quinta-feira, 10 de agosto de 2017

EDEDÊ

Hoje em dia usa-se muito (muito mesmo!) uma expressão que soa meio enigmática para mim, ignorante que sou. Mas tem um som legal: “Estado democrático de direito”. Dita com voz grave e empostada então, fica ainda melhor. Mas tenho dificuldade em traduzi-la, justamente por ser usada indistintamente pela Direita e pela Esquerda, pelos políticos e pelos corruptos (isso ficou meio pleonástico), sinal de que já virou clichê.

Todos usam essa expressão ora defendendo ora atacando (ainda que veladamente) alguma coisa. A Esquerda, por exemplo, a utiliza para atacar o atual governo por desprezar o “Estado democrático de direito”, enquanto apoia explicitamente a progressiva ditadura em que a Venezuela vem se transformando. Aparentemente, a leitura dessa expressão que fazem no íntimo de seus corações e convicções é “Estado Socialista de direito”.

A Direita a utiliza para defender o status quo. Parece, entretanto, que alguns (a minoria, obviamente), ao defender a intervenção militar para resolver qualquer “meu pé me dói”, está pensando na verdade em “Estado democrático de Direita”.

A mim bastaria que o Brasil fosse apenas um Estado Democrático (sempre!). E direito (no sentido de correto, honesto). E eu ficaria feliz pelo resto da vida. Mas creio que isso é pedir muito.

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