Outro dia ouvi no rádio do carro a Elis
Regina cantando a música “DOIS PRA LÁ, DOIS PRA CÁ”. Havia tempos que não a
escutava. Fiquei prestando atenção na letra do Aldir Blanc. Que cara fera! Sem
ele, talvez o João Bosco não tivesse feito o sucesso que fez. As imagens se
casam à perfeição com o estilo da música. “Meu coração traiçoeiro batia mais
que o bongô, tremia mais que as maracas”. Isto é genial.
Uma vez eu li que se não fosse sua opção pela
temática suburbana (“band-aid no calcanhar”, por exemplo), o Aldir estaria no
mesmo nível do Cole Porter. Tentei achar quem teria dito isso, mas não
consegui. O que não tem importância nenhuma.
Essa gravação da Elis Regina é perfeita, com
direito a bongôs e maracas. Boa para dançar, para namorar, para tomar um vinho.
E ainda tem o belíssimo bolero “La Puerta” como música incidental. Show demais.
Sentindo o frio
Em minha alma
Te convidei prá dançar
A tua voz me acalmava
São dois prá lá
Dois prá cá...
Meu coração traiçoeiro
Batia mais que o bongô
Tremia mais que as maracas
Descompassado de amor...
Minha cabeça rodando
Rodava mais que os casais
O teu perfume gardênia
E não me perguntes mais...
A tua mão no pescoço
As tuas costas macias
Por quanto tempo rondaram
As minhas noites vazias...
No dedo um falso brilhante
Brincos iguais ao colar
E a ponta de um torturante
Band-aid no calcanhar...
Eu hoje, me embriagando
De wisky com guaraná
Ouvi tua voz murmurando
São dois prá lá
Dois prá cá...
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