terça-feira, 5 de junho de 2018

SOB O DOMÍNIO DO MEDO

De acordo com as “Propriedades” do arquivo em formato WORD, este texto começou a ser esboçado em 18/07/2012 e foi salvo com o título atual em 04/05/2014, exatos 33 dias antes da criação do Blogson. Apesar de não saber a que corresponde a data do esboço original, é indiscutível que o assunto “medo” há muito me atormenta. Quando aconteceu a “primeira morte” do blog – discretamente antecipada no post “PARA ENTREGA DA LOJA” e depois  divulgada oficialmente no post "CODA"- esse título foi citado e “oferecido” a outros blogueiros. Transcrevo o que disse na época:

Os títulos dos posts que nunca terminarei são: "Sob o domínio do medo" e "Os sete pecados capitais". Essas ideias surgiram na época da criação do blog, mas ficaram esquecidas até hoje, talvez pela imersão necessária a cada uma.

Esses posts tratariam dos temas sob a minha ótica pessoal e funcionariam como sessões de "terapia blóguica": de que forma o medo alterou meu comportamento, pensamentos e atitudes, por exemplo. No caso dos "sete pecados", a coisa ficaria mais divertida, pois precisaria identificar o modo como eu teria (ou não) cometido esses "pecados". Mas não dá mais. Por isso, foram excluídos junto com os outros rascunhos. Se alguém quiser carregar essa tocha não olímpica (mas tão desgovernada e sem rumo como se fosse), fique à vontade. Eu até que gostaria de ler o resultado.


Apesar de realmente ter excluído o rascunho do blog, descobri em outra pasta o arquivo original que foi mencionado no início deste post. A intenção inicial era mapear a influência do Medo ao longo da minha vida, mas de uma forma mais serena, meio contemplativa, como se estivesse contando casos para alguém (no caso, meus filhos e amigos).

Hoje, a intenção já é fazer uma “cirurgia de peito aberto e sem anestesia”. Mesmo assim, graças à função de “blogoteca” que às vezes atribuo ao velho Blogson, resolvi exumar mais este morto, deixando para outro post o registro dos sentimentos atuais. Vê aí.


Lá pros idos da década de 70, eu e minha mulher assistimos o filme “Sob o domínio do medo”, com o Dustin Hoffman. O filme era tão intenso e violento que, ao sair do cinema, começamos a discutir sem mais nem menos. Aí nos demos conta que estávamos assim por causa do filme (sensacional) e começamos a rir. Exceto pelo título emprestado, o texto a seguir nada tem a ver com esse filme (que é excelente e uma ótima dica para uma sessão pipoca).

Algum tempo atrás, fiquei pensando sobre como o medo pode moldar uma pessoa, uma cultura, um povo, a Vida, enfim. Daí a pensar sobre a influência do medo em minha vida (afinal, sou o personagem predileto das minhas reflexões), foi um passo. Bem curto, diga-se.

Mas, antes de me deitar no divã, vou listar alguns medos que encontrei na internet (JB também é cultura – inútil, é verdade – mas cultura) e que têm tirado o sono da humanidade ao longo dos séculos.

PRÉ-CULTURAIS:
O medo do homem pré-histórico era o mesmo dos outros animais: o de ser devorado por um predador.

INÍCIO DA CULTURA (100.000 A.C):
O homem começa a prever e evitar os perigos que podem ser encontrados na noite, na chuva e no mar. Com o desenvolvimento da imaginação, passa a temer deuses, demônios e espíritos.

CIVILIZAÇÃO (3500 A.C.):
O medo de ser erroneamente diagnosticado como morto e enterrado vivo é bastante comum;
As primeiras civilizações começam a temer os seres humanos vindos de longe, os bárbaros.

IDADE MÉDIA (476 D.C.):
A Igreja Católica promove o medo do fogo do inferno, das bruxas e do apocalipse. À noite, passamos a temer os vampiros e fantasmas;
A peste negra aterroriza a Europa;
O medo de ser devorado por lobos cria a lenda dos lobisomens;
Os ladrões de crianças medievais são os primeiros serial killers

IDADE MODERNA / CONTEMPORÂNEA
1831: FRANKENSTEIN, o livro de Mary Shelley mostra o primeiro monstro construído pelo homem. A ciência passa a fazer parte de nossos temores
1870 - MARCIANOS: Encontramos indícios de vida em Marte. Os alienígenas começam a fazer parte de nosso imaginário
1917 - COMUNISTAS: A revolução russa faz o Ocidente temer um novo tipo de invasão bárbara: os ataques comunistas
1945 - ATAQUE NUCLEAR: Depois das bombas atômicas em Hiroshima e Nagasaki, o homem passa a temer o holocausto nuclear. A ciência finalmente pode acabar com toda a humanidade
1960 – PSICOSE: Os serial killers começam a aparecer no cinema com o filme de Alfred Hitchcock. 14 anos depois, O Massacre da Serra Elétrica volta ao tema. Em 1991, O Silêncio dos Inocentes traz um novo tipo de assassino, mais frio e manipulador.
1968 - A NOITE DOS MORTOS-VIVOS: Com o filme de George Romero, os zumbis passam a fazer parte do imaginário da humanidade. Em 1996 eles chegam aos videogames com a série Resident Evil
1973 - EXORCISTA: O filme de William Friedkin atualiza o medo do demônio para o século 20
CAMA DE HOSPITAL: Com o avanço da ciência, o temor não é mais ser enterrado vivo. O medo agora é de uma morte lenta e dolorosa, adiada pelos médicos.
1975 – TUBARÃO: Steven Spielberg mistura os medos do mar e de ser devorado para criar o primeiro blockbuster do cinema
1980 - O ILUMINADO: Os fantasmas aparecem tanto no filme de Stanley Kubrick quanto em Poltergeist. Em 1999, O Sexto Sentido, com Bruce Willis, dá um novo sentido ao medo de espíritos.
1999 - A BRUXA DE BLAIR: O medo da magia e do escuro se misturam num novo tipo de filme de terror, que junta ficção e documentário.
ANOS 2000: O Bug do Milênio é o primeiro dos temores do século 21. Com o ataque às torres gêmeas, o medo de estranhos se volta aos terroristas islâmicos. O apocalipse não sai de cena (2012). E o medo dos fantasmas continua.


O rascunho do post parava aqui e nunca mais foi retomado. Imagino que eu acabaria tirando essa penca de informações encontradas na internet, só deixando minhas divagações. Mas não me lembro mais do que iria dizer. Em compensação, eu sei o que quero dizer hoje, mas só em outro post.

2 comentários:

  1. Hummmmm. Agora quero saber

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    1. Talvez por estar na dúvida sobre qual nível eu devo escolher ("hard" ou soft", por exemplo), se eu fico na superfície ou mergulho nas fossas abissais, eu estou só cozinhando o galo. Mas é pura "sofrência".

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