De acordo com as “Propriedades” do arquivo em formato WORD, este texto começou a ser esboçado em 18/07/2012 e foi salvo
com o título atual em 04/05/2014, exatos 33 dias antes da criação do Blogson. Apesar
de não saber a que corresponde a data do esboço original, é indiscutível que o
assunto “medo” há muito me atormenta.
Quando aconteceu a “primeira morte” do blog – discretamente antecipada no post “PARA ENTREGA DA LOJA” e depois divulgada oficialmente no post "CODA"- esse título foi
citado e “oferecido” a outros blogueiros. Transcrevo o que disse na época:
Os
títulos dos posts que nunca terminarei são: "Sob o domínio do medo" e
"Os sete pecados capitais". Essas ideias surgiram na época da criação
do blog, mas ficaram esquecidas até hoje, talvez pela imersão necessária a cada
uma.
Esses
posts tratariam dos temas sob a minha ótica pessoal e funcionariam como sessões
de "terapia blóguica": de que forma o medo alterou meu comportamento,
pensamentos e atitudes, por exemplo. No caso dos "sete pecados", a
coisa ficaria mais divertida, pois precisaria identificar o modo como eu teria
(ou não) cometido esses "pecados". Mas não dá mais. Por isso, foram
excluídos junto com os outros rascunhos. Se alguém quiser carregar essa tocha
não olímpica (mas tão desgovernada e sem rumo como se fosse), fique à vontade.
Eu até que gostaria de ler o resultado.
Apesar de realmente ter excluído o rascunho
do blog, descobri em outra pasta o arquivo original que foi mencionado no
início deste post. A intenção inicial era mapear a influência do Medo ao longo da minha vida, mas de uma
forma mais serena, meio contemplativa, como se estivesse contando casos para
alguém (no caso, meus filhos e amigos).
Hoje, a intenção já é fazer uma “cirurgia de peito aberto e sem anestesia”.
Mesmo assim, graças à função de “blogoteca”
que às vezes atribuo ao velho Blogson, resolvi exumar mais este morto, deixando para outro post o registro dos
sentimentos atuais. Vê aí.
Lá pros idos da década de 70, eu e minha
mulher assistimos o filme “Sob o domínio
do medo”, com o Dustin Hoffman. O filme era tão intenso e violento que, ao
sair do cinema, começamos a discutir sem mais nem menos. Aí nos demos conta que
estávamos assim por causa do filme (sensacional) e começamos a rir. Exceto pelo
título emprestado, o texto a seguir nada tem a ver com esse filme (que é excelente
e uma ótima dica para uma sessão pipoca).
Algum tempo atrás, fiquei pensando sobre como
o medo pode moldar uma pessoa, uma cultura, um povo, a Vida, enfim. Daí a
pensar sobre a influência do medo em minha vida (afinal, sou o personagem
predileto das minhas reflexões), foi um passo. Bem curto, diga-se.
Mas, antes de me deitar no divã, vou listar
alguns medos que encontrei na internet (JB também é cultura – inútil, é verdade
– mas cultura) e que têm tirado o sono da humanidade ao longo dos séculos.
PRÉ-CULTURAIS:
O medo do homem pré-histórico era o mesmo dos
outros animais: o de ser devorado por um predador.
INÍCIO DA CULTURA (100.000 A.C):
O homem começa a prever e evitar os perigos
que podem ser encontrados na noite, na chuva e no mar. Com o desenvolvimento da
imaginação, passa a temer deuses, demônios e espíritos.
CIVILIZAÇÃO (3500 A.C.):
O medo de ser erroneamente diagnosticado como
morto e enterrado vivo é bastante comum;
As primeiras civilizações começam a temer os
seres humanos vindos de longe, os bárbaros.
IDADE MÉDIA (476 D.C.):
A Igreja Católica promove o medo do fogo do
inferno, das bruxas e do apocalipse. À noite, passamos a temer os vampiros e
fantasmas;
A peste negra aterroriza a Europa;
O medo de ser devorado por lobos cria a lenda
dos lobisomens;
Os ladrões de crianças medievais são os
primeiros serial killers
IDADE MODERNA / CONTEMPORÂNEA
1831: FRANKENSTEIN,
o livro de Mary Shelley mostra o primeiro monstro construído pelo homem. A
ciência passa a fazer parte de nossos temores
1870 - MARCIANOS: Encontramos indícios de
vida em Marte. Os alienígenas começam a fazer parte de nosso imaginário
1917 - COMUNISTAS: A revolução russa faz o
Ocidente temer um novo tipo de invasão bárbara: os ataques comunistas
1945 - ATAQUE NUCLEAR: Depois das bombas
atômicas em Hiroshima e Nagasaki, o homem passa a temer o holocausto nuclear. A
ciência finalmente pode acabar com toda a humanidade
1960 – PSICOSE:
Os serial killers começam a aparecer no cinema com o filme de Alfred Hitchcock.
14 anos depois, O Massacre da Serra
Elétrica volta ao tema. Em 1991, O
Silêncio dos Inocentes traz um novo tipo de assassino, mais frio e manipulador.
1968 - A
NOITE DOS MORTOS-VIVOS: Com o filme de George Romero, os zumbis passam a
fazer parte do imaginário da humanidade. Em 1996 eles chegam aos videogames com
a série Resident Evil
1973 - EXORCISTA:
O filme de William Friedkin atualiza o medo do demônio para o século 20
CAMA DE HOSPITAL: Com o avanço da ciência, o
temor não é mais ser enterrado vivo. O medo agora é de uma morte lenta e
dolorosa, adiada pelos médicos.
1975 – TUBARÃO:
Steven Spielberg mistura os medos do mar e de ser devorado para criar o
primeiro blockbuster do cinema
1980 - O
ILUMINADO: Os fantasmas aparecem tanto no filme de Stanley Kubrick quanto
em Poltergeist. Em 1999, O Sexto Sentido, com Bruce Willis, dá um
novo sentido ao medo de espíritos.
1999 - A
BRUXA DE BLAIR: O medo da magia e do escuro se misturam num novo tipo de
filme de terror, que junta ficção e documentário.
ANOS 2000: O Bug do Milênio é o primeiro dos
temores do século 21. Com o ataque às torres gêmeas, o medo de estranhos se
volta aos terroristas islâmicos. O apocalipse não sai de cena (2012). E o medo
dos fantasmas continua.
O rascunho do post parava
aqui e nunca mais foi retomado. Imagino que eu acabaria tirando essa penca de
informações encontradas na internet, só deixando minhas divagações. Mas não me
lembro mais do que iria dizer. Em compensação, eu sei o que quero dizer hoje,
mas só em outro post.