importa que tenham sido abusados na infância, que tenham passado fome, que nunca tenham conhecido o pai, que nunca tenham podido mudar de vida, que tenham sofrido todo tipo de violência que se noticia nos jornais, que tenham sido "vítimas da sociedade". Nada disso importa. Pelo simples motivo de que certamente existem outras pessoas com o mesmo perfil, mas que nunca se tornaram criminosos."
ResponderExcluirO ser humano tem a escolha de não fazer o mal. O mal existe no rico e no pobre, no educado, doutorado, mestrado e também no ignorante, no burro. Levar uma vida difícil ao extremo justifica sim algumas ações ruins, só que o mal é sempre o mal. Não deveria ser naturalizado.
concordo integralmente.
ExcluirO tema da violência é complexo. O mundo é violento desde que é mundo e acho que hoje a violência é bem menor, por exemplo, do que na Idade Antiga. Os casos citados eu concordo que não podem viver em sociedade, talvez uma prisão perpétua fosse mais justa do que a pena de morte. Mas veja que o partido que hora nos governa, é contra o "encarceramento" e por eles, bandidos devem ter todos os direitos humanos ao seu favor. A vítima? Ora, já tá morta, pra que direitos humanos pra ela?
ResponderExcluirNão creio que o "partido do momento" seja o problema. Na Câmara a "oposição" é maioria. Experimente lançar esse assunto para discussão! De cara, os evangélicos e os muito católicos já seriam contra. Ninguém quer segurar essa bandeira, Enquanto isso os tribunais do crime e a banalização da morte por dá cá uma palha nadam de braçada.
ExcluirEsqueci de citar os feminicidas, os maridos e namorados que rejeitam a separação.
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