quarta-feira, 31 de outubro de 2018

INSIDE OF ME

Esta “coisa” surgiu a partir de recordações mais ou menos dolorosas, baixa autoestima transitória e um pouco de melancolia. Imaginei fazer uma lista de algumas palavras com o prefixo de negação “in”, em ordem decrescente de tamanho, até terminar apenas no próprio prefixo. Seria a junção de sentimentos interiores - um verdadeiro insight - e um trocadilho com a palavra inglesa “in”. Só que não deu certo, pois descobri que “in” traduz-se para “em”. Aí precisei usar a palavra “inside”. E terminei com “insight”. O resultado ficou tão esquisito que, de vergonha, optei por considerá-lo apenas uma imagem, indexada na seção “Eu não sei desenhar”.




segunda-feira, 29 de outubro de 2018

THE DAY AFTER

ACIMA DE TUDO
Considerando que o Brasil é um país laico, acredito que o slogan do candidato Bolsonaro (“Brasil acima de tudo, Deus acima de todos”) poderia ser modificado, para transformar-se no slogan do presidente eleito Bolsonaro.
Em respeito não só à religião e crenças dos cristãos católicos e não católicos, mas também às religiões e crenças dos espíritas, umbandistas, budistas, hinduístas, cientologistas, islâmicos, judeus, animistas, neopaganistas, seguidores da fé Bahá’i ou do candomblé e ainda à descrença de agnósticos e ateus, o slogan ficaria melhor assim:
BRASIL ACIMA DE TUDO, BRASILEIROS ACIMA DO BRASIL.
Porque o que realmente importa não é um “quintal circundado por cercas embandeiradas”, na feliz imagem de Raul Seixas/ Paulo Coelho, não é um país, mas o povo que nele vive. (só pra lembrar, eu sou católico praticante – apesar do livro “Sapiens”).


URBANIDADE
Eu era um jovem adulto quando vi pela última vez um comportamento que sempre achava bacana: eu e um senhor idoso de paletó, chapéu e aparência humilde caminhávamos pela mesma calçada, mas em sentidos opostos. Ao passar por mim, levantou ligeiramente o chapéu em uma discreta mesura e disse “Bom dia”. Nunca me esqueci da beleza contida daquele gesto antes tão comum!
Não precisamos mais usar chapéu, mas, a partir de agora, precisamos reaprender – e praticar – o significado de Civilidade. Em outras palavras, Educação, Respeito ao próximo, Cortesia, Gentileza, Polidez, Urbanidade.

sexta-feira, 26 de outubro de 2018

GUERRA DE TRINCHEIRAS

Observando o comportamento e reações dos partidários desse ou daquele candidato a presidente nas redes sociais e, mais especificamente no Facebook, tive a nítida sensação de tratar-se de um confronto de torcidas organizadas ou mesmo de uma guerra de trincheiras, daquelas que foram travadas na guerra de 1914-1918. Pelo que sei, os soldados ficavam enfurnados naquelas valas por longo período, trocando tiros com o inimigo, sem que isso resultasse em grande coisa. Sofria-se muito, mas ninguém mudava de lado, ninguém se rendia.

Guardadas as devidas proporções, quase a mesma coisa acontece hoje entre bolsonaristas e petistas. Trocam-se insultos, acusações, fake news, textos em mau português, intolerância, medo e ódio, mas nada disso convence alguém a mudar seu voto. E fica aquela aporrinhação mútua o tempo todo. Nos últimos tempos tem mais fake news compartilhada circulando na internet que correntes de orações ou imagens de bichinhos fofinhos. É mole?


quinta-feira, 25 de outubro de 2018

REHAB


Prevendo uma necessária desintoxicação de alguns amigos a partir do dia 29/10, sugiro as seguintes atividades para a “rehab” dos mais necessitados:

- Passar a limpo as receitas que estão no caderno da vovó (titia, mamãe, priminha, Margie Simpson, etc.);

- Fazer uma pequena biografia da cantora Annita, comparando sua música com o samba partido alto (ou bossa nova ou jazz ou choro ou jongo, etc.);

- Assistir as últimas gravações d’A Fazenda e elaborar um bolão sobre quem ganhará;

- Tentar criar um produto novo, tipo “sorveja” (cerveja à base de sorvete) ou “cervete” (sorvete à base de cerveja). Se der certo, arranjar alguém que queira investir no negócio;

- Cantar aquela música de fim de ano da Globo: “Hoje é um novo dia, um novo tempo”, etc., etc.  (se quiser, pode substituir pela música “Vai passar”, do Chico Buarque).

Se nada disso der certo e a dor de corno continuar, o negócio é encher a cara (mesmo que seja segunda-feira).

O BRASILEIRO É CORDIAL - 02 (FINAL)

Com estas frases extraídas do meu perfil de Facebook encerro minha aporrinhação aos "amigos" dessa rede social. Se eles não se cansaram, eu, pelo menos, fiquei de saco cheio. Pensei em mais algumas frases para cutucar o bom mocismo do pessoal, mas não tive paciência de postá-las na rede nem vontade de registrá-las no blog, pois são muito, muito sem graça. Além do mais, esgotei as "opções de padronagem" oferecidas pelo Facebook (bem ridículas e infantis, para dizer o mínimo).

 

AFINAL, O BRASILEIRO É CORDIAL?


Nos últimos tempos tenho me divertido em postar frases provocativas no Facebook, só para espicaçar ou provocar meus 127 “amigos de Facebook”. Essas postagens sempre começaram com a frase “O brasileiro é cordial!”, seguida de um comentário pessoal, não necessariamente motivado por alguma notícia recente. E a razão de ter feito isso reside no fato de que a defesa de candidaturas e posições políticas tem gerado uma histeria tão grande e reações tão explosivas que acabo pensando que essa propalada crença na cordialidade do brasileiro pode ser apenas um equívoco, ou, no mínimo, um pouco de "ufanismo social".

Apesar disso, pude contar com a cordialidade de meus amigos, pois nunca fui agredido por nenhum deles, talvez por levar tudo na brincadeira, na ironia e gozação. Cutuquei petistas e bolsonaristas sem nenhum problema, pela simples vontade de tentar provocar o riso e desarmar os espíritos. Talvez tenha sido considerado inconveniente ou chato pra caramba, o "mala da internet", pois não me posiciono claramente. Meu negócio sempre foi tentar mostrar que "o rei está nu" (qualquer “rei”).

 Mas percebi uma coisa preocupante e verdadeira: muitas "amizades" foram abaladas ou desfeitas justamente pelos envolvidos não suportarem ver seus "amigos" com opiniões e crenças antagônicas às suas. Isso é realmente triste, pois, para mim, indica também uma visão estreita da vida. Essa visão estreita é que leva à violência verbal e, às vezes, até à física. Por isso mesmo é que me surpreendi ao ver que pessoas tão gentis e amistosas no dia a dia tenham se mostrado como se fossem ogros (ou ogras). Nesses casos, achei uma solução provisória, que durará só até o dia da eleição do segundo turno: deixei de seguir os mais chatos e exaltados, independente de suas escolhas eleitorais.

Tenho certeza (por já ter sido cobrado por isso) que alguns estranham minha “neutralidade”, pois porto-me como se fosse só um espectador. Mas o que vejo, leio ou fico sabendo às vezes me deixa arrepiado, tal o espanto que me causam as fake news. Mas, se fosse "só" isso, dava para suportar um pouco. O que realmente me surpreende são os comentários de pessoas que eu julgaria as mais equilibradas e tranquilas, gente que posta fotos de bichinhos fofinhos, flores e orações. O que vejo são pessoas “cordiais” distribuindo "voadoras” do pescoço para cima, verdadeiros golpes (virtuais) de MMA, tão grande é a agressividade que expressam.

Quando criança, quase feri meu pé ao pisar despreocupadamente em um monte de serragem já quase totalmente queimada, mas ainda fumegante. Mal comparando, hoje eu percebo que muitas pessoas são como essa serragem queimando “inofensivamente”. Por cima, ficam as cinzas e uma fumacinha saindo. Mas não queira bulir nesse monte, pois em baixo há brasa e fogo.

Talvez as redes sociais liberem comportamentos e reações que no mundo real (não virtual) as pessoas se preocupem em controlar ou não exibir. Ou seja, paixão em estado puro, como se fosse uma guerra de torcidas enlouquecidas. Por isso mesmo, eu tenho feito brincadeiras e ironias com essa frase tão simpática. E, se querem saber minha resposta à pergunta "o brasileiro é cordial?", a resposta é "Não". Mesmo que aparente ser.

segunda-feira, 22 de outubro de 2018

TEXTO FORA DE CONTEXTO

Hoje em dia (talvez tenha sido sempre assim) as pessoas aparentam ter preguiça de ler textos com mais de quatro frases. Deve ser esse o motivo dos posts publicados nas redes sociais geralmente vir acompanhados de imagens e com a primeira frase em destaque. A partir daí, o que rola é só interpretação.

Por isso, resolvi fazer uma experiência (duas, na verdade): busquei na internet frases com origens e datas distintas sobre determinado tema, interliguei tudo e tirei uma conclusão. Só falta agora dar destaque à conclusão, arranjar uma boa imagem e publicar no Facebook. Creio que fará o maior sucesso.


BREJA (CERVA)
- Cresce o consumo de cerveja artesanal no Brasil
- Com 15 cervejarias artesanais, Grande BH se consolida como o 'cinturão da cevada' em MG
- Trump questiona influência do homem em mudanças climáticas ao visitar áreas varridas por furacão
- Amantes de cerveja vão enfrentar escassez com mudanças climáticas, diz estudo

Conclusão possível: o presidente dos EUA é a maior ameaça ao polo cervejeiro de BH. Ah, Trumpalhão!


BOZO (COISO)
- Bolsonaro:meus filhos foram muito bem educados
- Em vídeo, filho de Bolsonaro diz que para fechar o STF basta 'um soldado e um cabo'
- Bolsonaro reprova fala de filho: "Se propôs fechar STF, precisa de psiquiatra"
- Le Monde: ódio ao PT impulsiona extrema-direita no Brasil

Conclusão possível: o PT é a maior ameaça à democracia brasileira. Ah, PT filhadaputa!






domingo, 21 de outubro de 2018

O BRASILEIRO É CORDIAL - 01


O brasileiro é cordial”. Essa belezura de frase foi criada pelo historiador Sérgio Buarque de Holanda, também conhecido como “pai do Chico Buarque” (tal como ele mesmo se definiu uma vez). Mesmo que tenha sido criada em outro contexto, o fato é que parece slogan publicitário, de tão boa que é. Por isso mesmo, resolvi utilizá-la neste período eleitoral para introduzir comentários “tweet” que venho fazendo no Facebook a propósito de coisas que leio na grande mídia ou nos posts e comentários de “amigos” e amigos de amigos. Afinal, eu sou o “mala da internet”. Em outras palavras: você discorda de alguma coisa? Só por isso eu vou concordar. E vice versa.

A ideia de fazer frases curtas é para aproveitar o destaque que essa rede proporciona, não só pelas letras maiores como pelas padronagens (meio bizarras) disponíveis. Não há alvo pré-determinado, só o desejo de ironizar as verdades estabelecidas, o moralismo (seja ele falso ou verdadeiro) e o destempero verbal dos mais “entusiasmados”. Coisa de gente mala. Como estava meio sem assunto, resolvi postar no blog um lote dessas frases tal como sairam no Facebook. A ordem de postagem na rede é inversa. A primeira delas é uma referência à facada que o Bolsonaro recebeu. São fraquinhas, eu sei, mas são minhas.





quarta-feira, 17 de outubro de 2018

AO COMPRADOR, AS BATATAS


Vou usar uma palavra da moda: “icônica”. Algumas manifestações artísticas são tão icônicas que inspiram novas abordagens e releituras, até mesmo em desenhos animados. Um episódio dos Simpsons recriou a cena final do filme “Dr. Strangelove or: How I Learned to Stop Worrying and Love the Bomb”, em que um piloto texano de bombardeiro – que tem como missão jogar uma bomba atômica sobre a Rússia –, desce montado nela, de chapelão na mão, como se estivesse em um rodeio. O filme, estrelado por Peter Sellers, é hilariante. Essa mesma cena foi reproduzida nos Simpsons, mas quem monta a bomba é o Hommer.

A manifestação mais recente aconteceu com uma obra do grafiteiro misterioso Banksy, tornada icônica por se autodestruir depois de ser vendida em leilão por uma grana respeitabilíssima. A compradora, demonstrando seu tino comercial, disse que ficaria com ela assim mesmo.  Provavelmente a obra irá se valorizando cada vez mais. E foi aí que entrou um francês supercriativo (fiquei com inveja!) e fez sua releitura super irônica. Achei tão bacana que resolvi postá-la no Blogson, um blog que tem especial apreço por releituras. Olhaí.



segunda-feira, 15 de outubro de 2018

AOS MESTRES, COM CARINHO (DE NOVO)


Duas professoras e um professor marcaram minha vida de forma especial. A primeira mestra que eu tive chamava-se Maria Afra de Oliveira. Passados sessenta anos, de quase nada me recordo, mas é como uma antiga propaganda: “a primeira professora a gente nunca esquece”.

O segundo mestre de quem lembro com carinho foi um professor da faculdade. Chamava-se Jayme Ferreira da Silva Junior. Era brilhante, irascível e fazia questão de dizer que seu nome era “Jáime” e não “Jâime”. Infelizmente, não pude aproveitar por muito tempo seu conhecimento profundo e sua didática perfeita, pois resolveu “partir antes do combinado”, ao deixar um bilhete em que dizia apenas “Perdoem-me”.

A terceira e mais importante personagem desse trio é uma professora que nunca deu aula para mim, mas ensinou-me (e até hoje ensina) a ser uma pessoa melhor. É a ela, minha lynda mulher, que eu presto minha homenagem; e é através dela que eu homenageio no “Dia do Professor” aos professores (não todos, diga-se) que dignificam essa profissão em um país tão carente de educação de qualidade.

sábado, 13 de outubro de 2018

SABE, SOBRINHO?

Sabe, Sobrinho? Eu nunca me senti de Direita e, menos ainda, de Esquerda. Sempre me vi de Centro - às vezes Centro-esquerda, às vezes Centro-direita. Mas, jamais, a favor dos extremos. Obviamente, nunca fui a favor do que é conhecido como “Centrão”, pois sou a favor apenas da moderação e do equilíbrio, jamais da corrupção e do fisiologismo. Por isso mesmo, sempre votei no PSDB. E fiquei profundamente decepcionado com o Aécio. Mas nunca reconheci a superioridade intelectual, moral ou ética com que a Esquerda gosta de se auto-adesivar. O inverso disso também é verdade.

A Esquerda (ou Direita) não é superior à Direita (ou Esquerda). Não existe essa bobagem! O que existe é exatamente isso: visões de mundo, soluções diferentes. Por isso, quando vejo políticos como o Lindbergh ou Jean Wyllys falar em “ignorância política” dos que não comungam com sua visão de mundo eu até espumo de raiva.

Eu creio e sou a favor do capitalismo e da democracia, eles creem no socialismo. Mas todas as pessoas decentes, de bom senso e minimamente inteligentes desejam o progresso do país e a melhoria de vida dos mais vulneráveis, independente dessa ou daquela ideologia. Eu trabalhei um tempo na Urbel, responsável por obras em vilas e favelas. Tive a oportunidade de visitar várias favelas onde as condições de vida e miserabilidade são inacreditáveis. E isso me tornou melhor como pessoa. Mesmo assim, continuei a acreditar que não existem soluções fáceis e rápidas para os problemas deste país idiota. Usando um clichê, “não existe almoço grátis”.

E por que estou dizendo isso? Eu li o texto da Associação dos Docentes da Unesp – Adunesp que você compartilhou e gostaria de comentar duas coisas rapidamente, pois há dois temas que estão em desacordo com minha maneira de pensar. “a bordo de um golpe jurídico-parlamentar, seguiu-se uma escalada de severos ataques contra os direitos sociais e trabalhistas da população, como pudemos ver com a aprovação da PEC do teto de gastos, da reforma trabalhista, da terceirização irrestrita, da reforma do ensino médio, da entrega das reservas do pré-sal, entre outros.” Eu sou a favor de tudo isso!

Lembrando, “não existe almoço grátis” em nenhuma parte do mundo. Quando o líder chinês Mao Tse Tung morreu (depois de provocar a morte por fome de milhões de pessoas por políticas equivocadas e desastradas), seu sucessor Deng Hsiao Ping declarou que “enriquecer é glorioso”. O que se viu depois disso foi a transformação progressiva da China em potência mundial (claro, com muita corrupção também, o que é lamentável).

A segunda parte que selecionei do texto vem com isso: “O que corremos o risco de presenciar, após as eleições deste ano, é não só o aprofundamento destas medidas, como também a banalização e a naturalização de graves ofensas aos direitos humanos, como a tortura, o racismo, a misoginia, a homofobia e outros”.

Como se vê, trata do que eu chamo de “questões periféricas” (embora cruciais, importantíssimas), pois não farão o Brasil andar economicamente, mesmo que sejam deploráveis e combustível certo da histeria atual de lado a lado.

E aí eu preciso esclarecer: sou radicalmente contra o racismo, contra a homofobia, contra a misoginia, contra a ditadura, contra a tortura e a favor da liberação do aborto. Mas, repito, embora imprescindíveis para a melhoria do processo civilizatório do país, são questões periféricas para o progresso econômico do Brasil.

Para finalizar, queria dizer de minha impressão sobre as pessoas que aceitam ou desejam fazer parte do comando de qualquer associação, sindicato ou categoria: todas (ou quase todas) aparentam ter sempre uma visão mais “social”. Talvez seja esse o motivo de tantas lideranças de esquerda ter vindo de sindicatos, DAs, DCEs etc. E talvez seja essa a explicação para a linha de raciocínio exposta no texto que você compartilhou.

Sou contra o Bozó não só pelo apreço que tem pelas “questões periféricas” mais odiosas, mas, principalmente, por parecer não ter rumo nenhum nem condições intelectuais de fazer o país andar. Por outro lado, sou contra o Fantoche por ele ser a favor da revogação da PEC do teto de gastos e por ter por trás de si radicalíssimos como a Gleisi Hoffmann, Franklin Martins “et caterva”. Ser contra o teto de gastos me faz pensar em uma família que rola suas despesas em milhares de cartões de crédito, afundando-se cada vez mais.

Por isso tudo que escrevi, permito-me a ironia de pensar que estou como que na arena do Coliseu romano, esperando para ver se é um tigre ou um leão que me estraçalhará. Ou ainda, como sendo obrigado a fazer uma "escolha de sofismas".

Talvez essas comparações sejam absurdamente desiguais (e são mesmo!), mas as utilizei só para demonstrar minha perplexidade e tristeza pela situação limite a que chegamos. Sei que você - que sempre odiou o PT - votará no Haddad, mas quis compartilhar com você este comentário. Porque, pela primeira vez na vida votarei em branco. E isso é triste demais. Abração.

  

segunda-feira, 8 de outubro de 2018

VAE VICTIS


VAE VICTIS
Não é bonito tripudiar sobre os derrotados (tripudiar = zombar; escarnecer; humilhar; desrespeitar; menosprezar). Ou, segundo a sabedoria popular, “chutar cachorro morto”. No caso de cachorro, há o risco adicional de o chute pegar na “boca escancarada cheia de dentes”, mas isso é outra história (ou música).

Mesmo nunca tendo me candidatado a nada, já perdi inúmeras vezes, fui derrotado e humilhado outro tanto, sofri bullying a vida inteira (também, com um sobrenome tão “sonoro”, queria o quê?). Por isso, não consigo deixar de me compadecer pelos candidatos derrotados, especialmente os que não conseguiram se reeleger ou aqueles que “sofreram gol no final do segundo tempo”. Não é mole a sensação de boca amarga pela derrota imprevista, pela perda inapelável.

Mesmo assim, mesmo me compadecendo "no atacado" (sinceramente), não pude deixar de sentir uma grande alegria varejista ao ver que algumas figuras de proa da política nacional foram postas a pique nestas eleições (este foi um comentário meio naval). Lamentei tanto a não reeleição do senador Cristovam Buarque e do maluco-beleza Eduardo Suplicy como a reeleição do Renan Calheiros, da Gleisi Hoffmann e do Aécio Neves, mas tive espasmos de prazer (isto ficou meio esquisito!) com a derrota de outras figurinhas manjadas.

Melhor dar logo nome aos bois, ou melhor, a esses boys & girls: Beto Richa, Cesar Maia, Dilma Roussef, Edison Lobão, Eunício Oliveira, Fernando Pimentel, José Sarney Filho, Roberto Requião, Roseana Sarney, Vanessa Grazziotim e, acima dos demais, Lindbergh Farias e Romero Jucá. Issa!

Mas não posso me esquecer dos pimpolhos do Sérgio Cabral, Marcelo Crivella, Eduardo Cunha e do irmão do "Geddel 40 milhões". Bom demais! Como teria dito um chefe bárbaro no século IV A.C. (cultura inútil também é cultura): “Vae victis”, que em linguagem de gente significa “ai dos vencidos”. Mas chutar cachorro morto não, ainda mais se for com pé descalço.


ALMOÇO GRÁTIS
Hoje, no “day after” do primeiro turno das eleições de 2018, acordei com uma sensação estranha – percebi que continuo envelhecendo um dia a cada dia que passa, que minhas contas continuam a vencer religiosamente e que (desculpem o clichê) “não há almoço grátis” para ninguém. Ou seja, no geral, nada mudou significativamente, nem para mim nem para o país. Por isso, o próximo presidente eleito seja ele um “salvador da pátria” ou não - e qualquer que seja a cor, estampa ou slogan de sua camisa -, precisará ralar muito para que este país respire melhor.



sexta-feira, 5 de outubro de 2018

PÃO DE FEL


- Quer um pouco de doce de coco?

- Não.

- Está gostoso! Se quiser, coloco pra você.

- Não, obrigado.

- Comprei um pacote de balas. Quer uma?

- Não.

- Olha aqui, já está até desembrulhada...

- Não, obrigado.

- Sou louca por pão de mel. Também comprei um pacote.

- ...

- Quer um?

- Não.

- Você adora pão de mel. Por que não quer?

- Quero que minha boca fique com o sabor amargo que você provocou.

quinta-feira, 4 de outubro de 2018

PESQUISA


- Amor, você me ama?

- Amo.

- Mesmo?

- Claro!

- Muito ou pouco?

- Muito.

- “Muito” ou “Muuuito”?

- Muuuito!

- Qual a margem de erro desse “Muuuito”?

- IDIOTA!!!!!!!!


LEMBRANÇAS DO PÂNTANO - ÚLTIMA PARTE

Como disse anteriormente, ao longo do período eleitoral fui postando frases e textos curtos no Facebook, "gracinhas JB" geralmente provocadas por besteiras ainda maiores - ditas com toda seriedade ou compartilhadas por meus "amigos de Facebook".

Minha ideia era - ou parecia ser - descontrair e desarmar os espíritos exaltadíssimos. Refletindo sobre isso, percebi que sempre houve uma tentativa não de acalmar, mas de provocar os "amigos", comportamento de gente chata, desagradável. O sujeito dizia "A" e eu jogava um "B" de volta, pelo simples prazer de provocar, de polemizar. Por isso mesmo, em uma "mea culpa" recente, defini-me de forma sincera como o "mala da internet". Sem alça, obviamente.

Talvez fosse melhor, mais adequado se eu tivesse dito estar dentro de uma mala, carregando comigo toda a melancolia e cansaço de viver que tenho sentido, como se eu estivesse gritando virtualmente "apesar de tudo, apesar dos meus erros, minhas culpas, minhas fraquezas e defeitos, me amem, não me ignorem, não deixem de me amar!", atitude de "menino criado com vó", como diz meu filho. Provavelmente ririam de mim, mas não "curtiriam" nada. Essas provocações idiotas, esse "senso de humor" inexistente resultaram nesta série que termina hoje. Ainda bem.


02/10
Venha você também para o MSR - Movimento dos Sem Radicalismo!


02/10
As pessoas têm andado tão tensas, tão tensas que tudo vira discussão, de tão armadas que estão. Acho até que nem precisa mais liberar o porte de arma...


02/10
AH, ESSA POLARIZAÇÃO...

A polarização está tão braba que depois do dia 28/10 os honorários de psicoterapeuta vão aumentar. Para terapia de casais, então, vai faltar horário!

A polarização está tão braba que depois do dia 28/10, velório vai ser mais animado que happy hour!

A polarização está tão braba que depois do dia 28/10, na hora de soprar as velinhas em festa de aniversário, alguém já perguntará:
- Parabéns, por quê?


01/10
A reforma do ensino médio também deveria ter previsto o uso obrigatório do corretor ortográfico!
(a propósito dos comentários inflamados e cheios de erros de português sobre as eleições)




Na esperança de conseguir sensibilizar os eleitores, alguns candidatos apelaram para nomes bizarros ou francamente idiotas. Às vezes eu penso que deveria ter-me candidatado também. Nem precisaria inventar nada. Claro que usaria meu nome real! Até imagino o slogan (um deles): 
"Botelho Pinto para senador. Muuuito prazer!!!

Mas, se isso vale para candidatos a deputado e senador, por que não valeria também para os presidenciáveis? Aí resolvi deixar minhas sugestões para alguns deles (acho que não dá mais tempo). Olhaí:

Cabo Daciolo – Pelo que fez, diz ou crê, há duas opções: BABO DACIOLO ou JEJUNO;

Ciro Gomes – pelo jeitão aloprado e auto-desmentido desse cabra, acho que ficaria bacana “butar” na urna o nome de CIRO GOMEZ (da Família Addams). Mas, por seu jeitão truculento e destemperado, talvez ficasse melhor colocar CANGACIRO GOMES;

Fernando Haddad – graças a um provável acesso de megalomania, demorou tanto para o Lulinha aceitar que não é candidato, que quando colocarem o nome do seu ex-vice na urna eletrônica, corre o risco de aparecer FERNANDO ADIADO;

Geraldo Alckmin – parece que só com poção mágica o Chuchu (que meigo!) chega ao segundo turno. Nesse caso, o nome certo seria GERALDO ALQUIMIA;

Jair Bolsonaro – Bom, esse aí eu gostaria de ver usando um apelido que não fui eu que criei, mas que combina bem: JAIR BOÇALNARO;

João Amoêdo – Em homenagem à fortuna (muita grana!) declarada pelo novo candidato (boa essa!), seria chique adotar JOÃO, A MOEDA!

Henrique Meirelles – Na mesma linha, poderiam adotar É RICO O MEIRELLES!




terça-feira, 2 de outubro de 2018

REST IN PEACE


- Estou pensando em me atualizar musicalmente...

- Para quem ainda está na época da polca, do minueto, essa é uma boa ideia!

- Eu mereço... Tô falando sério, mano!

- Pra começar, é ridículo um sujeito com a sua idade falar “mano”.

- Se você não é antenado na linguagem atual, eu sou!

- Tá bom, “borother”! Fale-me então da sua “atualização musical”.

- Ah, sei lá, quero ouvir mais o que está sendo feito hoje, pois estou ficando muito sem assunto.

- E o que você pensa ouvir mais? Marchinha? Fox-trot? Jongo?

- Você é mesmo um pé no saco! Estou pensando em ouvir rap, porra!

- Rap? Rhyme And Poetry?

- Yes!

- Acho melhor não.

- Posso saber por que não?

- Você está mais para R.I.P que para R.A.P. Por isso, sugiro música de velório

- Filho da puta!

segunda-feira, 1 de outubro de 2018

LEMBRANÇAS DO PÂNTANO - 05


29/09
Já que o Haddad não passa mesmo de um laranja, acho que ele deveria fazer campanha é para o Partido Novo.


28/09
Coisa mais linda de se ver é a integridade moral dos candidatos que não passarão para o segundo turno.


28/09


28/09



27/09


27/09



27/09
“O rumor é a mais veloz das pragas malignas” (Virgílio)
Isso me fez pensar nas eleições...

HÁ... - CARLOS GROPEN


Carlos Gropen foi um jornalista em BH. Foi também comentarista econômico em uma TV local, radialista e dono de delikatessen, entre outras coisas. No jornal “O Estado de Minas” assinava a coluna "De bar em bar", onde falava sobre vinhos, etc. Em algum momento que não sei precisar, uma senhora da sociedade mineira cometeu suicídio. No dia seguinte ele publicou um belo texto sobre isso. Minha mulher ficou tão comovida que o recortou e guardou. Ontem ela o reencontrou entre seus guardados. São dela estas palavras: "Acho que é o texto mais que perfeito para quem tem ou está com depressão".

Aí resolvi publicá-lo no Blogson. O texto começa com a transcrição da letra da música "Essa Noite Não", composta pelo Lobão (aquela que diz que "a maior expressão da angústia pode ser a depressão, algo que você pressente. Indefinível. Mas não tente se matar, pelo menos essa noite não"). E continua assim:

"(...) o poeta Lobão devia ter seu recado mais lido pelas pessoas que se deixam levar pela angústia de um momento só, que passa, vai passar, uma "dorangústia” inexplicável que leva à boca o veneno e põe na mão o revólver.
Porque passa, porque vai passar, por mais intensa que seja a aflição, por maior que seja a solidão. Passa, vai passar. Procure sair, procure se desatar, procure se livrar de todo o amargor. Busque alguém para junto, de si, saia ao encontro de um amigo, telefone, fale ouça, respire fundo, mais fundo; feche os olhos e persiga os sonhos bons, não importa o jeito que tenham, trata-se de encontrar os seus sonhos bons.
Há quem ouça,
há quem entenda
há quem ame,
há quem acompanhe,
há quem fique,
há quem aconchegue,
há quem dê a mão.
Amanhã, depois de amanhã, logo, logo, vão sintetizar a serotonina, identificar a composição eletroquímica ideal, e tudo vai se resolver com alguns gramas de substâncias neuroquímicas, nada mais que isso.
Por enquanto, pessoa, não fuja para esconderijo nenhum que não permita a volta. Por enquanto, pessoa, pense na grande falta que você vai fazer se partir definitivamente.
É sempre muito cedo.
Há flores mais adiante. Há mistérios esperando quem os desvende.
Pense que você é parte do todo.
É o que, vale.
A vida é que vale
Nem que pequena a vontade,
Nem que parco o esforço,
Nem que ausente o amor maior.
Anoitece, sim
Mas sempre amanhece".

Carlos Gropen morreu de câncer em 2012.


MARCADORES DE UMA ÉPOCA - 4