Meu filho enviou-me por e-mail um texto
interessantíssimo sobre o "primeiro serial killer" brasileiro.
Chamava-se Febrônio Índio do Brasil. Segundo o texto, autodenominava-se "Filho
da Luz", expressão que tatuou no próprio peito:
"Eis o Filho da Luz".
Em 1926 começou a escrever o livro "Revelações
do Príncipe de Fogo", "no qual relatou suas visões religiosas e de
mundo. O livro é uma mistura do melhor do Misticismo Aleatório Brasileiro:
trechos da Bíblia, princípios espíritas, ideias protestantes. Tudo isso o
levava a conclusão que ele deveria sacrificar três crianças para livrar o mundo
dos fins dos tempos".
Foi preso e julgado pelo assassinato de dois
jovens e condenado a ficar preso em um hospício (de onde fugiu e foi
recapturado). Virou marchinha de carnaval, foi citado em uma crônica do Rubem
Braga, talvez tenha servido de inspiração para Mário de Andrade criar o
personagem Macunaíma e morreu em 1984. Caso alguém se interesse em saber mais
detalhes, o link do artigo recebido encontra-se no final deste texto.
Porque o tema de hoje é sobre um pensamento
que surgiu há algum tempo e foi reavivado pela história do Febrônio e seus
delírios religiosos. Já adianto que ninguém deve esperar grande coisa, pois
minha paciência e capacidade de argumentação estão muito pequenas. Mesmo assim,
vamos lá.
Já pararam para pensar o que teria acontecido
se as religiões nunca tivessem existido? Ou melhor, como seria o mundo se o
medo dos primeiros homens pelo desconhecido e pelas forças da natureza não
tivesse feito com que associassem deuses a fenômenos naturais, seja para protegê-los ou para ajudá-los
em suas necessidades de sobrevivência? O que teria ocorrido à humanidade se ela
não tivesse uma natural atração pelo transcendente, pelo sobrenatural, pela
divindade e, consequentemente, se não tivesse criado os primeiros rituais e
celebrações, as primeiras manifestações religiosas?
Obviamente, são questões a exigir respostas
que minha capacidade intelectual não consegue formular. Por isso, tentarei
abordar de forma apenas genérica e superficial o impacto que essa “realidade
alternativa” provocaria na raça humana.
Se a humanidade tivesse prescindido das
religiões e da adoração de divindades, para que construir os templos de Angkor,
as mastabas e pirâmides egípcias? Por que perder tempo e dinheiro erguendo
igrejas cristãs, mesquitas, templos greco-romanos, mausoléus, a Caaba, o "Templo
de Salomão" do Edir Macedo, santuários de todos os tipos, os megálitos de
Stonehenge, os moais da ilha de Páscoa, as intrigantes linhas de Nasca? Nada disso faria sentido!
Por outro lado, ficaríamos livres de crenças,
crendices e picaretagens, apresentadas sob a forma de bruxarias, feitiçarias,
encantamentos, exorcismos, histeria, sessões de descarrego e venda de
indulgências. Nem seriam feitas orações, invocações ou maldições, nem
celebrações satânicas, missas, cultos e rituais de todo tipo e origem, tendo
como celebrantes padres, pastores, mulás, sacerdotes, monges, rabinos, pais e
mães de santo e todo tipo de representantes do Deus judaico-islâmico-cristão,
dos diversos orixás e de todos os deuses invocados em todas as culturas e em
todos os tempos (egípcios, sumérios, nórdicos, etc.). Também não seriam
invocadas ou temidas as entidades de "segundo escalão" tais como
anjos, demônios, duendes, fadas e elfos.
Não ter nenhum tipo de fé ou crença poderia
ser bom, pois a humanidade não teria conhecido sacrifícios humanos e de animais
nem atos de terrorismo ou selvageria de cunho religioso, não teria criado os
tribunais da Santa Inquisição nem provocado inúmeras guerras religiosas,
execuções, martírios e todo tipo de carnificina executada por loucos e fanáticos
e psicopatas messiânicos de todas as seitas, crenças e origens.
Naturalmente, teriam que buscar outra profissão os videntes, cartomantes, astrólogos, oráculos e benzedeiras. Nem seriam necessários amuletos, baralhos de tarô, runas, mapas astrais, incenso, defumação, velas, imagens, fitinhas do Senhor do Bonfim, ex-votos ou totens e carrancas.
Naturalmente, teriam que buscar outra profissão os videntes, cartomantes, astrólogos, oráculos e benzedeiras. Nem seriam necessários amuletos, baralhos de tarô, runas, mapas astrais, incenso, defumação, velas, imagens, fitinhas do Senhor do Bonfim, ex-votos ou totens e carrancas.
Não existindo a busca do transcendente, a
crença na imortalidade da alma ou o medo do sobrenatural, seriam dispensáveis
as festas religiosas, os feriados religiosos, o Círio de Nazaré e celebrações
onde se fizessem necessários utensílios cerimoniais, turíbulos, patenas, cálices,
ostensórios, báculos, cajados, crucifixos, hóstias, vinho, água benta, pães ázimos ou
sangue de animais. Seriam incompreensíveis pessoas usando roupas e paramentos
cerimoniais, hábitos, mantos, quipás, mitras, hijab, burkas, véus, chales,
clergymen ou turbantes. Mas não tão bizarros quanto os que optassem pelo
celibato, clausura, retiro, pelo ingresso e participação em sociedades secretas
ou que usassem tonsura, barba ou cabeça raspada por motivação religiosa nem trancinhas peiot.
A própria economia dos países seria
parcialmente afetada, pois não existiria a produção e comércio de livros
didáticos, teóricos ou doutrinários sobre essa ou aquela crença. Tampouco
existiriam fábricas e indústrias dedicadas à confecção de camisetas,
lembrancinhas ou mobiliário com finalidade ou temática religiosa. Nem
profissionais voltados ao estudo ou difusão de cada religião: teólogos,
missionários, evangelizadores ou pregadores. Nem construtores de templos e
monumentos. Nem o pagamento de dízimo, nem a destruição de culturas e costumes
considerados pagãos.
As artes e a cultura de cada época ou região seriam severamente
afetadas, pois não haveria a música sacra orquestral, o canto gregoriano, a
folia de reis. Jamais seriam escritos o Alcorão, o Torá, o Livro dos Mortos, a
Bíblia, o Mahabharata, os Upanishads e todos os livros sagrados e
seminais de cada religião. Também não teriam sido escritos romances, poemas e
epopeias de maior ou menor valor literário, tais como a "Epopeia de
Gilgamesh", "O Código Da Vinci", "As sandálias do
Pescador", "O Evangelho segundo Jesus Cristo" e centenas ou milhares de
outros.
Mas, acima de tudo, sem a temática religiosa, não existiriam algumas das
mais significativas esculturas e pinturas já produzidas até hoje. Entre elas, a
Vitória de Samotrácia, a Vênus de Milo, a Esfinge de Gizé e tantas outras
executadas por geniais artistas e artesãos que existiram nas civilizações
antigas. O mesmo se pode dizer das magníficas estátuas de Michelangelo (Davi,
Pietà, Moisés), Brunelleschi e Bernini (para ficar só no período da Renascença).
Arte rupestre pré-histórica, afrescos
greco-romanos, cenas do cotidiano pintadas no interior de monumentos egípcios, iluminuras
medievais, quadros de Rafael, Leonardo Da Vinci, Michelangelo, El Greco,
Botticelli, Rembrandt, Caravaggio, nada disso teria sido criado ou faria
sentido. Nem mesmo filmes ou histórias em quadrinhos com inspiração em
personagens e deuses mitológicos.
Grifos, dragões, hidras, esfinges, centauros,
fantasmas, espíritos, mula sem cabeça, boitatá, saci, harpias, touros e leões
alados, vampiros e criaturas demoníacas, estátuas e quadros de deuses e santos,
Charles Manson, o manto de Artur Bispo do Rosário, livros proféticos, ou
francamente delirantes, crenças ingênuas ou mitologias complexas e elaboradas,
promessas, penitências, procissões, automutilações, nada disso teria surgido da mente e na
história da humanidade se não tivesse havido o medo primordial do desconhecido
ou do futuro, a necessidade de proteção, o desejo de prosperar ou de elevar-se
espiritualmente.
Enfim, guardadas as devidas proporções, a
história e a trajetória da humanidade seriam pouco diferentes da vida de nossos
primos peludos se em um período muito remoto não tivéssemos tido a crença ou
percepção da existência da divindade, representada e explicada em diversas
formas e de várias maneiras, em todas as línguas, por todos os povos, em todas
as épocas. E a civilização humana seria muito chata e sem graça, pois jamais
nos veríamos como filhos da luz.
Agora, os links:
Agora, os links:
https://www.dropbox.com/s/ykhpktr45bm1qzt/Febr%C3%B4nio%3B%20Revela%C3%A7%C3%B5es%20do%20Pr%C3%ADncipe%20do%20Fogo.pdf?dl=0
Mais tarde, leio com atenção esse seu último post, mas vou responder à sua pergunta soibre o o blogs brasil. Sim, é uma espécie de ranking baseado em número de acesso, constância das postagens e outros ítens. E acaba servindo um pouco como divulgação.É só entrar no site e cadastrar o endereço do seu blog. Só que há uma única obrigação, você colocar aquele anúncio dele no Blogson. Eles fornecem o código que gerará a imagem do banner,você copia e cola na barra lateral do blog adicionando um gadget do tipo HTML. Acho que falei grego, né? Mas sei que, pelo menos,um de seus filhos manja de computadores, ele faz facinho pra você. Você entra em layout no blog, vai em adicionar gadget, escolhe o tipo (HTML), cola o código copiado no Blogs Brasil e pronto. Em algumas horas, ou em um dia ou dois, a sua posição no ranking deles começa a aparecer.
ResponderExcluirPããããta... esqueci o link do endereço:
ResponderExcluirhttps://blogsbrasil.com.br/
Valeu!
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