quarta-feira, 9 de agosto de 2017

HEURECA!

Estava eu no meu canto, ensimesmado (acho que ficaria melhor dizer “em mimesmado”), ruminando (aposentado adora esse tipo de coisa), remoendo algumas das várias cabeçadas que dei ao longo da vida, pensando na minha vida profissional. Nas três vezes em que - para ganhar mais -, pedi demissão de empresas onde amava trabalhar, acabei quebrando a cara, acabei me arrependendo amargamente, pois as novas empresas eram um lixo (mesmo que eu estivesse ganhando um pouco mais).

E todas as vezes em que eu penso nisso o efeito é vivenciar novamente a atitude impensada, mal refletida. É como se eu estivesse cometendo o mesmo equívoco, o mesmo erro novamente. Depois da última vez em que isso aconteceu, sonhei inúmeras vezes com a antiga empresa, sempre acordando tristíssimo, puto da vida.

Estava nessa de auto-piedade quando minha mente deu um estalo (não, não quebrou nada, as cabeçadas são apenas metafóricas), pois ficou claro o significado prático de "arrependimento" (ou "remorso"). Não tenho nenhuma dúvida de que esse assunto já foi tratado de forma mais elegante, profunda e técnica pela moçada da Psicologia. Mesmo assim, ainda que seja banal, simplória, é minha visão.

Sentir “arrependimento” é como cometer o mesmo erro duas vezes, a segunda acontecendo apenas na mente. E dói mais que na primeira vez.

2 comentários:

  1. Refletindo sobre o seu pensamento alguém já disse que o inferno é um loop infinito dos nossos erros, por outro lado me pergunto " se eu soubesse antes o que sei agora erraria tudo exatamente igual"?
    "J"

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    1. Recentemente escrevi sobre isso, mas não me lembro o nome do post. O que sei é que "se eu soubesse antes o que sei agora" NÃO "erraria tudo exatamente igual". Quereria cometer novos erros.

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MARCADORES DE UMA ÉPOCA - 4