Não sei por que nunca consigo expulsar
algumas coisas da minha cabeça. Caspa, por exemplo, é uma delas. Sair até que
saem, mas sempre estão de volta (ao contrário dos cabelos, que vão para nunca
mais voltar). Outra coisa difícil de tirar é pensamento ou preocupação inútil
(sou bom nisso!), verdadeira caspa mental. E a mais recente é a quantidade de
amigos que algumas pessoas têm no Facebook.
Sei de pessoas com mais de 4.000 amigos. É
muito amigo! Se o sujeito for educado e cumprimentar um por um ou mandar
mensagem no dia do aniversário, ficará só por conta disso. Talvez precisasse
até de um(a) ajudante ou secretário(a). Se fosse político, certamente teria
vários aspones para auxiliá-lo. Como nenhum de meus
"amigos de Facebook" é político, nenhum deles tem assessor
parlamentar.
Mas é nessas horas que precisariam ter pelo
menos um assessor paralamentar a trabalheira dos diabos que dá
ter muito amigo nas redes sociais (essa eu não podia deixar passar!). Meditando sobre
essa emocionante questão,
fiquei pensando qual é a quantidade máxima de "amigos" que alguém
deveria ter. Imagino que 5.000 é o limite do aceitável. Acho que só o Roberto Chapinha Carlos
manifestou o desejo de "ter
um milhão de amigos e bem mais forte poder cantar", mas acredito que
isso foi antes do advento do Facebook.
Cinco mil amigos! Como conhecer ou lembrar-se
de cada um? Eu mesmo posso dizer que alguns dos meus 116 amigos são
ilustres (ilustríssimos seria mais correto) desconhecidos, pois não os conheço,
nunca nos falamos e nunca nos vimos pessoalmente - o que não impede que tenha
por eles imensa simpatia. Por
tudo isso, imaginei que seria bom existir uma forma de classificar todo mundo,
de enquadrá-los quanto ao grau de amizade.
Até onde sei, antes havia só a opção "curtir"
para aprovar (ou não) os posts de bichinhos, bebês e orações tão ao gosto dos
usuários. Hoje já existem também os ícones de coraçãozinho, carinha raivosa, carinha chorosa, espantada ou sorridente (uma gracinha, como
diria a finada Hebe Camargo). Ora, se existem os emojis para sintetizar
emoções (servem também para economizar palavras e evitar erros de português),
por que não criar alguns para definir a proximidade ou grau de amizade,
intimidade ou parentesco com cada "perfilado"?
Afinal, como já dizia minha avó, "quem vê Face não vê coração".
Poderia, por exemplo, ser assim:
- “Amigos” que são ídolos –
Temer, Neymar, Lula, Anitta, Dória, Darth Vader, Bolsonaro, Homer Simpson, e
congêneres;
- “Amigos” que amamos
loucamente - pai, mãe, esposa, filhos, amante(s), o dono do bar onde
enchemos a cara todo dia e o gerente de banco responsável por aplicar o nosso
dinheirinho de caixa dois;
- “Amigos” de quem gostamos pra
kawaka - amigos verdadeiros, irmãos, cunhados, amigos de infância e
parentes próximos;
- “Amigos” por quem temos simpatia -
vizinhos, colegas e ex-colegas de profissão e parentes distantes;
- “Amigos” com quem convivemos apenas
socialmente (em casamentos e em velórios principalmente);
- “Amigos” que desprezamos
solenemente ou por quem sentimos antipatia gratuita (mas não demonstramos);
- “Amigos” que odiamos
entusiasticamente (idem);
- “Amigos” que não conhecemos
pessoalmente - ilustres desconhecidos, amigos nem tão ilustres assim
e ET de Varginha.
Ficaria ótimo, concordam? E essa
classificação não precisaria ser rígida. Poderíamos, por exemplo, classificar
um cunhado mala na categoria “odiamos” ou um desconhecido na categoria “pra
kawaka”.
Isso abriria possibilidades comerciais
fantásticas para o Facebook, talvez até trazendo de volta gente que hoje
utiliza muito mais o Twitter, o Whatsapp ou Instagram (Jotabê é marketing
puro). Por isso, deixo este recado ao criador do Facebook:
- Zuckinha, meu filho, não precisa agradecer esta proposta de melhoria, pois foi feita de forma desinteressada, de coração (mas eu receberia com carinho um cheque de alguns milhões de dólares a título de retribuição).
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