Esta “coisa”
surgiu a partir de recordações mais ou menos dolorosas, baixa autoestima transitória
e um pouco de melancolia. Imaginei fazer uma lista de algumas palavras com o
prefixo de negação “in”, em ordem decrescente de tamanho, até terminar apenas no
próprio prefixo. Seria a junção de sentimentos interiores - um verdadeiro insight - e um trocadilho com a palavra
inglesa “in”. Só que não deu certo,
pois descobri que “in” traduz-se para
“em”. Aí precisei usar a palavra “inside”. E terminei com “insight”. O resultado ficou tão
esquisito que, de vergonha, optei por considerá-lo apenas uma imagem, indexada
na seção “Eu não sei desenhar”.
quarta-feira, 31 de outubro de 2018
segunda-feira, 29 de outubro de 2018
THE DAY AFTER
ACIMA DE TUDO
Considerando que o Brasil é um país laico,
acredito que o slogan do candidato
Bolsonaro (“Brasil acima de tudo, Deus
acima de todos”) poderia ser modificado, para transformar-se no slogan do presidente eleito Bolsonaro.
Em respeito não só à religião e crenças dos cristãos
católicos e não católicos, mas também às religiões e crenças dos espíritas,
umbandistas, budistas, hinduístas, cientologistas, islâmicos, judeus,
animistas, neopaganistas, seguidores da fé Bahá’i ou do candomblé e ainda à
descrença de agnósticos e ateus, o slogan ficaria melhor assim:
BRASIL
ACIMA DE TUDO, BRASILEIROS ACIMA DO BRASIL.
Porque o que realmente importa não é um “quintal circundado por cercas embandeiradas”,
na feliz imagem de Raul Seixas/ Paulo Coelho, não é um país, mas o povo que
nele vive. (só pra lembrar, eu sou católico praticante – apesar do livro “Sapiens”).
URBANIDADE
Eu era um jovem adulto quando vi pela última vez
um comportamento que sempre achava bacana: eu e um senhor idoso de paletó,
chapéu e aparência humilde caminhávamos pela mesma calçada, mas em sentidos
opostos. Ao passar por mim, levantou ligeiramente o chapéu em uma discreta
mesura e disse “Bom dia”. Nunca me
esqueci da beleza contida daquele gesto antes tão comum!
Não precisamos mais usar chapéu, mas, a
partir de agora, precisamos reaprender – e praticar – o significado de Civilidade. Em outras palavras, Educação, Respeito ao próximo, Cortesia,
Gentileza, Polidez, Urbanidade.
sexta-feira, 26 de outubro de 2018
GUERRA DE TRINCHEIRAS
Observando o comportamento e reações dos partidários
desse ou daquele candidato a presidente nas redes sociais e, mais especificamente
no Facebook, tive a nítida sensação de tratar-se de um confronto de torcidas
organizadas ou mesmo de uma guerra de trincheiras, daquelas que foram travadas
na guerra de 1914-1918. Pelo que sei, os soldados ficavam enfurnados naquelas valas
por longo período, trocando tiros com o inimigo, sem que isso resultasse em
grande coisa. Sofria-se muito, mas ninguém mudava de lado, ninguém se rendia.
Guardadas as devidas proporções, quase a mesma
coisa acontece hoje entre bolsonaristas e petistas. Trocam-se insultos,
acusações, fake news, textos em mau português, intolerância, medo e ódio, mas
nada disso convence alguém a mudar seu voto. E fica aquela aporrinhação mútua o
tempo todo. Nos últimos tempos tem mais fake news compartilhada circulando na
internet que correntes de orações ou imagens de bichinhos fofinhos. É mole?
quinta-feira, 25 de outubro de 2018
REHAB
Prevendo uma necessária desintoxicação de
alguns amigos a partir do dia 29/10, sugiro as seguintes atividades para a “rehab” dos mais necessitados:
- Passar a limpo as receitas que estão no
caderno da vovó (titia, mamãe, priminha, Margie
Simpson, etc.);
- Fazer uma pequena biografia da cantora Annita,
comparando sua música com o samba partido alto (ou bossa nova ou jazz ou choro
ou jongo, etc.);
- Assistir as últimas gravações d’A Fazenda e elaborar um bolão sobre quem
ganhará;
- Tentar criar um produto novo, tipo “sorveja”
(cerveja à base de sorvete) ou “cervete” (sorvete à base de cerveja). Se der
certo, arranjar alguém que queira investir no negócio;
- Cantar aquela música de fim de ano da Globo:
“Hoje é um novo dia, um novo tempo”,
etc., etc. (se quiser, pode substituir
pela música “Vai passar”, do Chico
Buarque).
Se nada disso der certo e a dor de corno
continuar, o negócio é encher a cara (mesmo que seja segunda-feira).
O BRASILEIRO É CORDIAL - 02 (FINAL)
Com estas frases extraídas do meu perfil de
Facebook encerro minha aporrinhação aos "amigos" dessa rede social.
Se eles não se cansaram, eu, pelo menos, fiquei de saco cheio. Pensei em mais
algumas frases para cutucar o bom mocismo do pessoal, mas não tive paciência de
postá-las na rede nem vontade de registrá-las no blog, pois são muito, muito
sem graça. Além do mais, esgotei as "opções de padronagem" oferecidas
pelo Facebook (bem ridículas e infantis, para dizer o mínimo).
AFINAL, O BRASILEIRO É CORDIAL?
Nos últimos tempos tenho me divertido em postar frases provocativas no
Facebook, só para espicaçar ou provocar meus 127 “amigos
de Facebook”. Essas postagens sempre começaram com a frase “O brasileiro é cordial!”, seguida de um
comentário pessoal, não necessariamente motivado por alguma notícia recente. E a
razão de ter feito isso reside no fato de que a defesa de candidaturas e posições
políticas tem gerado uma histeria tão grande e reações tão explosivas que acabo
pensando que essa propalada crença na cordialidade do brasileiro pode ser
apenas um equívoco, ou, no mínimo, um pouco de "ufanismo social".
Apesar disso, pude contar com a cordialidade de meus amigos, pois nunca
fui agredido por nenhum deles, talvez por levar tudo na brincadeira,
na ironia e gozação. Cutuquei petistas e bolsonaristas sem nenhum problema,
pela simples vontade de tentar provocar o riso e desarmar os espíritos. Talvez tenha sido considerado
inconveniente ou chato pra caramba, o "mala
da internet", pois não me posiciono claramente. Meu negócio sempre foi tentar mostrar que "o rei está nu"
(qualquer “rei”).
Mas percebi uma coisa preocupante
e verdadeira: muitas "amizades" foram abaladas ou desfeitas
justamente pelos envolvidos não suportarem ver seus "amigos" com
opiniões e crenças antagônicas às suas. Isso é realmente triste, pois, para
mim, indica também uma visão estreita da vida. Essa visão estreita é que leva à
violência verbal e, às vezes, até à física. Por isso mesmo é que me surpreendi
ao ver que pessoas tão gentis e amistosas no dia a dia tenham se mostrado como
se fossem ogros (ou ogras). Nesses casos, achei uma solução provisória, que
durará só até o dia da eleição do segundo turno: deixei de seguir os mais chatos e exaltados, independente de suas escolhas eleitorais.
Tenho certeza (por já ter sido cobrado por isso) que alguns estranham
minha “neutralidade”, pois porto-me como se fosse só um espectador. Mas o
que vejo, leio ou fico sabendo às vezes me deixa arrepiado, tal o espanto que
me causam as fake news. Mas, se fosse "só" isso, dava para suportar
um pouco. O que realmente me surpreende são os comentários de pessoas que
eu julgaria as mais equilibradas e tranquilas, gente que posta fotos de bichinhos
fofinhos, flores e orações. O que vejo são pessoas “cordiais” distribuindo "voadoras”
do pescoço para cima, verdadeiros golpes (virtuais) de MMA, tão grande é a
agressividade que expressam.
Quando criança, quase feri meu pé ao pisar despreocupadamente em um
monte de serragem já quase totalmente queimada, mas ainda fumegante. Mal
comparando, hoje eu percebo que muitas pessoas são como essa serragem queimando
“inofensivamente”. Por cima, ficam as cinzas e uma fumacinha saindo. Mas não
queira bulir nesse monte, pois em baixo há brasa e fogo.
Talvez as redes sociais liberem comportamentos e reações que no mundo
real (não virtual) as pessoas se preocupem em controlar ou não exibir. Ou seja,
paixão em estado puro, como se fosse uma guerra de torcidas enlouquecidas. Por
isso mesmo, eu tenho feito brincadeiras e ironias com essa frase tão simpática.
E, se querem saber minha resposta à pergunta "o brasileiro é cordial?", a resposta é "Não". Mesmo que aparente ser.
segunda-feira, 22 de outubro de 2018
TEXTO FORA DE CONTEXTO
Hoje em dia (talvez tenha sido sempre assim)
as pessoas aparentam ter preguiça de ler textos com mais de quatro frases. Deve ser esse o motivo dos posts publicados nas redes sociais geralmente vir acompanhados de imagens e com a primeira frase em destaque. A partir daí, o que
rola é só interpretação.
Por isso, resolvi fazer uma experiência (duas, na verdade): busquei na internet frases com origens e datas distintas sobre determinado tema, interliguei tudo e tirei uma conclusão. Só falta agora dar destaque à conclusão, arranjar uma boa imagem e publicar no Facebook. Creio que fará o maior sucesso.
Por isso, resolvi fazer uma experiência (duas, na verdade): busquei na internet frases com origens e datas distintas sobre determinado tema, interliguei tudo e tirei uma conclusão. Só falta agora dar destaque à conclusão, arranjar uma boa imagem e publicar no Facebook. Creio que fará o maior sucesso.
BREJA (CERVA)
- Cresce o consumo de cerveja artesanal no Brasil
- Com 15 cervejarias artesanais, Grande BH se consolida como o 'cinturão da cevada' em MG
- Trump questiona influência do homem em mudanças climáticas ao visitar áreas varridas por furacão
- Amantes de cerveja vão enfrentar escassez com mudanças climáticas, diz estudo
Conclusão possível: o presidente dos EUA é a maior ameaça ao polo cervejeiro de BH. Ah, Trumpalhão!
BOZO
(COISO)
-
Bolsonaro:meus filhos foram muito bem educados
- Em
vídeo, filho de Bolsonaro diz que para fechar o STF basta 'um soldado e um
cabo'
-
Bolsonaro reprova fala de filho: "Se propôs fechar STF, precisa de
psiquiatra"
- Le
Monde: ódio ao PT impulsiona extrema-direita no Brasil
Conclusão possível: o PT é a maior ameaça à
democracia brasileira. Ah, PT filhadaputa!
domingo, 21 de outubro de 2018
O BRASILEIRO É CORDIAL - 01
“O
brasileiro é cordial”. Essa belezura de frase foi criada pelo historiador Sérgio
Buarque de Holanda, também conhecido como “pai
do Chico Buarque” (tal como ele mesmo se definiu uma vez). Mesmo que tenha
sido criada em outro contexto, o fato é que parece slogan publicitário, de tão
boa que é. Por isso mesmo, resolvi utilizá-la neste período eleitoral para introduzir comentários “tweet” que venho fazendo no Facebook a propósito
de coisas que leio na grande mídia ou nos posts e comentários de “amigos” e amigos de amigos. Afinal, eu sou o “mala da internet”. Em outras
palavras: você discorda de alguma coisa?
Só por isso eu vou concordar. E vice versa.
A ideia de fazer frases curtas é para
aproveitar o destaque que essa rede proporciona, não só pelas letras maiores
como pelas padronagens (meio
bizarras) disponíveis. Não há alvo pré-determinado, só o desejo de ironizar as
verdades estabelecidas, o moralismo (seja ele falso ou verdadeiro) e o
destempero verbal dos mais “entusiasmados”.
Coisa de gente mala. Como estava meio sem assunto, resolvi postar no blog um
lote dessas frases tal como sairam no Facebook. A ordem de postagem na rede é inversa. A primeira delas é uma referência à facada que o Bolsonaro recebeu. São fraquinhas, eu sei, mas são minhas.
quarta-feira, 17 de outubro de 2018
AO COMPRADOR, AS BATATAS
Vou usar uma palavra da moda: “icônica”. Algumas
manifestações artísticas são tão icônicas
que inspiram novas abordagens e releituras, até mesmo em desenhos animados. Um
episódio dos Simpsons recriou a cena
final do filme “Dr. Strangelove or: How I
Learned to Stop Worrying and Love the Bomb”, em que um piloto texano de
bombardeiro – que tem como missão jogar uma bomba atômica sobre a Rússia –, desce
montado nela, de chapelão na mão, como se estivesse em um rodeio. O filme, estrelado
por Peter Sellers, é hilariante. Essa mesma cena foi reproduzida nos Simpsons,
mas quem monta a bomba é o Hommer.
A manifestação mais recente aconteceu com uma
obra do grafiteiro misterioso Banksy, tornada icônica por se autodestruir
depois de ser vendida em leilão por uma grana respeitabilíssima. A compradora,
demonstrando seu tino comercial, disse que ficaria com ela assim mesmo. Provavelmente a obra irá se valorizando cada
vez mais. E foi aí que entrou um francês supercriativo (fiquei com inveja!) e fez
sua releitura super irônica. Achei tão bacana que resolvi postá-la no Blogson, um blog que
tem especial apreço por releituras. Olhaí.
segunda-feira, 15 de outubro de 2018
AOS MESTRES, COM CARINHO (DE NOVO)
Duas professoras e um professor marcaram
minha vida de forma especial. A primeira mestra que eu tive chamava-se Maria
Afra de Oliveira. Passados sessenta anos, de quase nada me recordo, mas é como
uma antiga propaganda: “a primeira professora
a gente nunca esquece”.
O segundo mestre de quem lembro com carinho foi
um professor da faculdade. Chamava-se Jayme Ferreira da Silva Junior. Era
brilhante, irascível e fazia questão de dizer que seu nome era “Jáime” e não “Jâime”. Infelizmente, não pude aproveitar por muito tempo seu conhecimento
profundo e sua didática perfeita, pois resolveu “partir antes do combinado”, ao deixar um bilhete em que dizia apenas
“Perdoem-me”.
A terceira e mais importante personagem desse
trio é uma professora que nunca deu aula para mim, mas ensinou-me (e até hoje
ensina) a ser uma pessoa melhor. É a ela, minha lynda mulher, que eu presto minha homenagem; e é através dela
que eu homenageio no “Dia do Professor” aos professores (não todos, diga-se) que dignificam essa profissão em um país tão carente de educação de qualidade.
domingo, 14 de outubro de 2018
sábado, 13 de outubro de 2018
SABE, SOBRINHO?
Sabe, Sobrinho? Eu nunca me senti de Direita
e, menos ainda, de Esquerda. Sempre me vi de Centro - às vezes Centro-esquerda,
às vezes Centro-direita. Mas, jamais, a favor dos extremos. Obviamente, nunca fui a favor do que é conhecido como “Centrão”, pois sou a favor apenas da
moderação e do equilíbrio, jamais da corrupção e do fisiologismo. Por isso
mesmo, sempre votei no PSDB. E fiquei profundamente decepcionado com o Aécio.
Mas nunca reconheci a superioridade intelectual, moral ou ética com que a
Esquerda gosta de se auto-adesivar. O inverso disso também é verdade.
A Esquerda (ou Direita) não é superior à Direita
(ou Esquerda). Não existe essa bobagem! O que existe é exatamente isso: visões
de mundo, soluções diferentes. Por isso, quando vejo políticos como o Lindbergh ou Jean
Wyllys falar em “ignorância política”
dos que não comungam com sua visão de mundo eu até espumo de raiva.
Eu creio e sou a favor do capitalismo e da democracia, eles
creem no socialismo. Mas todas as pessoas decentes, de bom senso e minimamente
inteligentes desejam o progresso do país e a melhoria de vida dos mais
vulneráveis, independente dessa ou daquela ideologia. Eu trabalhei um tempo na
Urbel, responsável por obras em vilas e favelas. Tive a oportunidade de visitar
várias favelas onde as condições de vida e miserabilidade são inacreditáveis. E isso me tornou
melhor como pessoa. Mesmo assim, continuei a acreditar que não existem soluções
fáceis e rápidas para os problemas deste país idiota. Usando um clichê, “não existe almoço grátis”.
E por que estou dizendo isso? Eu li o texto
da Associação dos Docentes da Unesp –
Adunesp que você compartilhou e gostaria de comentar duas coisas
rapidamente, pois há dois temas que estão em desacordo com minha maneira de pensar.
“a bordo de um golpe
jurídico-parlamentar, seguiu-se uma escalada de severos ataques contra os
direitos sociais e trabalhistas da população, como pudemos ver com a aprovação
da PEC do teto de gastos, da reforma trabalhista, da terceirização irrestrita,
da reforma do ensino médio, da entrega das reservas do pré-sal, entre outros.” Eu sou a favor de tudo isso!
Lembrando, “não existe almoço grátis” em nenhuma
parte do mundo. Quando o líder chinês Mao Tse Tung morreu (depois de provocar a
morte por fome de milhões de pessoas por políticas equivocadas e desastradas),
seu sucessor Deng Hsiao Ping declarou que “enriquecer
é glorioso”. O que se viu depois disso foi a transformação progressiva da
China em potência mundial (claro, com muita corrupção também, o que é
lamentável).
A segunda parte que selecionei do texto vem com isso: “O que corremos o risco de presenciar, após
as eleições deste ano, é não só o aprofundamento destas medidas, como também a
banalização e a naturalização de graves ofensas aos direitos humanos, como a
tortura, o racismo, a misoginia, a homofobia e outros”.
Como se vê, trata do que eu chamo de “questões periféricas” (embora cruciais, importantíssimas),
pois não farão o Brasil andar economicamente, mesmo que sejam deploráveis e combustível certo da histeria atual de lado a lado.
E aí eu preciso esclarecer: sou radicalmente
contra o racismo, contra a homofobia, contra a misoginia, contra a ditadura,
contra a tortura e a favor da liberação do aborto. Mas, repito, embora
imprescindíveis para a melhoria do processo civilizatório do país, são questões
periféricas para o progresso econômico do Brasil.
Para finalizar, queria dizer de minha
impressão sobre as pessoas que aceitam ou desejam fazer parte do comando de
qualquer associação, sindicato ou categoria: todas (ou quase todas) aparentam
ter sempre uma visão mais “social”.
Talvez seja esse o motivo de tantas lideranças de esquerda ter vindo de
sindicatos, DAs, DCEs etc. E talvez seja essa a explicação para a linha de raciocínio exposta no texto que você compartilhou.
Sou contra o Bozó não só pelo apreço que tem pelas “questões periféricas” mais odiosas, mas, principalmente, por
parecer não ter rumo nenhum nem condições intelectuais de fazer o país andar. Por
outro lado, sou contra o Fantoche por
ele ser a favor da revogação da PEC do
teto de gastos e por ter por trás de si radicalíssimos como a Gleisi
Hoffmann, Franklin Martins “et caterva”.
Ser contra o teto de gastos me faz pensar em uma família que rola suas despesas
em milhares de cartões de crédito, afundando-se cada vez mais.
Por isso tudo que escrevi, permito-me a ironia de pensar que estou como que na arena do
Coliseu romano, esperando para ver se é um tigre ou um leão que me
estraçalhará. Ou ainda, como sendo obrigado a fazer uma "escolha de sofismas".
Talvez essas comparações sejam absurdamente
desiguais (e são mesmo!), mas as utilizei só para demonstrar minha perplexidade
e tristeza pela situação limite a que chegamos. Sei que você - que sempre odiou
o PT - votará no Haddad, mas quis compartilhar com você este comentário. Porque, pela primeira vez na vida votarei em branco. E isso é triste demais. Abração.
quinta-feira, 11 de outubro de 2018
segunda-feira, 8 de outubro de 2018
VAE VICTIS
VAE
VICTIS
Não é bonito tripudiar sobre os derrotados (tripudiar = zombar;
escarnecer; humilhar; desrespeitar; menosprezar). Ou, segundo a sabedoria popular, “chutar cachorro morto”. No caso de
cachorro, há o risco adicional de o chute pegar na “boca escancarada cheia de dentes”, mas isso é outra história (ou
música).
Mesmo nunca tendo me
candidatado a nada, já perdi inúmeras vezes, fui derrotado e humilhado outro
tanto, sofri bullying a
vida inteira (também, com um sobrenome tão “sonoro”,
queria o quê?). Por isso, não consigo deixar de me compadecer pelos candidatos derrotados, especialmente os que não conseguiram se reeleger ou aqueles que “sofreram
gol no final do segundo tempo”. Não é mole a
sensação de boca amarga pela derrota imprevista, pela perda inapelável.
Mesmo assim, mesmo me compadecendo "no
atacado" (sinceramente), não pude deixar de sentir uma grande alegria
varejista ao ver que algumas figuras de proa da política nacional
foram postas a pique nestas eleições (este foi um comentário meio naval).
Lamentei tanto a não reeleição do senador Cristovam Buarque e do maluco-beleza
Eduardo Suplicy como a reeleição do Renan Calheiros, da Gleisi Hoffmann e do
Aécio Neves, mas tive espasmos de prazer (isto ficou meio esquisito!) com a
derrota de outras figurinhas manjadas.
Melhor dar logo nome aos bois, ou
melhor, a esses boys & girls: Beto Richa, Cesar Maia, Dilma
Roussef, Edison Lobão, Eunício Oliveira, Fernando Pimentel, José Sarney Filho,
Roberto Requião, Roseana Sarney, Vanessa Grazziotim e, acima dos demais, Lindbergh
Farias e Romero Jucá. Issa!
Mas não posso me esquecer dos pimpolhos do
Sérgio Cabral, Marcelo Crivella, Eduardo Cunha e do irmão do "Geddel 40
milhões". Bom demais! Como teria dito um chefe bárbaro no século IV A.C. (cultura
inútil também é cultura): “Vae victis”, que em linguagem de gente
significa “ai dos vencidos”. Mas
chutar cachorro morto não, ainda mais se for com pé descalço.
ALMOÇO GRÁTIS
Hoje, no “day after” do
primeiro turno das eleições de 2018, acordei com uma sensação estranha –
percebi que continuo envelhecendo um dia a cada dia que passa, que minhas
contas continuam a vencer religiosamente e que (desculpem o clichê) “não há
almoço grátis” para ninguém. Ou seja, no geral, nada mudou significativamente, nem para mim nem para o país. Por isso, o próximo presidente eleito seja ele um “salvador da pátria” ou não - e qualquer que seja a cor, estampa ou slogan de sua camisa -, precisará ralar
muito para que este país respire melhor.
sexta-feira, 5 de outubro de 2018
PÃO DE FEL
- Quer um pouco de doce de coco?
- Não.
- Está gostoso! Se quiser, coloco pra você.
- Não, obrigado.
- Comprei um pacote de balas. Quer uma?
- Não.
- Olha aqui, já está até desembrulhada...
- Não, obrigado.
- Sou louca por pão de mel. Também comprei um
pacote.
- ...
- Quer um?
- Não.
- Você adora pão de mel. Por que não quer?
- Quero que minha boca fique com o sabor
amargo que você provocou.
quinta-feira, 4 de outubro de 2018
PESQUISA
- Amor, você me ama?
- Amo.
- Mesmo?
- Claro!
- Muito ou pouco?
- Muito.
- “Muito” ou “Muuuito”?
- Muuuito!
- Qual a margem de erro desse “Muuuito”?
- IDIOTA!!!!!!!!
LEMBRANÇAS DO PÂNTANO - ÚLTIMA PARTE
Como disse anteriormente, ao longo do período eleitoral fui postando frases e textos curtos no Facebook, "gracinhas JB" geralmente provocadas por besteiras ainda maiores - ditas com toda seriedade ou compartilhadas por meus "amigos de Facebook".
Minha ideia era - ou parecia ser - descontrair e desarmar os espíritos exaltadíssimos. Refletindo sobre isso, percebi que sempre houve uma tentativa não de acalmar, mas de provocar os "amigos", comportamento de gente chata, desagradável. O sujeito dizia "A" e eu jogava um "B" de volta, pelo simples prazer de provocar, de polemizar. Por isso mesmo, em uma "mea culpa" recente, defini-me de forma sincera como o "mala da internet". Sem alça, obviamente.
Talvez fosse melhor, mais adequado se eu tivesse dito estar dentro de uma mala, carregando comigo toda a melancolia e cansaço de viver que tenho sentido, como se eu estivesse gritando virtualmente "apesar de tudo, apesar dos meus erros, minhas culpas, minhas fraquezas e defeitos, me amem, não me ignorem, não deixem de me amar!", atitude de "menino criado com vó", como diz meu filho. Provavelmente ririam de mim, mas não "curtiriam" nada. Essas provocações idiotas, esse "senso de humor" inexistente resultaram nesta série que termina hoje. Ainda bem.
02/10
Na esperança de conseguir sensibilizar os eleitores, alguns candidatos apelaram para nomes bizarros ou francamente idiotas. Às vezes eu penso que deveria ter-me candidatado também. Nem precisaria inventar nada. Claro que usaria meu nome real! Até imagino o slogan (um deles):
Minha ideia era - ou parecia ser - descontrair e desarmar os espíritos exaltadíssimos. Refletindo sobre isso, percebi que sempre houve uma tentativa não de acalmar, mas de provocar os "amigos", comportamento de gente chata, desagradável. O sujeito dizia "A" e eu jogava um "B" de volta, pelo simples prazer de provocar, de polemizar. Por isso mesmo, em uma "mea culpa" recente, defini-me de forma sincera como o "mala da internet". Sem alça, obviamente.
Talvez fosse melhor, mais adequado se eu tivesse dito estar dentro de uma mala, carregando comigo toda a melancolia e cansaço de viver que tenho sentido, como se eu estivesse gritando virtualmente "apesar de tudo, apesar dos meus erros, minhas culpas, minhas fraquezas e defeitos, me amem, não me ignorem, não deixem de me amar!", atitude de "menino criado com vó", como diz meu filho. Provavelmente ririam de mim, mas não "curtiriam" nada. Essas provocações idiotas, esse "senso de humor" inexistente resultaram nesta série que termina hoje. Ainda bem.
02/10
Venha você também para o MSR - Movimento dos
Sem Radicalismo!
02/10
As pessoas têm andado tão tensas, tão tensas
que tudo vira discussão, de tão armadas que estão. Acho até que nem precisa
mais liberar o porte de arma...
02/10
AH, ESSA POLARIZAÇÃO...
A polarização está tão braba que depois do
dia 28/10 os honorários de psicoterapeuta vão aumentar. Para terapia de casais,
então, vai faltar horário!
A polarização está tão braba que depois do
dia 28/10, velório vai ser mais animado que happy hour!
A polarização está tão braba que depois do
dia 28/10, na hora de soprar as velinhas em festa de aniversário, alguém já
perguntará:
-
Parabéns, por quê?
01/10
A reforma do ensino médio também deveria ter
previsto o uso obrigatório do corretor ortográfico!
(a propósito dos comentários inflamados e
cheios de erros de português sobre as eleições)
Na esperança de conseguir sensibilizar os eleitores, alguns candidatos apelaram para nomes bizarros ou francamente idiotas. Às vezes eu penso que deveria ter-me candidatado também. Nem precisaria inventar nada. Claro que usaria meu nome real! Até imagino o slogan (um deles):
"Botelho
Pinto para senador. Muuuito prazer!!!"
Mas, se isso vale para candidatos a deputado
e senador, por que não valeria também para os presidenciáveis? Aí resolvi
deixar minhas sugestões para alguns deles (acho que não dá mais tempo). Olhaí:
- Cabo Daciolo – Pelo que
fez, diz ou crê, há duas opções: BABO DACIOLO ou JEJUNO;
- Ciro Gomes – pelo jeitão
aloprado e auto-desmentido desse cabra, acho que ficaria bacana “butar” na
urna o nome de CIRO GOMEZ (da Família Addams). Mas, por seu
jeitão truculento e destemperado, talvez ficasse melhor colocar CANGACIRO
GOMES;
- Fernando Haddad – graças a
um provável acesso de megalomania, demorou tanto para
o Lulinha aceitar que não é candidato, que quando colocarem o nome do
seu ex-vice na urna eletrônica, corre o risco de aparecer FERNANDO ADIADO;
- Geraldo Alckmin – parece
que só com poção mágica o Chuchu (que meigo!) chega ao segundo turno.
Nesse caso, o nome certo seria GERALDO ALQUIMIA;
- Jair Bolsonaro – Bom, esse
aí eu gostaria de ver usando um apelido que não fui eu que criei, mas que
combina bem: JAIR BOÇALNARO;
- João Amoêdo – Em homenagem
à fortuna (muita grana!) declarada pelo novo candidato (boa essa!),
seria chique adotar JOÃO, A MOEDA!
- Henrique Meirelles – Na
mesma linha, poderiam adotar É RICO O MEIRELLES!
terça-feira, 2 de outubro de 2018
REST IN PEACE
- Estou pensando em me atualizar musicalmente...
- Para quem ainda está na época da polca, do minueto, essa é uma boa ideia!
- Eu mereço... Tô falando sério, mano!
- Pra começar, é ridículo um sujeito com a
sua idade falar “mano”.
- Se você não é antenado na linguagem atual,
eu sou!
- Tá bom, “borother”! Fale-me então da sua “atualização musical”.
- Ah, sei lá, quero ouvir mais o que está sendo
feito hoje, pois estou ficando muito sem assunto.
- E o que você pensa ouvir mais? Marchinha?
Fox-trot? Jongo?
- Você é mesmo um pé no saco! Estou pensando
em ouvir rap, porra!
- Rap?
Rhyme And Poetry?
- Yes!
- Acho melhor não.
- Posso saber por que não?
- Você está mais para R.I.P que para R.A.P. Por
isso, sugiro música de velório
- Filho da puta!
segunda-feira, 1 de outubro de 2018
LEMBRANÇAS DO PÂNTANO - 05
Já que
o Haddad não passa mesmo de um laranja, acho que ele deveria fazer campanha é para
o Partido Novo.
28/09
Coisa mais
linda de se ver é a integridade moral dos candidatos que não passarão para o
segundo turno.
28/09
HÁ... - CARLOS GROPEN
Carlos Gropen foi um jornalista em BH. Foi
também comentarista econômico em uma TV local, radialista e dono de delikatessen, entre outras coisas. No jornal “O Estado de Minas” assinava a coluna "De bar em bar", onde falava sobre vinhos, etc. Em algum
momento que não sei precisar, uma senhora da sociedade mineira cometeu
suicídio. No dia seguinte ele publicou um belo texto sobre isso. Minha mulher
ficou tão comovida que o recortou e guardou. Ontem ela o reencontrou entre seus
guardados. São dela estas palavras: "Acho
que é o texto mais que perfeito para quem tem ou está com depressão".
Aí resolvi publicá-lo no Blogson. O texto
começa com a transcrição da letra da música "Essa Noite Não", composta pelo Lobão (aquela que diz que "a maior expressão da angústia pode ser a
depressão, algo que você pressente. Indefinível. Mas não tente se matar, pelo
menos essa noite não"). E continua assim:
"(...)
o poeta Lobão devia ter seu recado mais lido pelas pessoas que se deixam levar
pela angústia de um momento só, que passa, vai passar, uma "dorangústia”
inexplicável que leva à boca o veneno e põe na mão o revólver.
Porque
passa, porque vai passar, por mais intensa que seja a aflição, por maior que
seja a solidão. Passa, vai passar. Procure sair, procure se desatar, procure se
livrar de todo o amargor. Busque alguém para junto, de si, saia ao encontro de
um amigo, telefone, fale ouça, respire fundo, mais fundo; feche os olhos e
persiga os sonhos bons, não importa o jeito que tenham, trata-se de encontrar
os seus sonhos bons.
Há quem
ouça,
há quem
entenda
há quem
ame,
há quem
acompanhe,
há quem
fique,
há quem
aconchegue,
há quem
dê a mão.
Amanhã,
depois de amanhã, logo, logo, vão sintetizar a serotonina, identificar a
composição eletroquímica ideal, e tudo vai se resolver com alguns gramas de
substâncias neuroquímicas, nada mais que isso.
Por
enquanto, pessoa, não fuja para esconderijo nenhum que não permita a volta. Por
enquanto, pessoa, pense na grande falta que você vai fazer se partir
definitivamente.
É
sempre muito cedo.
Há
flores mais adiante. Há mistérios esperando quem os desvende.
Pense
que você é parte do todo.
É o
que, vale.
A vida
é que vale
Nem que
pequena a vontade,
Nem que
parco o esforço,
Nem que
ausente o amor maior.
Anoitece,
sim
Mas
sempre amanhece".
Carlos Gropen morreu de câncer em 2012.
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