Hoje em dia usa-se muito (muito mesmo!) uma
expressão que soa meio enigmática para mim, ignorante que sou. Mas tem um som legal:
“Estado democrático de direito”. Dita
com voz grave e empostada então, fica ainda melhor. Mas tenho dificuldade em traduzi-la, justamente por ser usada indistintamente pela Direita e pela Esquerda, pelos políticos e
pelos corruptos (isso ficou meio pleonástico), sinal de que já virou clichê.
Todos usam essa expressão ora defendendo ora
atacando (ainda que veladamente) alguma coisa. A Esquerda, por exemplo, a
utiliza para atacar o atual governo por desprezar o “Estado democrático de direito”, enquanto apoia explicitamente a
progressiva ditadura em que a Venezuela vem se transformando. Aparentemente, a
leitura dessa expressão que fazem no íntimo de seus corações e convicções é “Estado Socialista de direito”.
A Direita a utiliza para defender o status quo. Parece, entretanto, que alguns
(a minoria, obviamente), ao defender a intervenção militar para resolver
qualquer “meu pé me dói”, está
pensando na verdade em “Estado
democrático de Direita”.
A mim bastaria que o Brasil fosse apenas um Estado Democrático (sempre!). E
direito (no sentido de correto, honesto). E eu ficaria feliz pelo resto da vida. Mas creio que isso é pedir muito.
Nenhum comentário:
Postar um comentário